“Sei que não tens seguido as minhas últimas palavras. Por
exemplo, porque não vendes o Mercedes e divides o dinheiro pelos paroquianos
sem meios para pagar a côngrua que tu exiges, sob a ameaça de nem sequer serem
sacramentados quando eles precisarem, seja durante a vida, seja na passagem
para a outra vida?”
Sei que a carta tratava de
outros assuntos, mas não a consegui ler. Não porque estivesse escrita em latim,
mas porque não me foi permitida mais leitura, de letra difícil, diga-se de
passagem, mas que seria de fácil
interpretação para o padre João, que ele consegue decifrar o indecifrável.
Tenho seguido o pensamento
desse jesuíta/franciscano que é o Papa Francisco. No seu pensamento primordial
o que ele defende é que o profano não profane o sagrado. O que ele defende é que o padre não é um demiurgo ou mensageiro
de Deus, mas antes o servo de Deus ao serviço de outros servos.
Jesus, na sua infinita
tolerância, rebelou-se um dia contra os vendilhões do templo, expulsando-os.
Mas se o principal vendilhão do templo é o seu representante, como expulsá-lo?
Gostaria de recomendar ao pároco
de Moncorvo já nem sequer o “pároco da aldeia” de Alexandre Herculano ( em que
o pároco era tão pobre como os seus paroquianos) mas o “Jesus da Nazaré” (dois
volumes editados pela Principia) da autoria do Papa Bento XVI, os textos do Frei Ventura e Carreira das Neves,
exegetas bíblicos, cujas notas em rodapé são fundamentais para a compreensão da
Bíblia e da sua adenda, os Evangelhos sinópticos, o Apocalipse e as epístolas
de São Paulo, na recente edição, a mais rigorosa, da Bíblia editada pelos Capuchinhos.
Em vez de pedir o dízimo ou
dia de salário como pediu, já vão lá mais de três décadas, do semelhante pedido
de Vasco Gonçalves, seria bem mais próximo de Cristo, se socorresse os que
sofrem, se levantasse a voz quando são injustiçados e não lhes pedisse
dinheiro, aos desempregados, aos jovens sem saída, aos reformados cuja
mensalidade não dá para os medicamentos nem sequer para a gasolina de um mês
para o Mercedes do padre João.
Para o padre João ser padre
não é uma vocação, é um emprego que, em nome de Cristo, deve ser remunerado.
Às vezes assalta-me a
suspeita ( a mim que sou um agnóstico confesso) que o padre João acredita mais
nos bens terrenos do que nas delícias divinas.
Pode o padre João, como cónego,
ter direito a usar meias vermelhas, como tem jeito a usar farda de capelão da
GNR e de outras fardas afins, se
for caso disso.
Penso eu é que não tem
direito de usar a batina,
Respeito muito quem tem fé; é
um privilégio que não me foi concedido. Mas sinto-me envergonhado quando alguém
utiliza a fé dos outros para benefício próprio.
Disse um dia o Monsenhor Marcinkus,
alma negra do Vaticano, o intermediário da Máfia para a lavagem de dinheiros, dignitário
altamente influente no papado de João Paulo VI : “A Igreja precisa se dinheiro
e não de orações à Virgem Maria”.
Os escândalos do Vaticano a
que só hoje o Papa Francisco tenta pôr cobro, abalou a estrutura e a
credibilidade da Igreja Católica.
Para não ser preso, Marcinkus
foi desterrado para Chicago onde morreu praticamente anónimo, mas cumpridor da omertà.
O padre João ainda vive no Concílio
de Trento, esquecendo-se que já, alguns séculos depois, houve o Concílio do
Vaticano II.
A pobreza do padre João faria
o conforto e a riqueza de muito pobres, seus paroquianos.
Por último, padre João, se eu
fosse católico ou deixava de o ser ou você de padre.
Penso que o sacerdócio é
servir os outros e não servir-se dos outros.
Deixe o vil metal à porta do
templo e que a espiritualidade que a todos nos assiste se revele à sua alma,
sem côngrua, sem dízimo, sem insinuações nem ameaças.
