terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Aprovados no Norte financiamentos no total de 13 milhões na área do património

O Novo Norte, Programa Operacional Regional do Norte, aprovou esta quinta-feira um co-financiamento investimento de 13 milhões de euros para 26 projectos de requalificação de Património Cultural, que implicam, no total, 17 milhões de euros. Os dois projectos de maior envergadura, de quatro e dois milhões de euros, são de duas Misericórdias, as de Braga e de Vila do Conde, e implicam a reabilitação de edifícios para instalação dos respectivos arquivos.
De acordo com o comunicado da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), entre os investimentos a apoiar pelo ON-2 está a ainda a intervenção em curso na Casa de Chá da Boa Nova, de Siza Vieira (quase 577 mil euros), em Matosinhos, concelho que também receberá cerca de 188 mil euros para a recuperação e reabilitação da Ponte Medieval de D. Gomil.
"As intervenções em causa, no valor de mais de 17 milhões de euros, dizem respeito, na maioria dos casos, à “conservação, restauro e reabilitação de património classificado e, também, a centros interpretativos", refere o mesmo comunicado. Em declarações ao PÚBLICO, o responsável pelo ON.2, Carlos Duarte, explicou que também esta quinta-feira encerrou a chamada para um último pacote de sete milhões, ainda para este sector, o que elevará para 45 milhões o total co-financiado pelo programa regional na área patrimonial
O concelho do Porto é aquele que, de entre os 26 projectos receberá apoio para o maior número de intervenções: a Casa das Artes e Casa Allen (768 mil euros), o Palácio da Bolsa (301 mil euros),e as iniciativas  "Cidade em Transição" (189 mil euros), "Viagens com Alma no Douro -- A Via para Novos Mundos" (287 mil euros). Já a Direção Regional de Cultura do Norte vai receber cerca de 1,5 milhões de euros para um programa de dinamização do património religioso medieval intitulado "Entre o Sagrado e o Profano", que abrangerá vários monumentos do Estado.


A reabilitação do conjunto edificado do Parque Urbano do Paço da Giela, Arcos de Valdevez (1,4 milhões de euros), a Igreja de São Pedro, Amarante (758 mil euros), o Centro Interpretativo da Maria da Fonte, Póvoa de Lanhoso (1,5 milhões de euros), ou a valorização e dinamização do Centro Cultural Solar dos Condes de Vinhais (275 mil euros) são alguns dos outros projectos que viram aprovada a sua candidatura.
A Ponte de Estorãos (Ponte de Lima), a igreja de Santa Maria da Visitação de Castro Laboreiro, o Centro Interpretativo da Aldeia de Quintandona (Penafiel), o património da Santa Casa da Misericórdia e o Mosteiro de S. João d'Arga (ambos em Caminha), a Igreja do Mosteiro de Ermelo (Arcos de Valdevez), o monumento Fortaleza (Valença), o Museu de Artes Decorativas (Viana do Castelo), a Bienal de Cerveira, a rede interpretativa do património de Ponte da
Barca, o Centro Interpretativo da Cidade de Lamego, a Torre de Lapela (Monção) e a reabilitação da fonte principal das Termas do Peso (Melgaço) são os restantes projectos elegíveis por este apoio do ON.2.
Mosteiro de Santa Clara na última chamada
Entre as várias entidades que até esta quinta-feira entregaram candidaturas aos sete milhões ainda disponíveis está a Câmara de Vila do Conde, que depois de ter falhado a entrega de documentação, na chamada anterior, vai finalmente propor o projecto de recuperação do Mosteiro de Santa Clara, do século XIV, actualmente sem uso e ao abandono e a necessitar de uma intervenção de urgência, orçada em 480 mil euros.
Elisa Ferraz, presidente da câmara, explicou à Lusa que a obra tem um prazo de execução de seis meses. "Já submetemos o projetco com todos os requisitos exigidos, inclusive o concurso, cuja adjudicação está pronta a ser assinado assim que tivermos luz verde do financiamento, para que as obras possam começar imediatamente", afirmou.
Elisa Ferraz refere que este é um projecto "estruturante e cheio de potencialidade para Vila do Conde", afirmando que "os vilacondenses aguardam com muita expectativa o destino que o governo vai dar ao espaço". A autarca explicou ainda que a câmara "tem procurado ideias para que, na fase de transição entre a requalificação do mosteiro e a finalidade que a tutela venha dar ao edifício, os vilacondenses possam visitar o local e usufruir dele a nível cultural".
O Mosteiro de Santa Clara, que foi uma das mais maiores casas religiosas femininas portuguesas, foi instituído em 1318, por iniciativa de D. Afonso Sanches e D. Teresa Martins. Após o decreto liberal de extinção das ordens religiosas, a vida no convento foi-se apagando, até chegar ao seu termo, em 1892, com a morte da última freira.
Em 1902, recebeu a Casa de Detenção e Correcção do Porto e depois Reformatório de Vila do Conde e Escola Profissional de Santa Clara, sendo aproveitado para centro educativo (estabelecimento de tutela de menores). Provisoriamente, também o tribunal local chegou a estar ali instalado, mas desde 2010 o mosteiro está ao abandono.
Em Setembro de 2008, o Turismo de Portugal e o Grupo Pestana (proprietário da rede das Pousadas de Portugal) firmaram um contrato para a transformação do imóvel em pousada, mas tal nunca se concretizou.O monumento está localizado no centro da cidade de Vila do Conde, em cima de um monte, e nos últimos anos foi ocupado por delinquentes e toxicodependentes que foram danificado o edifício, até uma intervenção cívica proceder a uma recuperação superficial e limpeza do espaço, no ano passado.
Fonte: Público

2 comentários:

  1. Videira Félix
    Moncorvo, a vila mais senhorial transmontana.
    Para bom entendedor....

    ResponderEliminar
  2. A maioria do dinheiro foi para o concelho do Porto que nem sequer é zona de convergência e vejam o que veio para trás os montes... e assim se gasta o dinheiro dos fundos comunitários que deveriam servir para compensar as zonas mais pobres do país!

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.