"Era uma menina que era filha órfã, sem pai;
Não tinha outro abrigo, vivia com a mãe.
E a mãe, como não queria que a filha amores tivesse,
Namoravam-se às escondidas, sem que a mãe nunca o
soubesse.
Namoraram-se catorze meses, sem nunca haver novidade;
ao fim dos catorze meses Deus deu-lhe uma enfermidade
duma moléstia que andava, chamada febre amarela.
Dentro em vinte e quatro horas toma a morte posse
dela.
A mãe, como nada sabia, que a filha amores tivesse,
A filha tudo lhe disse, até onde morava.
Manda a mãe uma criada, a casa lh’assubia:
-
Venha ver a sua
amada, qu’está na última agonia.
E ele, como nada sabia, sobressaltado ficou,
E mesmo naquele instante a criada acompanhou.
E quando chegou à porta, encontrou tudo fechado.
Encontrou tudo fechado, janela, porta, postigo;
Ali não s’ouvia nada, nada, senão a gemidos.
Entrou pela casa adentro, ao quarto onde dormia;
A mãe chorava de pena, ela na cama gemia.
Dá-me de lá um aceno, antes que me coma a terra;
É o produto que tiras desta infeliz donzela.
-
Queria Deus que
te não corrompa o corpo malmitério (?),
Enquanto não seja dado meu corpo ao cemitério.
-
Eu vou-te dar um
adeus antes que me coma a terra,
-
Que é o produto
que tiras desta infeliz donzela.
<<Adeus, amor da minha alma>>, foi as
falas que lhe deu;
apertou a mão dele, fechou os olhos e morreu.
Variantes: 10a pergunt’à... – 19aa m. Ela
c. – 20b q. te c."
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