Seja servo de Deus ao serviço
da comunidade. E que o Bispo não tenha pena de si.
Sem consideração, despeço-me.
Na época dos castrado é bom que alguém os tenha no sitio.Coragem,lucidez e rigor.Bem haja.
ResponderEliminarLeitor
Há histórias de espantar na vida deste vendilhão.
ResponderEliminarEduardo Gomes.
E agora senhor Bispo? Assobia ou actua?
ResponderEliminarParoquiano
Assobia, é claro!
EliminarSim, porque mudar a criatura de paróquia não adianta, pelo que se lê por aqui. Portanto, mais vale assobiar...
Até aqui era uma festa.Acabou o S.João é dia do juízo final.Acerte as contas senhor João,com Deus e com os que explorou.
ResponderEliminarManuel B.
Amors SVramos ·escreveu:
ResponderEliminarGostei.Espectáculo!
Rui Carvalho escreveu: E é só o Sr. padre João...!!! Num me parece...
ResponderEliminarJoão Jorge através de Lelo Demoncorvo
ResponderEliminarDigo isto há anos e, infelizmente, não é só o padre João, é a igreja em geral.
Fernanda Sá Violante escreveu: O que é aflitivo nisto tudo, é que infelizmente continuam a existir muitos Padres João. E sendo católica confessa sinto uma tristeza muito grande por continuarem a existir diferenças tão grandes.
ResponderEliminarNas bodas de ouro em Felgueiras quem ficou com o ouro?50 anos em 2011 mais 2 até hoje faz 54 anos ,o Salazar só lá andou 48.
ResponderEliminarOs Vendilhões do Templo
ResponderEliminarDeus disse: faz todo o bem
Neste mundo, e, se puderes,
Acode a toda a desgraça
E não faças a ninguém
Aquilo que tu não queres
Que, por mal, alguém te faça.
Fazer bem não é só dar
Pão aos que dele carecem
E à caridade o imploram,
É também aliviar
As mágoas dos que padecem,
Dos que sofrem, dos que choram.
E o mundo só pode ser
Menos mau, menos atroz,
Se conseguirmos fazer
Mais p'los outros que por nós.
Quem desmente, por exemplo,
Tudo o que Cristo ensinou.
São os vendilhões do templo
Que do templo ele expulsou.
E o povo nada conhece...
Obedece ao seu vigário,
Porque julga que obedece
A Cristo — o bom doutrinário.
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."
bird,
Os vários escândalos que atingiram a Igreja no que ela tinha de mais precioso: a moralidade e a credibilidade, terão levado a que o Cardeal Jorge Bergoglio escolhesse o nome de Francisco?
ResponderEliminarFrancisco, será então o nome de um projeto de Igreja? Fora dos palácios e dos símbolos do poder, presidindo na caridade e no amor, fortalecendo a fé dos irmãos e irmãs.
Um Papa que, humildemente, pede que o Povo de Deus reze por ele e o abençoe. Somente depois, ele abençoará o Povo de Deus: Que está entre nós para servir e não para ser servido e que nos pede ajuda para a construção de um caminho fraterno onde a humanidade deixe de ser refém dos mecanismos da economia.
Papa Francisco, que Deus te ilumine e guarde, pois a reforma a que te propões será uma enorme batalha e os teus maiores inimigos são os que te estão próximos! (é a história que o diz).
Rogério, disse o que muitos católicos pensam, parabéns pela coragem, isto vai dar pano para mangas...! Que não lhe doa a mão nem falte tinta na pena.
bird,
Elmiro Barbeiro Barbeiro escreveu:Excelente.
ResponderEliminarMaria Augusta Ribeiro escreveu:São as certezas da alma que dão a verdadeira coragem.
ResponderEliminarMaria Moutinho Sampaio escreveu: c'um catano......sem papas na língua.
ResponderEliminarE os velhos padres do Asilo Francisco Meireles...Há tanto que contar.Falta o engenho e a arte ou a coragem à Rogério Rodrigues?
