quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Nordeste Transmontano -Efemérides (22/01)

22.01.1827 – Tropas Miguelistas que se haviam refugiado em Espanha passam a fronteira em Barca d´Alva e tomam as vilas de Freixo e Moncorvo.
22.01.1854 – Criação de uma Escola de Francês em Torre de Moncorvo, contratando-se para professor Monsieur Cadet.
22.01.1893 – Publicado o nº 66 do Moncorvense, em cujo Editorial se escreve:
Torre D. Chama
- Chegou a época do terror! Terror dos impostos que é bem pior que o terror da carnificina e da pilhagem (…) Que tenham conta os deputados da nação…
22.01.1915 – Notícia de que vai fundar-se o “Club Recreativo da Torre”, em Torre D. Chama, cuja inauguração estava marcada para o próximo dia 1 de Fevereiro.
22.01.1934 – Sessão solene de homenagem a Campos Monteiro, na câmara municipal de Moncorvo e criação de uma Sala de Leitura com o seu nome.
António Júlio Andrade

3 comentários:

  1. História.

    TORRE DE D. CHAMA é uma Vila, sede da maior freguesia rural de Mirandela, que ocupa uma extensa área.

    Dista desta cidade cerca de 24 km. Situa-se na margem esquerda do rio Tuela, a pouco mais de 3 km. É atravessada por diversos ribeiros.
    A sua História é riquíssima, e, só por si, não cabia neste apontamento. Contudo, cabe-nos aqui dar algumas indicações importantes sobre esta terra transmontana.
    Existindo já antes da Formação de Portugal, este nome de Torre de Dona Chama evidencia claramente a sua indicação de uma "Torre", e uma senhora local "Dona" do lugar, que se chamava "Chama ", proveniente de "Flamula" que deu "Chamôa" e depois "Chama".
    Esta ligação de palavras é tão identificativa, que existe uma lenda local que nos mostra a relação dessas palavras com clarividência. O Dicionário Geográfico do Reino de Portugal vol. 37, folhas 73, assim o indica.
    Nas chancelarias medievais surge com a designação de: Turris de Domina Flamula.
    Já no século XIII, no Foral de D. Dinis, aparece com o nome de Torre de Dona Cliâmoa. Alguns historiadores indicam até uma certa coincidência com a lenda atrás transcrita, que uma nobre dama, Dona Châmoa Rodrigues, que ali teria vivido pelo ano de 960, e por isso consideram-na a fundadora da localidade.

    Tem vastos achados arqueológicos, e vestígios que ainda hoje podemos testemunhar no local como o monumento tipo berrão "a Ursa" de pedra junto ao Pelourinho que nos fazem pensar em povoamento muito remoto. No Monte de S. Brás existe uma ermida àquele Santo, cuja capela está rodeada dos restos da muralha de um forte Luso romano.
    Pensa-se que o próprio culto de S. Brás tenha sucedido após a ruína de um outro templo pré existente, a outro culto (talvez Santa Maria que é o orago local). É que o S. Brás não era dos favoritos da Alta Idade Média.
    Estes muros castrejos sofreram as diferentes passagens de povos, dos romanos, dos mouros e dos cristãos entre outros.
    O próprio Pároco local de 1758 é de opinião que aqueles restos de povoado no Monte de S. Brás, teriam sido a primitiva povoação da Torre, que depois se transferiu para o sopé daquele mesmo monte. Vários utensílios de cobre e bronze, além de alguma cerâmica, têm sido até encontrados.
    Em Plena Idade Média, Torre de D. Chama começa a ganhar mais importância, inclusive estratégica. Nesse sentido, e para a repovoar, o rei D. Dinis dá lhe Foral em 25 de abril de 1287, renovando-o a 25 de março de 1299.
    Mais tarde, D. Manuel I concede-lhe novo Foral a 14 de maio de 1512.

    CONTINUA

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  2. Contudo, a sua tradição municipalista deverá ter começado antes do século XIII. No tempo de D. Fernando, o senhorio da Vila passa para um fidalgo Castelhano, por este considerar o rei de Portugal como seu rei. Só que, com a Regência do Mestre de Avis, Torre de D. Chama passa para um português fiel, Gonçalo Vasques Guedes, ao mesmo tempo senhor de Murça.
    Manteve-se nessa família de geração em geração.
    A Paróquia, no século XVIII tinha pároco, provido pela Abadia de Guide.

