O Camané traz-nos hoje mais uma historieta das suas.
Posso assegurar-vos que tem a sua graça.
Vamos localizar a estória no tempo e no espaço: isto
passou-se há anos, ainda existia o Banco Nacional Ultramarino (BNU) e ainda
existia o escudo.
Em Torre de Moncorvo era gerente do BNU o Sr. Ricardino,
e caixa era o Sr. Mesquita.
Uma manhã, o Camané, transportando uma pasta de
executivo e muito compenetrado do seu papel de grande capitalista, deu entrada
no Banco e saudou com o ar mais sério do mundo:
- Bom dia, Sr. Mesquita.
O Sr. Mesquita respondeu prazenteiro : -Olá, Camané, o
que te traz por cá?
Colocando a pasta sobre
o balcão e baixando a voz, o Camané segredou : - Tenho aqui 100.000 (cem mil) marcos
alemães.
( O marco alemão - DM - correspondia na altura a cem
escudos. Portanto, 100.000 DM daria a bonita quantia de 10.000.000 (dez
milhões) de escudos, ou seja, em linguagem corrente, dez mil contos. O caixa fez este cálculo em dois segundos, o
tempo que o Camané levou a abrir e a voltar a fechar a pasta).
- Você disse cem mil marcos alemães?
- Disse, pois. E o meu pai vem aí com mais dinheiro
alemão.
- Mais uma pasta?
- Mais duas pastas.
O Sr. Mesquita até ficou assustado e disse :
- Isto ultrapassa-me. Vou chamar o Sr. Ricardino.
Chega o gerente apressado e convida o Camané para o seu
gabinete. Lá dentro estava um cliente, a quem o Sr. Ricardino pediu: “Dê-me só
um momento, por favor”. O cliente saiu.
Ficaram só os dois, o Sr. Ricardino correu as cortinas e, com voz um pouco insegura, disse: - Abre lá
essa pasta, rapaz.
Enquanto se demorava a soltar os fechos, o Camané ia
pensando: “Ai que agora é que vou ser preso”. Pasta aberta, lá dentro, agrafada
a uns papéis, grande, linda, colorida e provocadora com os seus cinco enormes
zeros, uma nota de 100.000 marcos alemães.
O Sr . Ricardino pegou na nota, (“Ai, meu Santo António,
desta vez é que me prendem”) foi mirá-la em contra-luz junto do candeeiro da
secretária e depois soltou uma estrondosa gargalhada.
- Ó rapaz, lá lata tens tu. Com que então, 1942 ? Plena 2ª Guerra Mundial. Não vale um chavo.
Pensavas que me enganavas? És completamente maluco.
O Camané, aliviado, porque não ia preso, rematou: - Mas
olhe que esta nota esteve quase a provocar a 3ª Guerra Mundial. Ora diga lá que
não...
Leiria, 20 de Outº de 2013
Júlia Ribeiro
Boa tarde.
ResponderEliminarAqui José Almendra.
Em 1922 para comprar o pâo, os alemâes tinham de levar um monte de notas, eram quantias que iam de milhôes a biliôes...
Tiva muitas dessas notas, mas infelizmente, mesmas nas colecçôes o valor nâo é muito importante.
Gostaria também de vir contar-lhes mais histo'rias de notas, mas por enquanto ainda nâo me é possivel, Vâo pacientando, que eu voltarei.
Um abraço para todos, e saudaçôes para os Moncorvenses.
José
O gerente se tinha pago ao grande Camané e ele com o taco comprava e deitava abaixo o mamarracho do BNU tinha uma medalha.Há dois mamarrachos na praça,este e o que fica entre a rua Visconde de Vila Maior e a rua das Flores.Simbolos da anarquia pós 25 de abril.
ResponderEliminarNos salazarentos tempos da outra senhora nem uma casa autorizavam nem os ricos vendiam.
Quietinhos não estragavam nem viviam.
Pois.
BNO
Esse gajo tem cada dia mais uma estoria de partir o coco a rir.
ResponderEliminarManel A.
Quem foi o agente que ajuntou este duo - dra. Júlia e Kamané ? Teve um grande ideia.
ResponderEliminarApropósito de taco,pilim,graveto,massa,..
ResponderEliminarAo telefone:
- BOM DIA, EU SOU FRANCISCO
O PAPA DOS POBRES.
do outro lado:
- ENCANTADO, EU SOU PASSOS
COELHO, UM DOS SEUS
MELHORES FORNECEDORES!
A propósito de taco,pilim,graveto,massa...
ResponderEliminarAo telefone:
BOM DIA,EU SOU FRANCISCO O PAPA DOS POBRES.
do outro lado:
ENCANTADO,EU SOU SÓCRATES,O FIlÓSOFO PORTUGUÊS QUE PÔS PORTUGAL A PEDIR!