ResponderEliminar"Quem tem boca vai a Roma".Será que a internet e os seus Farrapos de Memória também?O nosso Bispo está no facebook:https://www.facebook.com/BispoBragancaMiranda?fref=ts
ResponderEliminarBlogueiro
Na mesma página do Blog, ao lado de um padre que, pelos vistos , não sabe exercer o seu múnus, surge-nos outro padre que o é de corpo e alma.
ResponderEliminarO contraste é , não só visível, mas gritante. Um representa o sistema que parece estar mal; o outro representa a verdadeira Igreja de Cristo.
Quando um profissional é mau, é afastado, despedido, posto fora, pela entidade patronal.
E quando um padre não presta, o seu superior hierárquico não pode afastá-lo? Não pode ou não quer?
(Este comentário está escrito após o texto "Homenagem ao Pe.Telmo Ferraz" . Por razões óbvias é agora aqui reproduzido ).
Júlia Ribeiro
O superior parece que só pode e quer afastá-lo se o padre cometer o "pecado" (???) de amar alguém, porque tudo o mais parece não ser pecado para este tipo de pessoas.É só olhar em volta: se qualquer padre tiver a atitude honrada de assumir um relacionamento é imediatamente afastado do exercício do sacerdócio, nem que seja um bom sacerdote. Mas só nessa situação: ama e assume, RUA! Roubar? Mentir? Ser pedófilo? Perfeitamente normal!Acho que até nem conseguem perceber porque é que os cidadãos se indignam com isso.
EliminarSe o Papa diz " quem sou eu para julgar os gays" padres. Então...? De acordo com as últimas, Maria Madalena Esposa de Jesus? Conheço um Ex Padre, que foi aconselhado pelo bispo a manter o seu amor no sigilo. Hipocrisias, não das ovelhas, porque a essas, tanto lhes faz, e até é melhor que eles sejam um exemplo como Família.
EliminarTexto muito bem escrito !
ResponderEliminarMas o Papa Francisco, também não dá a cara com a careta, porque não se despoja dos bens do Vaticana e não vive de forma mais humilde.
ResponderEliminartu naõ trabalhas ? também recebes . pois o sr padre também trabalha e tem de receber o seu salario
ResponderEliminarDizem que o embaixador Martins Janeira,natural de Felgueiras, andava sempre com uma pedrinhas do Reboredo no bolso para sentir que estava sempre em casa .Será que o padre João anda com umas moedinhas de escudos e euros no bolso para se lembrar sempre que o paraíso começa aqui na terra?
ResponderEliminarVintém
pois o sr padre também trabalha e tem de receber o seu salario CHORUDO E CHORADO
ResponderEliminarVistas as coisas para o divertimento cada comentário com a sua graça.. Vistas as coisas para o humanismo serio e de respeito.. Lá está a padralhada a fazer a sua fortuna. Porque isto de ser padre é um bom investimento.. Desde os carros, às casas, às contas bancarias e às ferias é um vê se te avias....
ResponderEliminarE sabem porquê? Porque isto é um enorme saco azul, sem fundo à vista!
EliminarPeçam sempre recibo daquilo que dão aos senhores padres. Deixem de pôr a moedinha e a notinha na cesta, ou saquita, quando vão à missa. Não significa que deixem de contribuir, mas no final da missinha podem ir à sacristia e fazer a entrega do vosso donativo ao senhor padre, em troca de um recibo para IRS.
No fim de cada mês EXIJAM ver as contas da Paróquia, ou Unidade Pastoral ou lá como raio se chama agora.
Porque é de direito que haja transparência na apresentação das contas e que qualquer paroquiano, pobre ou rico,letrado ou analfabeto, possa consultar os livros da contabilidade.
COMUNIQUE-SE À TROIKA já que à Santa Sé parece não valer a pena!
Não vos preocupeis Moncorvenses, a fortuna do Padre João já foi organizada cá para os lados de Freixo. Por cá "chupou" quase tudo o que podia, embora não o deixassem assaltar as caixas mais fortes, mas que tentou tentou.
