O meio século da
construção da barragem dos Pisões, erguida em 1964 no concelho de Montalegre,
foi assinalado com uma festa que reuniu altos quadros da EDP e algumas figuras
da região. Ocasião para lembrar a empreitada de excelência realizada na época
do Estado Novo e projetar o futuro.
A jornada de
celebração dos 50 anos da construção da barragem do Alto Rabagão (Pisões)
iniciou com a inauguração de uma exposição na sede do Ecomuseu de Barroso –
aberta até 12 de fevereiro – seguindo a comitiva para as instalações da
imponente albufeira instalada no concelho de Montalegre. Uma obra classificada
como uma das mais notáveis da engenharia nacional. O presidente da Câmara de
Montalegre lembra que estamos perante um investimento que foi «planeado e
pensado por técnicos nacionais». Orlando Alves afirma: «foi durante muitos anos
a maior barragem do país. Só recentemente fomos superados pela barragem do
Alqueva e não temos complexo nenhum em ser a segunda porque durante muitos anos
fomos a primeira».
A história relata
que 15 000 pessoas trabalharam em torno da construção da barragem dos Pisões.
Um número gigantesco que impressiona e que serve para avaliar o impacto que
este investimento representou para Portugal. O autarca lembra que estamos perante
um «potencial hidráulico e energético que a região tem e que foi sabiamente
explorado pela EDP». Por via disso, acrescenta Orlando Alves, «esta celebração
dos 50 anos faz sentido numa altura em que caminhamos para a independência
energética que é um propósito que qualquer país pensa e deve ter». Sem se
deter, o presidente do município puxa pela memória para partilhar: «lembro-me
da construção da barragem dos Pisões e do impacto social que teve. Era uma
pequena cidade, tinha tudo: cinema, igreja, hospital, médicos, diversão e muita
animação». Foi, reforça, «um dos momentos mais ricos da vida recreativa e
social em todo o território barrosão».
Orlando Alves
aproveitou a efeméride para lançar alguns pedidos à EDP: «o reposicionamento da
brigada de intervenção que sempre aqui existiu… não faz sentido nenhum
retirá-la porque isso atrasa as intervenções, deixando as nossas populações por
vezes dias e dias sem eletricidade. Um outro pedido foi refazer-se um ou dois
pisões em Montalegre. Trata-se de um equipamento pré-industrial que existia, de
TRABALHAR o burel, esse elemento toponímico que deu o nome à terra. Faria todo
o sentido a EDP ver a sua dinâmica interventiva ligada à recuperação deste
património tão identitário da nossa terra».
«Mudança demográfica e populacional»
Atento às palavras
do presidente da Câmara de Montalegre esteve António Pita de Abreu, presidente
da EDP Produção e administrador da EDP Holding. O dirigente começou por
contextualizar esta celebração: «nestes últimos três ou quatro anos celebra-se
o aniversário de muitas obras deste género, desencadeadas a partir do fim dos
anos 40. Esta em particular é muito importante porque, para além de produzir
energia, tem um efeito de regularização do sistema elétrico, ajudando a evitar
os problemas que resultam da variação do consumo e produção de energia». Ato
contínuo, declarou: «foi preciso deslocar para cá muita gente, trabalharam
cerca de 15 000 pessoas, durante mais ou menos oito anos. Houve aqui uma grande
mudança demográfica e populacional. Houve uma dinamização, um ordenamento do
território feito com base na construção destas barragens. O que é hoje o
nordeste transmontano resulta muito destas obras. Isto tem uma grande
importância económica para o país com os recursos naturais que temos e não
compramos, para além da região é importante para o país». António Pita de Abreu
afirmou ainda: «interessa celebrar e do ponto de vista interno mostrar aos mais
novos a importância do TRABALHO que os antigos foram fazendo. Hoje a EDP tem
uma presença mundial que não tinha».
Em relação aos
pedidos do presidente da Câmara de Montalegre, o dirigente da EDP respondeu
deste modo: «tenderemos a atender as revindicações do senhor presidente da
Câmara na medida das possibilidades e ao ritmo que for preciso. Ouvi, tomei
nota e interessa-nos garantir a melhor qualidade do serviço para toda a gente.
Sabemos que há regiões mais difíceis do que outras e aqui o tempo não ajuda
muito por isso exige cuidados especiais. Em relação à contribuição, o governo
trabalhou para legislar, em colaboração com as autarquias, um pagamento que os
produtores de eletricidade e a EDP fariam e que já começamos a pagar. Há um
ponto de equilíbrio que não corresponde à satisfação plena das duas partes.
Temos a consciência que prestamos um serviço básico e essencial para as
populações e a nossa obrigação é prestá-lo com a melhor qualidade possível ao
melhor preço possível».
Redação/CM
Montalegre
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.