A localização da feira no espaço urbano da cidade foi
evoluindo ao longo de séculos, acompanhando o crescimento do aglomerado. Os
locais de realização foram decididos por razões de segurança, de salubridade,
de centralidade das novas praças face ao desenvolvimento urbano. A feira tinha
um papel essencial no abastecimento público e nas relações económicas da
região. A localização fronteiriça de Bragança representava em termos geopolíticos
um ponto sensível, na defesa da fronteira e da integridade do território, em
tempo de paz por ela se fazia o comércio transfronteiriço, se promoviam as
relações sociais e culturais entre povos raianos.
O peso político, militar e económico das terras de Bragança,
inicialmente através da família dos Bragançãos e posteriormente pela Casa de
Bragança, oficialmente designada de Sereníssima Casa de Bragança, família nobre
com elevada influência na Europa e no mundo, hão-de ter tido relevância na
concessão de privilégios que lhe foram atribuídos, de feira franca, na redução
de impostos, na comercialização de bens, na atribuição de condições especiais
de despacho e verificação de mercadoria na Alfândega, com o objetivo de
fortalecer o comércio com regiões vizinhas contíguas como Castela e Galiza,
também com Aragão e Navarra. Durante séculos vendedores dessas regiões terão
percorrido os caminhos que conduziam à feira de Bragança.
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