ResponderEliminarQuanto àqueles que dizem que "trabalhou, ganhou", não conhecem a alma do dito cujo. Por cá trabalhou e ninguém lhe ficou a dever nada. Até uma medalha a Câmara lhe ofereceu pelos bons serviços prestados do altar para baixo. Só que não há justiça humana e se calhar também não há justiça divina, porque o lugar de alguma gente era da parte de trás das grades, e na prisão já está o Vale de Azevedo a servir de sacristão.
De Freixo com mais algumas verdades se for preciso.
Antonio Cangueiro escreveu:esta carta está uma delícia. Tem sabor a aroma moncorvense.
ResponderEliminarSerá que alguma vez haverá justiça?
ResponderEliminarNo tempo em que eu andava na Faculdade normalmente quem tinha MERCEDES eram os empreiteiros... hoje em dia quem tem MERCEDES é o Cléro. Em vez de se voltarem para obras humanitárias e ajudar os pobres, colocam-se no pedestal onde reina a vaidade e o vedetismo mostrando assim outro tipo de obras...
ResponderEliminarTenho pena que o Cléro seja uma classe tão privilegiada.
Esta gente fala dos seus padres... Devem ser umas ovelhas!!!....
ResponderEliminarAo anónimo de 29 de Agosto às 19:36h:
EliminarNão sei é padre, ou não, mas suspeito que sim.
Se "esta gente fala dos seus padres", é porque alguma coisa está mal. O tempo do come e cala já lá vai. O tempo do paga que eu salvo-te e se não pagares lanço-te à fogueira, também.
Estas pessoas só demonstram com estas queixas, serem ovelhas da VERDADE DE JESUS CRISTO, e não o contrário, como este padre que não conheço e de quem tanta gente se queixa (estes que aqui escrevem são só uma mínima minoria).
Senhor ou senhora anónimo, acredite se quiser, que a eles tanto lhes faz.
Contra factos não há argumentos!
Ana Gonçalves, de Bragança
Sera que esse Senhor teria coragem de falar dos defeitos de outras relegioes ....e coragem para falar da pouca vergonha dos ciganos em Moncorvo com as costas quentes desta camara
ResponderEliminar.
Este último comentado é um racistazinho de pacotilha. Que faça como o Hitler que meteu os ciganos nas câmaras de gás para acabar com a raça. Viviam os ditos melhor a ocupar terrenos, Se ocupassem o teu terreno também não gostavas. Quando os ciganos atropelam as leis, a GNR é que deve actuar, São só os ciganos que prevaricam, ou os brancos também não cometem crimes: RESPEITO PELAS MINORIAS. ABAIXO OS RACISTAS
ResponderEliminarNão sabia que havia brancos maus nas fragas,pensava eu ,velho retornado ,que só havia em África.Aliás eu sou um defensor acérrimo do gesto da câmara,meteu os ciganos na cadeia e depois deu-lhes a chave.É humor corrosivo,só falta saber de que partido são os vizinhos.O que faz um texto bem escrito,mexe,mexe e aparece de tudo.Nunca a expressão "ainda a procissão vai no adro" foi tão certeira.
ResponderEliminarMinór.
Em fins de julho de 2010, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, decidiu, após dois incidentes envolvendo membros franceses da comunidade cigana, promover o retorno em massa dos roma à Romênia e Bulgária, o que suscitou uma grande polêmica.
ResponderEliminarÓ amiguinhos do visado, não desvieis o assunto, sim? Pensais que somos burros? O assunto aqui é um padre a quem o dinheiro muito apetece e que pelos vistos de nada adianta mudá-lo de paróquia porque o senhor já está viciado.
EliminarÉ disso que se trata!
Que minorias?
ResponderEliminarEm que trabalham?
Quanto descontam para a segurança Social?
Quanto pagam nas finanças?
Sabe quanto pode vir a receber um agregado destes?
