A Europa precisa de aumentar em 40 mil hectares a área de
souto para responder à escassez de castanha, provocada também pela praga que
está a assolar os soutos, a vespa do castanheiro, disse a associação do setor.
José Gomes Laranjo, presidente da Associação Portuguesa da
Castanha -- RefCast, disse à agência Lusa que em setembro, num encontro da
Comissão Europeia da Castanha, em Itália, foi lançado o "Desafio de
Bolonha".
"Este desafio tem a ver com a plantação de 40 mil
hectares de souto nos países europeus produtores de castanha (Itália, França,
Espanha e Portugal) nos próximos 10 anos", afirmou o responsável.
A Europa precisa de "fazer face à escassez do
produto", uma situação que, segundo o José Gomes Laranjo, preocupa o setor
porque pode "abrir as portas à importação de castanhas de outros países
fora do espaço europeu, nomeadamente da China", um dos maiores produtores
mundiais deste fruto.
"Nós estamos preocupados com isso, até porque esta
castanha, que pode vir de fora, é seguramente sempre uma castanha de pior
qualidade e isto pode colocar em risco a sustentabilidade da castanha
europeia", frisou.
Uma das causas apontadas para a quebra de produção é a vespa
do castanheiro, uma praga que "está a assolar os soutos em Itália, França
e já chegou a Espanha".
Em Portugal, segundo frisou, ainda não foi detetada mas é
uma situação que está a causar grandes preocupações.
Esta vespa aloja os seus ovos nos gomos dos castanheiros, os
quais depois de picados não conseguem dar mais fruto.
José Gomes Laranjo referiu que a RefCast, a Direção Regional
de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), a Universidade de Trás-os-Montes e
Alto Douro (UTAD) e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) estão
"atentos" e a prepararem-se para atuar mal a vespa seja detetada no
país.
"Nós queremos estar preparados para rapidamente
introduzirmos o parasitóide, já utilizado em Itália, nos nossos soutos, para
que ela não cause cá os estragos que causou lá", salientou.
Segundo o responsável, esta praga "dizimou quase metade
da produção de castanha" em Itália.
Esta nova ameaça surge depois do aparecimento e propagação
da doença da tinta e do cancro que levou, também em Portugal, a um decréscimo
da produção principalmente nas décadas de 80 e 90.
Para concretizar o "Desafio de Bolonha", o
responsável referiu que é necessário sensibilizar os governos dos quatro países
para esta questão, precisamente agora que se estão a definir as estratégias da
Política Agrícola Comum (PAC) para 2014/2020.
"Precisamos de alertar e trabalhar para que o
castanheiro não seja esquecido", frisou.
Em Portugal, segundo acrescentou, seria desejável aumentar a
área de souto em mais 10.000 hectares.
Por causa da escassez de castanha na Europa, José Gomes
Laranjo diz que atualmente que se assiste a uma "grande pressão para
exportar" o fruto colhido em Portugal.
"Há uma enorme procura da castanha portuguesa por parte
das indústrias italiana e francesa", salientou.
Em 2011, Portugal exportou 7.3 mil toneladas de castanha,
que renderam 17.4 milhões de euros.
10:33 - 27 de Outubro de 2013 | Por Lusa
Nota do editor: foto do nosso arquivo.
Brigida Jeremias escreveu:A castanha eu gosto muito da para fazer variadissimos pratos como acompanhamento compotas bolos
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