sábado, 10 de março de 2012

Churra da Terra Quente -Queijo Terrincho -Borrego Terrincho

          Primeiro Fim-de-semana Gastronómico da Raça Churra da Terra Quente, em Torre de Moncorvo. Durante o fim-de-semana seis, restaurantes do concelho servem pratos confeccionados à base desta carne certificada.

SOCIEDADE PORTUGUESA DE OVINOTECNIA E CAPRINOTECNIA
Recursos Genéticos - Ovinos
Churra da Terra Quente - História

Origem e história Segundo Miranda do Vale “a pecuração arietina portuguesa formou-se à custa de dois troncos, o ovis aries ibericus e o ovis aries africanus”.
Ainda, segundo o mesmo autor, a raça aborígene, derivada do tronco ibérico, é constituída na sua maioria por produtos de cruzamento e mestiçagem dos dois troncos, dando origem a populações cujas características resultaram da sua adaptação ao meio.


A Churra da Terra Quente proveniente da fusão das raças Badana e Mondegueira certamente com ancestrais vindos dos Pirinéus pertencentes ao tronco ibérico. Raças rústicas, bastante fecundas, dando frequentemente partos gemelares boas leiteiras e de regular carne.
A criação de ovinos em Trás-os-Montes tem nas suas origens dois grupos distintos que se distribuíam nas chamadas Terra Quente e Terra Fria, respectivamente o badano e o galego.
Na Terra Fria ainda hoje as populações ovinas dos concelhos de Vinhais e Bragança, nordeste de Macedo e norte de Vimioso são essencialmente constituídas por animais da raça Churra Galega Bragançana, enquanto nos concelhos de Miranda, Mogadouro e sul de Vimioso predomina a Churra Galega Mirandesa.
Na Terra Quente onde o gado Badano possuía efectivos que em 1870 atingiam os 226.356 animais e em 1940 209.500, segundo arrolamentos referidos por Norberto A. Xavier e Amadeu C. Rodrigues, verificou-se a partir dos anos 50/60 a sua substituição por mestiçagem com a raça Mondegueira na tentativa de, à grande rusticidade e consequente adaptação ao meio se conseguir acrescentar maior produtividade, tanto de carne como de leite.
O resultado foi tão conseguido que nos dias de hoje a raça Churra Badana corre sérios riscos de extinção e se encontra reduzida a um efectivo de cerca de 3.000 exemplares.
A estreita ligação ao meio e aos sistemas de agricultura na sua área de dispersão, conferem à raça Churra da Terra Quente a rusticidade e longevidade características que, aliadas a uma razoável capacidade produtiva e elevadas performances reprodutivas, desempenha importante papel económico e social na região. Salientam-se ainda as suas boas características maternais.
Acresce ainda a possibilidade real de melhorar o seu nível produtivo pelo facto de se tratar de uma raça com grande variabilidade genética
O Registo Zootécnico da Raça Churra da Terra Quente iniciado em 1991 pelo Centro de Ovinicultura do Nordeste é desde 1993 da responsabilidade da ANCOTEQ, Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Raça Churra da Terra Quente, por despacho do Director Geral da Pecuária.

Sistemas de exploração
A dimensão dos rebanhos da Churra da Terra Quente é condicionada pelo tamanho das explorações em que estão inseridos. Assim, quando as áreas da propriedade atingem maior dimensão, o rebanho pode atingir o meio milhar de fêmeas, sendo na maior parte dos casos de 100 a 150 ovelhas.
A alimentação dos ovinos está grandemente dependente dos sistemas de agricultura praticados na região onde predomina o sistema cerealífero com áreas reservadas à rotação cereal/pousio, apreciáveis extensões de olival/amendoal/vinha, algumas áreas de regadio, pastagens semeadas, e lameiros com pastagens naturais. O aproveitamento destes recursos por pastoreio directo ou através de cortes para fenos e/ou palhas de grande utilidade nos períodos de carências, é feito de acordo com a capacidade forrageira disponível e a dimensão da exploração e do efectivo.
A exploração desta raça que em tempos não muito longínquos era baseada na tripla função (lanígera, leiteira e creatopoiética) está actualmente orientada para a produção de leite e borrego sendo a lã produto com muito pouca valorização que por vezes não paga os custos da tosquia.
A reprodução é feita de modo natural com separação dos machos nas explorações com melhor maneio reprodutivo ou com utilização de “aventais” para evitar a cobrição das fêmeas em períodos não desejáveis, uma vez que estas são de ciclo éstrico contínuo.
A principal época de cobrição é na primavera, logo após a tosquia, com parições concentradas nos meses de Setembro a Novembro.
O desmame dos borregos faz-se aos 30/40 dias de idade (Borrego Terrincho DOP), iniciando-se a ordenha com a utilização do leite para o fabrico do queijo (Queijo Terrincho DOP).
A ordenha é feita manualmente.
 Área geográfica
A Churra da Terra Quente distribui-se por toda a região da Terra Quente e Douro Superior, tendo como especial referência sistemas de agricultura da região. De destacar sobretudo o sistema cerealífero de sequeiro com áreas reservadas à rotação cereal/pousio e a existência de grandes áreas de olival/amendoal/vinha e algumas terras de baixa com áreas de regadio destinadas a culturas hortícolas e lameiros.
Assim, estes ovinos com um efectivo total de cerca de 200.000 animais, estão dispersos nos concelhos de Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Vila Flor, Moncorvo, Mogadouro Alfândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta, Vila Nova de Foz Côa, Carrazeda de Anciães e ainda em número pouco significativo em alguns concelhos limítrofes. (Ver Mapa anexo)
 O efectivo desta raça que aquando da sua caracterização (1987) era calculado em 150.00 animais de reprodução (DGP) situava-se nos 200.000 (RGA-1999).
Efectivo (2009)
27.000 Animais inscritos no Livro Genealógico
180 Criadores

Entidade Gestora do Livro Genealógico
Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Raça Churra da Terra Quente (ANCOTEQ)
Quinta Branca
Torre de Moncorvo
5160 Larinho
Tel : 279 258090
Fax : 279 258098
E-mail:


Secretário Técnico:
Dr. Casimiro Correia Escudeiro

Produtos Certificados
Queijo Terrincho
Borrego Terrincho
Fonte: http://www.ovinosecaprinos.com/terraq.html

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