quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

TORRE DE MONCORVO - EXERCÍCIO DE MEMÓRIA

A memória exercita-se. É um exercício contínuo .O livro do António Júlio Andrade, manual da memória de Moncorvo da época entre 1890 e 1926, traz até nós nomes que nos são familiares ( Menezes ,Guerra, Campos, Fontes, Gomes, Grazinda, Sousa, Trigo, Margarido ,Mesquita, Lopes Cardoso, Ferreira…); lugares conhecidos (Corredoura, Praça, Castelo, Igreja, Felgueiras ,Carviçais, Lousa, Horta, …); acontecimentos e personagens(os  assassinatos de um primeiro  ministro e de outros políticos importantes, entre os quais Machado dos Santos ,pelo cabo Abel Olímpio , natural dos Estevais da Vilariça; os actos reaccionários de Campos Monteiro ,monárquico e panfletário; o malogro de  uma tentativa de repor a monarquia , estando  o General Adriano Abílio deSá do lado dos republicanos e Campos Monteiro  dos monárquicos …).(Texto completo nos comentários)
HISTÓRIA POLÍTICA DE TORRE DE MONCORVO 1890 – 1926 , de António Júlio Andrade

Âncora Editora ( com o apoio da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo)
O livro é apresentado no dia 4 de Dezembro na Casa de Trás os Montes, em Lisboa.

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2 comentários:

  1. Continuação do texto do post:
    Pessoas, lugares, acontecimentos dessa época histórica em pormenor e com o rigor a que o autor já nos habituou .Ficamos a saber ,por exemplo, que o Padre Adriano Guerra, do Felgar, foi o director do colégio Santo António, no solar dos Teixeiras(mais tarde Hospital Dona Amélia, depois Escola Industrial, Comercial e Liceal, e actualmente lar da Santa Casa da Misericórdia); que nesse colégio estudaram dois ministros da Primeira República ( Lopes Cardoso, das Justiça e Francisco António Correia , de Finanças e dos Negócios Estrangeiros, tendo também sido um dos fundadores da Seara Nova, chegando a exercer as funções de director ) ; que os actos eleitorais eram realizados dentro da igreja, com cenas de navalhadas entre os membros dos partidos, levando os senhores da terra revólveres à cinta; que um partido abria a mesa de voto na igreja ,enquanto outro a abria no salão da câmara; que se assaltavam comboios para obter comida; que um munícipe deu uma sova ,à chicotada, ao presidente da câmara ; que a câmara passava guias de marcha para trabalhadores irem para as ceifas no planalto leonês ( a pé)e guias para o trigo ser transportado por caminho de ferro para o Porto; que não havia água, electricidade, estradas, tendo as pessoas que se deslocar a pé ou de macho do Peredo a Felgueiras, se queriam votar; que funcionários da câmara tinham vencimentos com vinte meses de atraso …
    Surpreendem-nos estas e outras realidades. Este mundo , que começamos a desvendar e entender, não é o da minha geração. Os que nascemos durante o Estado Novo ,que vivemos a Guerra Colonial, que emigrámos e que amadurecemos com a democracia, ficamos surpreendi dos com o mundo dos nossos avós. Como para os da geração seguinte é difícil admitir que na década de 50 só havia electricidade na vila no período da noite (das 18 às 24 horas) ; que durante nove meses nos vimos privados de luz por ter rebentado a cambota do motor; que o carteiro Teodorico levava um dia a pé para entregar um telegrama na Lousa; que havia pessoas que, na Praça, esperavam que alguém as chamasse para trabalhar; que não havia segurança social e reforma fora da função pública; que os senhores se vestiam de legionários e marchavam na Praça Nova (hoje jardim); que os trabalhadores do minério iam a pé à Meda comprar dinamite para as minas de volfrâmio; ou que um adolescente de catorze anos ,como empregado dos C.T.T., percorria, também a pé (ida e volta), diariamente, Felgueiras, Maçores, Açoreira, Moncorvo,para entrega do correio.
    Surpreendidos se mostram os jovens de hoje com o tempo da juventude dos seus pais: como foi possível passarem sem internet, play station e telemóveis ,não disporem de piscinas biblioteca, ecopista e outros privilégios?
    Outros manuais são necessários para que todas as gerações conheçam e entendam o mundo dos seus pais e avós .Ligar estas gerações é o desafio que faço ao António Júlio : contar a “nossa” História de ‘26 a ’74 e de ’74 até à actualidade.
    Bem hajam todos os que , de uma maneira ou de outra, têm contribuído para a preservação da nossa memória. Bem haja o António Júlio pelo presente livro .Ficamos com a esperança de que se siga o “Estado Novo”.
    Leonel Brito

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  2. Rui Carvalho disse...
    Eu lá estarei....amanhã na Casa de Trás os Montes em Lisboa.

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