O Novo Norte, Programa Operacional Regional do Norte,
aprovou esta quinta-feira um co-financiamento investimento de 13 milhões de
euros para 26 projectos de requalificação de Património Cultural, que implicam,
no total, 17 milhões de euros. Os dois projectos de maior envergadura, de
quatro e dois milhões de euros, são de duas Misericórdias, as de Braga e de
Vila do Conde, e implicam a reabilitação de edifícios para instalação dos
respectivos arquivos.
De acordo com o comunicado da Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), entre os investimentos a apoiar pelo
ON-2 está a ainda a intervenção em curso na Casa de Chá da Boa Nova, de Siza
Vieira (quase 577 mil euros), em Matosinhos, concelho que também receberá cerca
de 188 mil euros para a recuperação e reabilitação da Ponte Medieval de D.
Gomil.
"As intervenções em causa, no valor de mais de 17
milhões de euros, dizem respeito, na maioria dos casos, à “conservação,
restauro e reabilitação de património classificado e, também, a centros
interpretativos", refere o mesmo comunicado. Em declarações ao PÚBLICO, o
responsável pelo ON.2, Carlos Duarte, explicou que também esta quinta-feira
encerrou a chamada para um último pacote de sete milhões, ainda para este
sector, o que elevará para 45 milhões o total co-financiado pelo programa
regional na área patrimonial
O concelho do Porto é aquele que, de entre os 26 projectos
receberá apoio para o maior número de intervenções: a Casa das Artes e Casa
Allen (768 mil euros), o Palácio da Bolsa (301 mil euros),e as iniciativas "Cidade em Transição" (189 mil
euros), "Viagens com Alma no Douro -- A Via para Novos Mundos" (287
mil euros). Já a Direção Regional de Cultura do Norte vai receber cerca de 1,5
milhões de euros para um programa de dinamização do património religioso
medieval intitulado "Entre o Sagrado e o Profano", que abrangerá
vários monumentos do Estado.
A reabilitação do conjunto edificado do Parque Urbano do
Paço da Giela, Arcos de Valdevez (1,4 milhões de euros), a Igreja de São Pedro,
Amarante (758 mil euros), o Centro Interpretativo da Maria da Fonte, Póvoa de
Lanhoso (1,5 milhões de euros), ou a valorização e dinamização do Centro
Cultural Solar dos Condes de Vinhais (275 mil euros) são alguns dos outros
projectos que viram aprovada a sua candidatura.
A Ponte de Estorãos (Ponte de Lima), a igreja de Santa Maria
da Visitação de Castro Laboreiro, o Centro Interpretativo da Aldeia de
Quintandona (Penafiel), o património da Santa Casa da Misericórdia e o Mosteiro
de S. João d'Arga (ambos em Caminha), a Igreja do Mosteiro de Ermelo (Arcos de
Valdevez), o monumento Fortaleza (Valença), o Museu de Artes Decorativas (Viana
do Castelo), a Bienal de Cerveira, a rede interpretativa do património de Ponte
da
Barca, o Centro Interpretativo da Cidade de Lamego, a Torre
de Lapela (Monção) e a reabilitação da fonte principal das Termas do Peso
(Melgaço) são os restantes projectos elegíveis por este apoio do ON.2.
Mosteiro de Santa Clara na última chamada
Entre as várias entidades que até esta quinta-feira
entregaram candidaturas aos sete milhões ainda disponíveis está a Câmara de
Vila do Conde, que depois de ter falhado a entrega de documentação, na chamada
anterior, vai finalmente propor o projecto de recuperação do Mosteiro de Santa
Clara, do século XIV, actualmente sem uso e ao abandono e a necessitar de uma
intervenção de urgência, orçada em 480 mil euros.
Elisa Ferraz, presidente da câmara, explicou à Lusa que a
obra tem um prazo de execução de seis meses. "Já submetemos o projetco com
todos os requisitos exigidos, inclusive o concurso, cuja adjudicação está
pronta a ser assinado assim que tivermos luz verde do financiamento, para que
as obras possam começar imediatamente", afirmou.
Elisa Ferraz refere que este é um projecto
"estruturante e cheio de potencialidade para Vila do Conde",
afirmando que "os vilacondenses aguardam com muita expectativa o destino
que o governo vai dar ao espaço". A autarca explicou ainda que a câmara
"tem procurado ideias para que, na fase de transição entre a
requalificação do mosteiro e a finalidade que a tutela venha dar ao edifício,
os vilacondenses possam visitar o local e usufruir dele a nível cultural".
O Mosteiro de Santa Clara, que foi uma das mais maiores
casas religiosas femininas portuguesas, foi instituído em 1318, por iniciativa
de D. Afonso Sanches e D. Teresa Martins. Após o decreto liberal de extinção
das ordens religiosas, a vida no convento foi-se apagando, até chegar ao seu
termo, em 1892, com a morte da última freira.
Em 1902, recebeu a Casa de Detenção e Correcção do Porto e
depois Reformatório de Vila do Conde e Escola Profissional de Santa Clara,
sendo aproveitado para centro educativo (estabelecimento de tutela de menores).
Provisoriamente, também o tribunal local chegou a estar ali instalado, mas
desde 2010 o mosteiro está ao abandono.
Em Setembro de 2008, o Turismo de Portugal e o Grupo Pestana
(proprietário da rede das Pousadas de Portugal) firmaram um contrato para a
transformação do imóvel em pousada, mas tal nunca se concretizou.O monumento
está localizado no centro da cidade de Vila do Conde, em cima de um monte, e
nos últimos anos foi ocupado por delinquentes e toxicodependentes que foram
danificado o edifício, até uma intervenção cívica proceder a uma recuperação
superficial e limpeza do espaço, no ano passado.
Fonte: Público
Videira Félix
ResponderEliminarMoncorvo, a vila mais senhorial transmontana.
Para bom entendedor....
A maioria do dinheiro foi para o concelho do Porto que nem sequer é zona de convergência e vejam o que veio para trás os montes... e assim se gasta o dinheiro dos fundos comunitários que deveriam servir para compensar as zonas mais pobres do país!
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