Com um historial de 300 anos, porque não o "Dia do Cânhamo" numa festividade de Torre de Moncorvo ? E porque não tentar recolher os utensílios para o fabrico das cordas, como noutras terras o fizeram para o linho ?! Em 1944 ainda se cultivava oficialmente; na Lousa houve resistentes, guardiões da tradição, que há poucos anos tinham por lá umas hortinhas com aquela planta, por acaso, bem bonita. Se calhar tem mais antiguidade do que a amêndoa coberta (quando começou ? nas invasões napoleónicas?). O que diriam as autoridades ? As touradas com touros de morte também abalaram o preconceito . . . E já agora "a Feitoria" que era como se chamava o quintal da casa do Sr. Miguel Mesquita, na Corredoura, seria o local onde esteve a Real Feitoria do Cordame ou seria a Real Feitoria de Sabão ? O nosso amigo António Júlio é capaz de saber; se ele não souber, não descansa até descobrir. Resumindo, Torre de Moncorvo pode muito bem ter sido a Katmandu portuguesa sem ter dado por isso...
Eu tinha 7 ou 8 anos e lembro-me de o cânhamo ser espadelado na Corredoura, ao lado direito da capela de S. Sebastião. O homens espadelavam e as mulheres enchiam sacos com o linho-cânhamo espadelado. Penso que os homens sabiam que o cânhamo se podia fumar, porque enxotavam os raparigos que andavam por ali a apanhar as farripas qua caíam no chão. Os garotos mais espigadotes, quando conseguiam uma mancheia dessas farripas, embrulhavam-nas em camisas de milho e iam para o fundo do Canafechal fumar. Mas aquilo só dava para queimar a língua e o céu da boca. Tinham de ir a correr ao tanque das bestas e, de língua de fora, deixar a água apagar aquele ardor.
. . . afinal eu tenho razão ! Corredoura a Katmandu do Nordeste!
Até a figueira, tal era a "pedrada", ficou pendurada na Igreja ! E quem tem imaginação para escrever um romance de ficção envolvendo uma comunidade na Vilariça tipo "cartel" colombiano . . . eu não, mas apoio ! F. Garcia Mirandela
A Feitoria era constituída por uma série de edificações rasteiras, tipo palheiros formando uma correnteza onde actualmente se encontra um café, uma pastelaria, uma oficina de reparação de carros, outra de venda de pneus, mais um stand de automóvéis, etc, ou seja: aquelas casas ou palheiros que eram do dr. Andrês e onde funcionou também um lagar de azeite. No início do século XIX, pensou-se em instalar em Moncorvo o Regimento de Infantaria nº 5, salvo erro, e para isso iniciaram-se estudos para a construção do respectivo quartel. E pensou-se também em estabelecer na Corredoura o tal quartel, aproveitando-se exactamente as casas da antiga Cordoaria. Com tal objectivo a engenharia militar fez levantamento das construções existentes. Tal projecto encontra-se em Lisboa, no Arquivo Histórico Miltar, que em tempos me forneceu uma cópia. O facto de se chamar Feitoria aos terrenos envolventes poderá significar que também eles eram utilizados para depósito do linho cânhamo que muitos carros de bois diariamente para ali transportavam não só dos campos da Vilariça mas até de concelhos em redor,da Meda até Mirandela... Júlio Andrade
A seguir às invasões francesas, houve em Portugal uma remodelação da estrutura militar. No âmbito dessa remodelação pensou-se em instalar em Moncorvo um Regimento de Infantaria. Para isso fizeram-se projectos e estudos. Um dos estudos previa a transformação da antiga Fábrica de Cordoaria para Quartel. Para isso se fez o levantamento topográfico da Fábrica, o qual se encontra no Arquivo Histórico do Exército. J. Andrade
Desisto ! Ele sabe tudo. O que é que o AJA não sabe? Este Homem dorme? O que me impressiona é a sua simplicidade que é proporcional ao seu Saber. Todos os Moncorvenses - todo o Concelho - tem obrigação de um dia prestar a este investigador/historiador as honras que lhe são devidas. Sinto-me orgulhoso por ele fazer o favor de ser meu amigo. F. Garcia Mirandela
...e das Crónicas/artigos que publicou no "Terra Quente" porque não fazer uma compilação em livro. Li algumas. São de elevado interesse para manter avivados conhecimentos que de outra forma se iriam perder, dispersar, talvez esquecer.
