Murça tem a porca, o Porto tripas e contas à sua moda. Aqui,
porém, há uma calçada, um caminho feito, composto de propósito, há séculos,
para dali não arredar perante a borrasca derivada dos temporais e dando melhor andadura
principalmente ao animal de carga e tracção.
Tudo isto é quase nada se comparado com os feitos de
Alexandre Magno que representa o cúmulo da heroicidade e largueza de vistas sendo
que, para outros, tende a roçar a demência e a crueldade (ainda que se fizesse
acompanhar de livros que consultava em pleno campo de batalha, talvez no vagar
de algumas noites).
Pelo prisma da distância (se no tempo se no espaço não é, em
bom rigor, o mesmo) posicionamo-nos para aproximações. Focalizando o perto
precisamos, por outro lado, de fazer coincidir, ou esperar que coincidam uma
série de aspectos.
A fotografia no geral engana quem quer ser enganado, tem essa
vantagem.
Pedras. Resquícios de terra. Pó ligeiramente acamado ou então
agarrado como uma lapa. Cinza.
Com o passar do tempo quietude e perturbação. Pelo fogo mas
também, numa ocasião outra, pelo dar a ver.
Indo por ali abaixo chega-se a um fundo e, antes de se passar
sobre uma ponte naturalmente baixa há a chamada estalagem, bem perto um moinho,
o da ponte (relaciona a antiga passagem sobre a ribeira, levada pela força da
água, há 55 anos).
Património material e imaterial. Matrimónio, para quem se
ache assim casando.
Quem assim fala é de Mós. Se ia de Mós a Freixo, regista-se
em título, como se ia de Freixo a Mós, para além e para aquém também.
Cada um pára, acentua a sua terra e, como soi dizer-se, já é
um pau. Estamos precisando de assim ir procedendo, de quando em vez.
Mostra-se também o caminho novo, um pouco em baixo, ainda
assim traçado na encosta, quase paralelo à calçada. Com atalhos para algures e
para nenhures parece querer perpetuar a via agora praticamente reduzida a cintura da montanha
em si mesma.
Foto e texto de :
Carlos Sambade
Em algumas terras as calçadas e caminhos romanos e medievais são classificadas como monumentos nacionais ou de interesse público. Em Mós e na câmara municipal de Torre de Moncorvo assim se pensava em outros tempos. Recordo-me bem que, em 1979, ainda se prosseguia o processo de classificação daquela via. Depois... muita coisa está por contar para que se escreva história deste concelho. Júlio Andrade.
ResponderEliminarFoz Côa e Moncorvo estão mesmo ligados pela história e pelas coincidências. Também existiu um caminho terra batida entre Mós e Freixo, mas este referente à ligação entre Mós do Douro e Freixo de Numão!
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