Suponho que não imagina, pesquise se tiver tempo. Agora eu não posso ser obrigada a descontar parte do meu salário, para o clero e certas etnias estarem de papo para o ar. ACORDEM PARA A VIDA
Minorias somo nós que nos levantamos todos os dias para muitos estarem na cama!
Não se desviem do assunto, sim?
EliminarO assunto, lembro, é um padre muito amiguinho do dinheiro. É esse o assunto aqui tratado.
É o padre João, da paróquia de Moncorvo para onde transitou depois de muitos anos a ser muito amiguinho do dinheiro em Freixo de Espada à Cinta.
Pelo menos foi isso que entendi.
Ah! E também parece, pelo que li, que o tal padre não tem chefe, porque ninguém o castiga por esse pecado. Ou então não é considerado pecado.
Também li aqui que não é só ele que é assim amiguinho do dinheiro, que há mais padres que são.
Pronto, o assunto é esse.
Façam o favor de não criar manobras de diversão.
Vontade de rir com este assunto! Bem que o povo e a justiça pode abrir os olhos.
ResponderEliminarComeço a achar que devia ser um padre pois assim eu sustentava os meus sobrinhos e não só! já agora o meu filho também!
ResponderEliminarResumindo ,um olho no padre outro no cigano.
ResponderEliminarNão tratem mal os padres,são uma minoria e estão em vias de extinção.Devem avisar a quercus e mais meia duzia de ONGs para este problema.Pedir apoio da União Europeia e levar a todos os padres do concelho um envolope lacrado com o dinheiro todos as semanas.Sê indulgente e eles oferecem-te Indulgências.Ainda aparece um Lutero das fragas a pregar o seu texto na porta da igreja.
ResponderEliminarAlberto T.
O MELRO
ResponderEliminarO melro, eu conheci-o:
Era negro, vibrante, luzidio,
Madrugador, jovial;
Logo de manhã cedo
Começava a soltar, dentre o arvoredo,
Verdadeiras risadas de cristal.
E assim que o padre-cura abria a porta
Que dá para o passal,
Repicando umas finas ironias,
O melro; dentre a horta,
Dizia-lhe: "Bons dias!"
E o velho padre-cura
não gostava daquelas cortesias.
O cura era um velhote conservado,
Malicioso, alegre, prazenteiro;
Não tinha pombas brancas no telhado,
Nem rosas no canteiro:
Andava às lebres pelo monte, a pé,
Livre de reumatismos,
Graças a Deus, e graças a Noé.
O melro desprezava os exorcismos
Que o padre lhe dizia:
Cantava, assobiava alegremente;
Até que ultimamente
O velho disse um dia:
"Nada, já não tem jeito!, este ladrão
Dá cabo dos trigais!
Qual seria a razão
Por que Deus fez os melros e os pardais?!"
E o melro entretanto,
Honesto como um santo,
Mal vinha no oriente
A madrugada clara,
Já ele andava jovial, inquieto,
Comendo alegremente, honradamente,
Todos os parasitas da seara
Desde a formiga ao mais pequeno insecto.
E apesar disto, o rude proletário,
O bom trabalhador,
Nunca exigiu aumento de salário.
Que grande tolo o padre confessor!
Foi para a eira o trigo;
E, armando uns espantalhos,
Disse o abade consigo:
"Acabaram-se as penas e os trabalhos."
Mas logo de manhã, maldito espanto!
O abade, inda na cama,
Ouvindo do melro o costumado canto,
Ficou ardendo em chama;
Pega na caçadeira,
Levanta-se dum salto,
E vê o melro, a assobiar, na eira,
Em cima do seu velho chapéu alto!
Chegou a coisa a termo
Que o bom do padre-cura andava enfermo;
Não falava nem ria,
Minado por tão íntimo desgosto;
E o vermelho oleoso do seu rosto
Tornava-se amarelo dia a dia.
E foi tal a paixão, a desventura
(Muito embora o leitor não me acredite),
Que o bom do padre-cura
Perdera o apetite!
