quarta-feira, 2 de outubro de 2013

AS “NORIAS” SÍRIAS

Em Setembro de 2010 viajei até à Siria :  alguns lugares bíblicos, o Eufrates e algumas cidades : Damasco, a capital, a sul;  Aleppo a norte: Palmira, já no deserto; Malula, onde o aramaico (falado por Jesus) ainda se ouve…Entre Damasco e Aleppo visitei duas  cidades antiquíssimas : Hama e Homs,  hoje ambas  cidades-mártires.Situadas nas margens do Rio Orontes,  possuem uma característica muito interessante:  as gigantescas noras, tão grandes como prédios de 5 ou 6 andares que, em séculos passados , elevavam 95 litros de água por segundo . Através de aquedutos,  essa água ia abastecer cada uma das cidades. (Ver fotos).E porque achei esta característica tão interessante?  É que a  palavra árabe para estas enormes  noras é  “NORIAS”. E a palavra  fez-me  imediatamente recordar  uma  velha  cortinha  que  existia  ao fundo  da Rua das  Amoreiras,entre a casa do motor  do Sr. Moura e a ribanceira do Canafechal. Essa cortinha chamava-se NORIA  e  tinha uma fonte que nunca secava .
 27 defev.º 2012
Júlia Ribeiro
Fotos das noras enviadas pela autora e foto de Moncorvo tirada do antigo campo de futebol(o famoso estádio S.Paulo, onde ,em 1952, jogou o F.C. do Porto).Ampliando a fotografia, reconhece-se a cortinha ,a cadeia e a casa do motor.

Nota: Para abrir a página(ampliar as fotos), clique no lado direito do rato ;abrem as instruções, e depois clique em abrir hiperligação.
Nota do editor: este texto foi publicado no dia 27/02/12

14 comentários:

  1. Homs (em árabe: حمص) ou Hims, antigamente chamada Emese, Emesa (em grego: ἡ Ἔμεσα), ou La Chamelle durante as Cruzadas[1], é uma cidade a oeste da Síria e a capital do estado de Homs. Encontra-se a 450 m acima do nível do mar, e é localizada a 160 km de Damasco e 190 km de Aleppo. Localiza-se às margens do rio Orontes. Também é o ponto de interligação entre as cidades do interior e a costa do Mar Mediterrâneo. Na época do Império Romano era conhecida por Emesa. O famoso Krak des Chevaliers, um forte dos Cruzados na Síria e um dos castelos militares importantes melhor preservados do mundo, está construído sobre a montanha que vislumbra todo o vale de Homs. É também onde se situa a Tumba de Khalid bin Walid, um famoso e celebrado general árabe muçulmano. A população estimada da cidade em 2007 era de 1 647 000 habitantes.
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Homs

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  2. Lembro-me muito bem da Nória. Tinha os mellores pêssegos do mundo.
    A fonte nunca secava, mas na altura da lagaragem do azeite era turvada pelo piche que escorria do lagar que ficava em frente da casa do motor. A gente queria ir lá lavar as tripas para o fumeiro e avia dias que era impossível por causa do piche,

    Maria da Querdoira

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  3. Olá, Maria da Querdoira,

    Também me lembro da Nória. Quando andava na aula da D. Isabel. íamos à Nória .aos figos. Mas uma mulher que guardava a cortinha dava-nos cada corrida . Tempos que já la vão.

    António Manso

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  4. Alpiche que vinha do lagar sem tratamento,atravessava a rua e descia pela cortinha placidamente até à fonte Carvalho.Os bons terrenos para hortas foram engolidos pela construção civil sem apelo nem agravo.O bairro do Santo Cristo é isso mesmo, um cristo.Tanto espaço a nascente e serra do reboredo foram escolher o melhor es solos para o betão.O centro histórico despovoa-se por falta de visão dos construtores, camara e a obstução doentia do IGESPAR.A antiga entrada da vila, vindo do Pocinho, mete dó.Não falando do espaço da velha União e o dos Paivas.A ribanceira do Canafechal era a casa de banho a céu aberto dos +
    índios da coreedoura e dos alunos das escolas.O tanque de arrefecimento do motor da luz era a piscina aquecida para os bagueiros da noite. E muito obrigado à drª Júlia por este belo e eficaz texto.
    Noitibó

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  5. Olá Julinha!

    A "nora" e a "sogra"...A nora que havia na Nogueira feita pelo meu pai que era
    mestre na arte de trabalhar o ferro.

    Com um beijinho muito grande da sua amiga

    Irene
    Olá Julinha!

    A "Nora" e a "Sogra"...A nora que havia na Nogueira feita pelo meu pai que era mestre a trabalhar o ferro.

    Com um beijo da sua amiga

    Irene

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  6. Tmbém participei nos assaltos aos figos e aos pêssegos da Nória. Mas a Tia Cassilda Trovões, mãe do Abel Carteiro, corria-nos à terroada. Aquilo é que era fugir.