Havia uma o costume dos "indios" da corredoura irem à vila resolver os seus casos com varapaus. Agora ,sei por quê.Não podiam enterrar o cachimbo da paz pois fazia falta para as passas da praxe!. Imagino uma ronda do cacachimbo no adro do S.Sebastião. LAG
Ri com vontade, porque o nosso Amigo LAG até gaguejou com o cacachimbo. Não leve a mal, Amigo. Eu gosto imenso dos seus comentários. E em Blogs até as gralhas têm graça. Esta teve. Eu imaginei logo um dos da ronda, no adro de S. Sebastião, já com a sua "pedrada", a pedir ao do lado "Dá cá cá o cacachimbo".
Para Portugal sair da crise e dar um novo alento à Agricultura moribunda da nossa região, deveríamos enveredar pelo cultivo autorizado da cannabis. Não estou a brincar! A holanda é bem mais avançada e tira lucros e impostos fabulosos deste cultivo.
Viva a tradição! Pedrados há 300 anos.Bai 1 tcharro meu?Depois dizem que foram os retornados que a trouxeram .
ResponderEliminarCom um historial de 300 anos, porque não o "Dia do Cânhamo" numa festividade de Torre de Moncorvo ?
ResponderEliminarE porque não tentar recolher os utensílios para o fabrico das cordas, como noutras terras o fizeram para o linho ?!
Em 1944 ainda se cultivava oficialmente; na Lousa houve resistentes, guardiões da tradição, que há poucos anos tinham por lá umas hortinhas com aquela planta, por acaso, bem bonita.
Se calhar tem mais antiguidade do que a amêndoa coberta (quando começou ? nas invasões napoleónicas?). O que diriam as autoridades ?
As touradas com touros de morte também abalaram o preconceito . . .
E já agora "a Feitoria" que era como se chamava o quintal da casa do Sr. Miguel Mesquita, na Corredoura,
seria o local onde esteve a Real Feitoria do Cordame ou seria a Real Feitoria de Sabão ?
O nosso amigo António Júlio é capaz de saber; se ele não souber, não descansa até descobrir.
Resumindo, Torre de Moncorvo pode muito bem ter sido a Katmandu portuguesa sem ter dado por isso...
F. Garcia
Mirandela
Eu tinha 7 ou 8 anos e lembro-me de o cânhamo ser espadelado na Corredoura, ao lado direito da capela de S. Sebastião. O homens espadelavam e as mulheres enchiam sacos com o linho-cânhamo espadelado.
ResponderEliminarPenso que os homens sabiam que o cânhamo se podia fumar, porque enxotavam os raparigos que andavam por ali a apanhar as farripas qua caíam no chão. Os garotos mais espigadotes, quando conseguiam uma mancheia dessas farripas, embrulhavam-nas em camisas de milho e iam para o fundo do Canafechal fumar. Mas aquilo só dava para queimar a língua e o céu da boca. Tinham de ir a correr ao tanque das bestas e, de língua de fora, deixar a água apagar aquele ardor.
Júlia
. . . afinal eu tenho razão !
ResponderEliminarCorredoura a Katmandu do Nordeste!
Até a figueira, tal era a "pedrada", ficou pendurada na Igreja !
E quem tem imaginação para escrever um romance de ficção envolvendo uma comunidade na Vilariça tipo "cartel" colombiano . . . eu não, mas apoio !