Respeitosamente
Guerra Junqueiro
Um dia o pai, um bravo aldeão,
ResponderEliminarChamou-o ao pé de si, e disse-lhe:«João:
À força de trabalho e à força de canseiras,
A moirejar no monte e a levar gado às feiras,
Consegui ajuntar ao canto do baú
Alguns pintos. Vocês são dois rapazes; tu,
Além de ser mais novo, és mais inteligente.
Vou botar-te ao latim; quero fazer-te gente.
Hás-de me dar ainda um grande pregador.
Hoje padre é melhor talvez que ser doutor.
Aquilo é grande vida; é vida regalada.
Olha, sabes que mais? manda ao diabo a enxada.
Aquilo é que é vidinha! aquilo é que é descanso!
Arrecada-se a côngrua, engrola-se o ripanço,
Arranja-se um sermão aí com quatro tretas,
Vai-se escorropichando o vinho das galhetas,
E a missa seis vinténs e doze os baptizados.
Depois, independente e sem nenhuns cuidados!
Olha, João, vê tu o nosso padre-cura:
É, sem tirar nem pôr, uma cavalgadura,
Vi-o chegar aqui mais roto que os ciganos;
Pois tem feito um casão em meia dúzia d'anos.
Isto é desenganar; padres sabem-na toda...
É o sermão, é a missa, é o enterro, é a boda.
É pinga da melhor, e tudo quanto há!
Quando o abade morrer hás-de vir tu p'ra cá.
Despacha-te o doutor nas cortes; quando não
Votamos contra ele, e foi-se-lhe a eleição.
Mas que é isso, rapaz? Nada de choradeira!
É tratar da merenda, e quinta ou sexta-feira
Toca pró seminário. Eu quero ir para a cova
Só depois de te ouvir cantar a missa nova».
Respeitosamente
um vosso criado
Abilio Guerra Junqueiro
Anda mal o nosso clero.
ResponderEliminarA câmara insiste na asneira.
Aos padres pago se quero,
À câmara, nem que não queira...
Acontece que eles, padres, chefes de padres, Câmaras e demais cargos políticos são tudo farinha do mesmo saco. Andam todos de braço dado que nem «cajaseiras». Nunca foram a missas solenes? Nunca ouviram os discursos do celebrante? Nessas missas nunca viram os políticos nos lugares de honra? Nunca foram a uma inauguração política de um qualquer monumento, edifício, rua, vão de escada, portão de quintal? Nunca lá viram um padre ou um bispo a deitar a água benta?
EliminarACORDEM!!!
"Aos padres pago se quero", diz o Trovador.
EliminarAcontece que aos padres (à Igreja) paga, através dos seus impostos.
Não sabia?
O Sr. Padre João e as criancinhas. Falta essa!...
EliminarNão foi este o padre que foi homenegiado pela Câmara de Moncorvo?É farinha da mesmo saco.
ResponderEliminarCom um curso de formação profissional dado por este padre aos ciganos da cadeia no fim do curso iam de marcedes para outro sítio e alguem ganhava mais uns euros com o suor do nosso rosto.
ResponderEliminarPara ouvir depois da missa
ResponderEliminarhttp://youtu.be/53dqcGNltpA
Extraordinário o enquadramento ! A lua empresta vida a tanta serenidade,
ResponderEliminarParabéns ao fotógrafo.
Júlia Ribeiro
Será que o SUPERIOR deste Sr. Padre João não passará os olhos pelos comentários aqui postados? Ninguém lhe pode fazer chegar isto às mãos para apurar explicações e responsabilidades? São depoimentos muito fortes e coincidentes demais no que toca a (...€€€€...) para não ser verdade ...
ResponderEliminarQue classe tão privilegiada esta do CLÉRO meu Deus!!!
Um funcionário público é classificado pelo cumprimento dos seus atos, desempenho, rendimento, pontualidade, profissionalismo... e um PADRE não o é porquê? Será que estão isentos de classificação?
Só tenho a fazer mais uma observação, se o SUPERIOR deste padre tem conhecimento dos fatos e atos e não atua, então ELE É CUMPLICE também.