    Zé do Carrascal

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  7. "Nórias" bonitas havia-as um pouco por todas as aldeias do concelho. Infelizmente têm sido devoradas pela nossa incúria! Lamento que os meus netos nunca sintam o cansaço e a sensação de castigo que o avô suportava quando o obrigavam a tocar o burrinho em volta da "noria" do sr. Antero, nas Olgas, em Felgueiras ou o pai deles (já a brincar e não por obrigação) na "nória" do Pinhal, termo do Larinho. Mas no concelho, para além destas que estão já desconjuntadas, existem ainda algumas bem mais imponentes. Será que alguma delas ficará, ao menos a embelezar um dos nossos magros jardins? A propósito: passando em um destes dias pela Horta da Vilariça, vi ali, na rua, desmontadas, as pedras de um histórico lagar de azeite. Será que vão parar em alguma escombreira? J. Andrade.

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  8. Há uma fonte com o nome de nória na Lousa.Um lousense ou louceiro?,podia dizer alguma coisa sobre esse nome .Eu nunca fui á Lousa,foi a minha tia que me disse.Haverá?O dr.Virgilio Tavares ou dr. Carlos Abreu podiam falar dessa fonte.

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  9. Que grande batatal que era o campo.Tanta gente dentro das 4 linhas.Fim do jogo mas não sabemos quem jogou e venceu.A fotografia serve para referenciar a época ,a ausência de construções e para ver como tudo mudou.Para melhor.
    Leitor

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  10. Olá, grandes Blogueiros, Ireninha, Noitibó, A.Júlio Andrade, Mª da Querdoira, e todos os outros Amigos que também ainda se lembram desta Nória e de outras nórias e de tantos episódios curiosos passados na nossa velha Corredoura.

    Abração
    Júlia

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  11. Memórias que evocam outras memórias ...Com a sua (outra)prodigiosa memória e o dom de bem contar,fale-nos lá dos "tantos episódios curiosos passados na nossa velha Corredoura",ó Julinha!
    Beijinho.

    Uma moncorvense

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  12. Ah! Este texto e respectivos comentários, tudo me soube a pouco.Soube-me a todas as norias da minha infância; a todos os burricos, e ao cantar da água, escorrendo dos caldeiros, hoje velhos e ferrugentos, esquecidos, arrumados a um canto.Enquanto traarmos assim o passado, não vamos a lado nenhum...
    Abraços,
    Tininha

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  13. Nesse tempo também havia piolhos,lêndeas,percevejos,colchões de palha,batatas a servir de rolhas das azeiteiras,toucinho rançoso,banha para tempêros,palha e bostas nas ruas,calças de cotim,socos e alpargatas,agulhas de grafonola,gnres, ratos e bebados nas canelhas,concursos de peidos no Basílio e doutores na praça,peixe de escabeche na urbana,taças de branco no rui,tinto do peredo no júlio ferrador,capilé no moreira,catequistas a trás do adro,o barriel e o toninho cabaço a tocar aos sinos,as velhas da corredoura a mijar de pé,o perna daço a concertar um furo, o santos da burnideira a lavar o ford,o duque a escovar o side-car,a amélia do bitcho a vender chicharos,o jerónimo com a scania-vabis carregada de areia da ribeira,o carlos rodrigues e o poiares a acertarem o passo na praça nova,a joaninha a meter a cavilha para o amável falar para a legião,o machadinho a mandar o césar carancas a pintar a capela -vinha a amélinha de vilar chão-o patatchim foi despromovido de sacristão a alfaiate,o júlio inaugorou os presépios,um padre abastecia-se no asilo,o comboio demorava 6 horas a chegar ao porto,o carrejão chocou com o manel da mala e o doutore rodrigues mandou as freiras do hospital darem um clister,os vidros das escolas da corredoura estavam partidos,nos dias de feira trocavam a bola pelos económicos,roubavam dióspiros da cortinha do abel gomes,sangue do matadouro do montesinho,o chico do porto e o passarinho iam de pachantcho arrear o calhau a trás do marco da nossa senhora, ao marmeleiro,o veiga vendia o mundo de aventuras e bacalhau,o armandor caiava os sapatos,a maria violeira iniciava mais um e o moura ligava o motor da luz,havia uma carroça puxada por uma mula para levar o lixo para o fundo do carrascal,o leite vinha directamente das vacas da silveira,e a manteiga era atada com fio de sapateiro e selada a chumbo ,o pão centeio matava a fome aos pobres, ainda não era moda dos ricos que comiam moletes e paivinhas,o centro de desemprego tinha filiais nas tabernas,o abono de familia era o rebusco e o subsidio de férias e natal era ir á brecha,ás sortes fugiam para as franças e andanças,as farmacias não vendiam camisas de vénus e a fome e as doenças encarregavam-se do controle da natalidade,ao reboredo ia-se á lenha aos medronhos e a espreitar os namorados,o anibal cai-cai pedia água quente para mijar melhor ,o rutch faltava-lhe um olho para entrar para a legião estranjeira, o horácio espalha vendia tabaco a qualquer hora e o cagádo das moscas engraixava na praça todos os dias.enforcou-se.ando á nora com as voltas da nória e antes que fique lúcido,paro.
    saúde e faternidade ou a bem da nação.
    Um vosso criado

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  14. Minha Nossa Senhora!
    Criados já nós estamos todos e bem, pelos vistos!
    Ora, com um passado assim...
    Fique Vossa Mercê em bem!

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