F. Garcia
Mirandela
F. Garcia
Mirandela
A Feitoria era constituída por uma série de edificações rasteiras, tipo palheiros formando uma correnteza onde actualmente se encontra um café, uma pastelaria, uma oficina de reparação de carros, outra de venda de pneus, mais um stand de automóvéis, etc, ou seja: aquelas casas ou palheiros que eram do dr. Andrês e onde funcionou também um lagar de azeite. No início do século XIX, pensou-se em instalar em Moncorvo o Regimento de Infantaria nº 5, salvo erro, e para isso iniciaram-se estudos para a construção do respectivo quartel. E pensou-se também em estabelecer na Corredoura o tal quartel, aproveitando-se exactamente as casas da antiga Cordoaria. Com tal objectivo a engenharia militar fez levantamento das construções existentes. Tal projecto encontra-se em Lisboa, no Arquivo Histórico Miltar, que em tempos me forneceu uma cópia. O facto de se chamar Feitoria aos terrenos envolventes poderá significar que também eles eram utilizados para depósito do linho cânhamo que muitos carros de bois diariamente para ali transportavam não só dos campos da Vilariça mas até de concelhos em redor,da Meda até Mirandela... Júlio Andrade
ResponderEliminarA seguir às invasões francesas, houve em Portugal uma remodelação da estrutura militar. No âmbito dessa remodelação pensou-se em instalar em Moncorvo um Regimento de Infantaria. Para isso fizeram-se projectos e estudos. Um dos estudos previa a transformação da antiga Fábrica de Cordoaria para Quartel. Para isso se fez o levantamento topográfico da Fábrica, o qual se encontra no Arquivo Histórico do Exército. J. Andrade
ResponderEliminarSAIU NO BLOGUE:
ResponderEliminarhttp://lelodemoncorvo.blogspot.com/2010/10/torre-de-moncorvo-quartel-militar-na.html
Desisto ! Ele sabe tudo. O que é que o AJA não sabe?
ResponderEliminarEste Homem dorme?
O que me impressiona é a sua simplicidade que é proporcional ao seu Saber.
Todos os Moncorvenses - todo o Concelho - tem obrigação de um dia prestar a este investigador/historiador as honras que lhe são devidas.
Sinto-me orgulhoso por ele fazer o favor de ser meu amigo.
F. Garcia
Mirandela
...e das Crónicas/artigos que publicou no "Terra Quente" porque não fazer uma compilação em livro.
ResponderEliminarLi algumas. São de elevado interesse para manter avivados conhecimentos que de outra forma se iriam perder, dispersar, talvez esquecer.
F. Garcia
Mirandela
Subscrevo tudo quanto disse o Fernando Garcia.
ResponderEliminarAbraços para ambos,
Júlia
Joaquim Silva: pelos vistos o D . JOÃO IV já era um tipo muito avançado para a época
ResponderEliminarHavia uma o costume dos "indios" da corredoura irem à vila resolver os seus casos com varapaus.
ResponderEliminarAgora ,sei por quê.Não podiam enterrar o cachimbo da paz pois fazia falta para as passas da praxe!.
Imagino uma ronda do cacachimbo no adro do S.Sebastião.
LAG
Ri com vontade, porque o nosso Amigo LAG até gaguejou com o cacachimbo.
ResponderEliminarNão leve a mal, Amigo. Eu gosto imenso dos seus comentários. E em Blogs até as gralhas têm graça. Esta teve. Eu imaginei logo um dos da ronda, no adro de S. Sebastião, já com a sua "pedrada", a pedir ao do lado "Dá cá cá o cacachimbo".
Um abraço
Júlia
Sinto muito orgulho em ter sido aluna do Prof. Júlio Andrade. Obrigada pela partilha dos seus profundos conhecimentos
ResponderEliminarPara Portugal sair da crise e dar um novo alento à Agricultura moribunda da nossa região, deveríamos enveredar pelo cultivo autorizado da cannabis. Não estou a brincar! A holanda é bem mais avançada e tira lucros e impostos fabulosos deste cultivo.
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