Roubem-nos os bens materiais mas não a nossa FÉ, por favor...
Se quiser, caro anónimo de 11 de Setembro 2013, poderá fazer chegar o link ao "SUPERIOR" deste Sr. Padre João. Basta-lhe acessa diocesebm.pt e no link referente aos contactos do bispo, enviar-lhe um e-mail.
EliminarQuanto a estes actos pouco dignos que aqui se relatam e que merecem ser verificados pelo superior deste sacerdote, não estou de acordo que sejam eles que nos tiram a Fé.
Bem fraca seria a nossa Fé e não seria concerteza em Jesus Cristo e sim naqueles que foram investidos pela Igreja Católica para proclamar Jesus Cristo, o filho Unigénito de Deus!
Como já referiu o Santo Padre, Papa Francisco, INFELIZMENTE, na Igreja há muita corrupção, mas também "há homens santos".
Então, se me permite, como Católicos, «não tomemos a nuvem por Juno».
Caríssimo anónimo, em resposta a minha observação, agradeço o seu depoimento sobre a questão em como chegar o assunto ao "SUPERIOR" do Sr. Padre João. Obrigada por tal informação que além de tão explícita e formal, demonstra bem que quem a escreve PERTENCE Á IGREJA, não há a mínima dúvida possível... Informo então o Sr. Padre, o Sr. Diácono ou a Irmã que aqui está a depor, seja quem for, que esta tarde já alguém tomou essa iniciativa, de qualquer modo agradeço e aqui deixo o meu muito obrigado.
EliminarOutro assunto que rebateu foi o da "FÉ" pelo fato de eu ter terminado com a seguinte frase:
"Roubem-nos os bens materiais mas não a nossa FÉ, por favor..." sim, é verdade! quando eu digo "roubar" é no sentido em "não diminui-la" com os maus exemplos daqueles que são os representantes de Deus na terra. Estes estão ao serviço para aumentar a nossa FÉ. Os católicos cada vez querem ser melhores católicos e querem e precisam de muitos exemplos BONS, PUROS, SAGRADOS e sei que existem "homens santos" na igreja mas só retirando de lá os corruptos é que ela fica purificada... "PURIFIQUEM-NA" e se sabemos quem são os corruptos que estão lá a fazer? "dar maus exemplos? serem apontados pelas más açoes? enganar quem?" a eles próprios, só pode! esquecem-se que um dia iram prestar contas a Deus como todos nós!
IGREJA, IGREJA ... saiba separar o trigo do joio e tirem ainda as ervas daninhas que poderão aparecer pelo meio.
O Sr. Padre João e as criancinhas. Falta essa!diz um anónimo como eu.Deixai vir a mim as criancinhas, dizia Jesus da Nazaré.As interpretações dos textos sagrados são como a nossa constituição,cada um interpreta como melhor lhe serve.
ResponderEliminarE ele, o padre contava o conto (adora contos)do João Ratão.A diocese engole tudo e benze para o lado.Sorte a nossa, se ainda houvesse inquisição eramos todos queimados na praça.Imagino a crónica do grande investigador,dr.António Júlio Andrade."Decorria o ano..."
Turquemada
Este padre quando o Bispoi foi inaugurar a igreja de urros, meteu o candidato do PSD e os amigos, no almoço, sem serem convidados. Não venhass para aqui a falar de homenagens da câmara ao dito Padre, pois ele está encostado ao PSD e não ao PS.
ResponderEliminarPadre João volte para Freixo. Os de Moncorvo não lhe sabem dar o devido valor.
ResponderEliminarEste assunto de padres, riqueza de padres e afins tem muito que se lhe diga.. Nao há hipótese ! É uma profissão muito bem compensada..claro que há os honestos e os corruptos.. Nao se devia era misturar as coisas..A Fé que o ser humano pode ter em Cristo, nada tem a ver com esses homens., eles deveriam ser os mediadores e nao os impostores ..