    O concelho é extinto em 1855, e era composto por várias freguesias dos actuais concelhos de Vinhais, Macedo de Cavaleiros e Mirandela, como Espadanedo, Ervedosa, Ferreira, Fradizela, Lamalonga, Guide, S. Pedro Velho.
    Porém, devido a um bairrismo intenso, e a um desenvolvimento crescente, Torre de D. Chama passa a Vila de novo em 1991.
    Mesmo sem ser concelho, como defendia o abade de Baçal e muitos dos seus habitantes, a Vila da Torre impôs se no conjunto das freguesias rurais de Mirandela.
    Em 1530, segundo o numeramento dessa época o seu termo tinha 317 moradores distribuídos assim pelas suas aldeias de então: Lama Longa e Argana com 10 cada, Vilar d'Ouro, Ribeirinha com 6, Ferradosa, Mosteiró e Seixo com 7, Vai D'Amieiro 3, Couços, Regadeiro, Vai de Navalho com 9, Vilares 12, S. Pedro Velho 21, Fornos 18, Melles 25,Guide 37, Vale de Gouvinhas 17, Fradizela 26, Vale de Prados 14, Múrias 24 Gandariças 4, Vale Maior 11, Vila Nova 6.
    Em 1796 o concelho tinha 1391 homens, 1289 mulheres: 4 barbeiros, 17 eclesiásticos seculares, 3 pessoas literárias, 41 sem ocupação, 6 negociantes, 4 cirurgiões, 2 boticários, 290 lavradores e 140 jornaleiros, 24 alfaiates, 20 sapateiros, 7 carpinteiros, 14 pedreiros, 4 ferreiros, 5 ferradores, 1 chapeleiro, 7 almocreves, 56 criados e 47 criadas.
    Já em 1960 podemos indicar na Torre carreiras de camionetes para Bragança e Mirandela, sendo o principal comércio o azeite, cereais, fruta e vinho. Ali estavam instalados vários serviços económico sociais: 1 depósito de adubos, 2 agências bancárias, 1 agência funerária, 1 agência de jornais, 4 agentes de seguros, 4 albardeiros, 7 alfaiates, 1 grupo desportivo e Casa do Povo, 1 garagem de automóveis, 1 lagar de azeite, 1 negociante deste produto, 4 barbeiros, 2 cafés, 1 farmácia, 1 ferrador, 1 filarmónica da Casa do Povo, 1 depósito de gasolina, 4 latoeiros, 1 agente de máquinas agrícolas, 3 médicos, 7 mercearias, 4 fábricas de moagem, 3 pensões, 4 professores, posto de Registo Civil, 3 serralharias civis, 3 talhos, 2 tamanqueiros e três transportes de mercadorias
    http://5l-henrique.blogspot.com/2011/04/torre-de-dona-chama.html

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  3. Luís Manuel Branquinho Pinto ESCREVEU:Poema aos impostos

    Parei para pensar nos impostos...
    eles pararam por aqui, para me pararem o pensamento que me leva a trabalhar.
    Parei para pensar nos impostos...
    Naqueles impostos por quem nada mais sabe que sacar o suor dos poros de quem se esforça.

    Os impostos, que impostos me são,
    Da boca me tiram o pão.
    Paro e toco a mexer-me:
    Os impostos que impostos são por quem desregula as nossas vidas e abastece as deles,
    são o estigma no sufrágio das nossas existências.
    Sacodem o dinheiro e as equivalências.

    Os impostos, que impostos nos são,
    Nutrem as regras de quem delas não tem noção.
    Os carros são de luxo; num desmesurado contrabalanço,
    as casas frias por falta de combustão.

    Os impostos que impostos nos são;
    Regem a vida de uns quantos que comem caviar, enquanto que muitos sequer têm pão.
    Geme o pobre e geme o médio...
    Engrossam os bolsos de uns quantos que só trazem tédio.

    Os impostos que me são impostos,
    Por fulanos de tentáculos,
    Que inspiram, inalam, sugam, chupam,
    Fazem contas de subtrair, equações para a todos trair,
    Ajustando o futuro a um futuro obscuro;
    Recheado de coisa nenhuma, cheio de uma mão cheia de nada,
    Dilaceram a estrada, e dela fazem precipícios,
    Socalcos sem benefícios,
    Numas regras desregradas,
    Um oceano sem espuma,
    Sem raiz e sem tronco.

    Os impostos, aqueles que impostos nos são,
    Desnecessários, pois então...

    Aqueles que foram edificados por um bronco,
    Bronco na aceção do sentido,
    Fruto de um pensar embebido,
    Pela astúcia, pela emancipação dos inescrupulosos,
    Pela subjugação do seu semelhante,
    Que pela justiça teria direito à semelhança,
    Ao fim e ao cabo, o cabo dos trabalhos o atiram para o desemprego.

    Neste estado ganha o abnego,
    À sociedade batotada pelos interesses económicos,
    Daquela meia dúzia de crápulas, de bandidos que enchem os seus forros,
    Atirando os humildes de pernas bambas, e com elas para o ar,
    Esvaziando os míseros tostões,
    Num cheque mate de milhões...

    Outubro de 2012
    José Torres Gomes
    VER:http://www.facebook.com/lelo.demoncorvo#!/groups/134120793314897/475268872533419/?comment_id=476482119078761&notif_t=group_comment

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