ResponderEliminarMais um recado do Papa
ResponderEliminar"Residir [numa diocese] não é apenas necessário para ter uma boa organização, mas tem uma raiz teológica. Estais casados com a vossa comunidade, profundamente ligados a ela. Peço-vos que permaneçam entre o vosso povo. É preciso ficar, ficar. Evitar o escândalo de serem bispos de aeroporto"
"Na época da Internet, em que as relações são marcadas pela rapidez", é preciso "permanecer na diocese, sem procurar mudanças e promoções", disse o papa argentino, que atribui grande importância ao papel de bispo de Roma e não gosta muito de viajar.
"Sejam pastores que recebem, que caminham ao lado do vosso povo, com afeição, misericórdia, um comportamento doce e firmeza paternal, com humildade e discrição também, capazes de terem consciência dos vossos limites e de ter uma boa dose de humor", acrescentou.
O retrato robot do bom bispo deve ser aquele "da austeridade e da essencialidade", disse, e denunciou uma vez mais o carreirismo e a "psicologia de príncipes" de alguns bispos.
Depois de ler e reler a "carta" e os comentários eu que já fui exerci o sacerdócio nesta diocese e conheço praticamente todo o presbitério posso dizer com conhecimento de causa que há muito de verdade em tudo quanto se disse, porém o que devia ser definitivamente resolvido era o problema do - Estatuto Económico do Clero - que se vem arrastando à demasiado tempo por vontade dos senhores que estão bem e não se preocupam com quem está pior... Por outras palavras se todos os sacerdotes deixassem para os leigos o que os leigos podem fazer desempenhassem o múnus pastoral para o qual foram ordenados passando a ser remunerados de forma geral com um vencimento igual nada disto acontecia, mas isto implicava um "Papa Francisco" em cada diocese do mundo e uma renovação da consciência relativamente ao que significa estar ao serviço do povo e não servir-se do povo... Alguém outrora disse que "ser padre não é exercer uma profissão liberal" mas até esse alguém foi conivente com esta e outras tantas situações semelhantes... o que importa é que a fé deve ser depositada em Deus e não n'aqueles que o representam...
ResponderEliminarApesar de tudo o que disse resta para concluir que ainda existem bons exemplos de sacerdotes que o são de facto pelo seu longo testemunho de vida e acções....
Julieta Pega escreveu:Gostei muito do texto do Rogério.Infelizmente como o padre Jõao ainda há muitos.....Gosto deste Papa.
ResponderEliminarJulia Guarda Ribeiro escreveu: Foi-me dito que em Moncorvo há 3 padres: um que reza, um que canta e outro que rouba. Mas leiam o texto no blpg que vale bem a pena.
ResponderEliminarOH João ,diz à senhora que não!
ResponderEliminarMás línguas sempre houve,blá,blá,blá.
Mestre
Gertrudes Preto escreveu: Infelizmente há tantos padres JOÃO!!!
ResponderEliminarAinda há mais
ResponderEliminarO senhor bispo de bragança também deveria devolver o dinheiro que o senhor padre João lhe entregou depois da eucaristia, sem previamente perguntar aos paroquianos se o podia fazer, o senhor Bispo foi ali com um "grande sacrifício" no regresso trouxe o carrão, não sei se era dele, pois tinha chaufeur carregadinho de todos os produtos da região e claro as centenas de euros que eram necessárias para a reconstrução de vário edifícios na aldeia, tais como no largo da capela de santo Apolinário. Fizeram-se almoços no estrangeiro para reconstruir a igreja matriz e ainda tem o descaramento de levar o dinheiro? Então as obras religiosas não são responsabilidade da igreja? Mas o povo é tão burro que ainda bateram palmas, quando o senhor padre anunciou que a capela de santo Apolinário iria ter um estatuto diferente, passaria de capela a santuário, isto faz cá uma diferença, isso e outras obras que por lá se fazem que deveriam começar a ser inspecionadas pelas entidades competentes.
Só falta tratar de algumas paroquianas que fazem igual ou pior. Na Adeganha, por exemplo
ResponderEliminarSó falta agora tratar de algumas paroquianas... Na Adeganha, por exemplo
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