amendoais de riqueza!
alegria das raparigas,
cheias de encanto e beleza.
Vou pintar a minha terra!
da cor das amendoeiras;
começo aqui pela serra,desço mesmo às ladeiras.
Vou pintá-las de branco,
em flor, imaculado;
de rosa é o manto,
de amor e de cuidado.
ou até na chuva grossa,
caem pétalas de alegria,
ficam os sonhos de rosa.
Há perfume pelos campos,
cheira a rosas e a jasmim,abelhinhas, em doces bandos,
deixam-me saudades sem fim!
Vou pintar as amendoeiras,
de trabalho e de ilusão
pinto de verde as ladeiras
cachuchos do meu coração.
São verdes e saborosos
de casca tenra e macia
de cachuchos tenros, viçosos
de leite ,pinto grãos de alegria!!
Vem o sol, traz-lhes mimos,
vê-los crescer é um regalo,
de pele de leite finos,
pinto amêndoas de estalo!
Pintei assim as ladeiras
verdes cachuchos a sorrir,
do poio às ladeiras
pinto amêndoas a florir!
Já duras e bem sequinhas,
do verde manto despidas.
Em ouro se tornaram,
até há amêndoas paridas!
e pinto com esta tinta
de cantigas, as mulheres
vestem-se de blusas de chita,
vermelhas aos malmequeres.
E trazem saias rodadas,
as belas apanhadeiras!
e andam assim dobradas,
alegres e galhofeiras!
e falam da sua vida
e da minha ou da tua
os homens de vara fina
varejam amêndoa dura.
Depois em sacos de estopa,
feitos em belo tear,
seguem arrobas de amêndoa,
p´ra casa, bestas carregar.
E é uma animação,
sempre, sempre a reinar!
cozinha, quarto, sala ou salão,
na rua, em toldes, a secar!.
e em pás de fina madeira,
toca, toca a revirar
de casassós à ladeira,
meus sonhos hei-de pintar!
Pinto cestos de verga
até bacias de lata
amêndoa depois de seca,
é uma quebra bem farta
e agora vamos lá todas
de Urros, ó mocidade!
cantar ao desafio,
partir grão, à vontade!
E agora sentem-se aqui,
tomem lá o malhadouro!
o grão é p´ro cestinho
alqueire cheio é dinheiro.
Há presunto e queijo da talha,
postas de linho, é alva a toalha,
pão, bolas, salpicão e vinho,
há barulho! ide lá ver quem ralha.
Malhadouro malhadeiro
em açafates de verga,
o Petromax é luzeiro,
dá luz que bem se enxerga
Ó mocidade de Urros, que fizestes
da vossa fartura e riqueza?
ver os montes assim tristes
não vos dá dor de cabeça?!
RETRATOS DA MINHA INFÂNCIA.
tininha, de urros, outrora um vila!
( …que teve foral antes de Moncorvo.)
Reedição de posts desde o início do blogue
Hoje,
ResponderEliminarapenas sei e quero dizer, ao criador deste blogue, a todos vós, meus amigos,
Obrigada
Tininha
Olá Tininha.
ResponderEliminarOs teus versos engraçados,
escritos com devoção.
falam da nossa terra
com o sentir do coração.
Os teus versos engraçados
referem os seus perfumes,
as pessoas com trabalhos
curtem os seus chorumes.
Os teus versos engraçados
retratam a nossa Aldeia
amor e trabalho abraçados,
que bela a tua ideia.
Os teus versos engraçados
Com amor, sem zaragata
Os vizinhos bem humurados
são de ouro e de prata.
Os teus versos engraçados
são a grande riqueza,
de Urrenses bem educados
fica com essa certeza.
Minha amiga Tininha,
assim eu escrevi,
continua a escrever,
a escrita não tem fim.
Gostei muito do conteudo dos teus versos.
Um abraço
Manuel Sengo
Desta vez em verso, de novo o amor pela sua aldeia,o conhecimento dos trabalhos do campo,o carinho pelas gentes que nele labutam.Os seus retratos de infância são uma verdadeira riqueza,Tininha.A "mocidade"d'agora tem muito a aprender consigo.E nós,os mais velhos,muito para recordar.Obrigada pelo que nos traz aqui.
ResponderEliminarFaço meus os versos também "engraçados" do seu amigo Manuel Sengo.
Bjs.
Uma moncorvense
Olá Tininha!
ResponderEliminarOs teus versos engraçados
Tocaram-me o coração
São memórias,são retratos
Que leio com emoção
Os teus versos pequeninos
Das amendoeiras em flor
Fazem-me lembrar miminhos
Que abraço com amor
São versinhos ternurentos
Das gentes da nossa aldeia
Que em dias de chuva e ventos
Não me saiem da ideia...
Vamo lá minha menina
A pegar no malhadoiro
Para no fim da partida
Comprar uns brincos em oiro
Estas quadras com desleixo
Têm cariz popular
Mais pareço o Aleixo
São versinhos de encantar..
Continua a escrever
Essas histórias sem fim
Talvez um dia te lembres
De me escrever uma a mim
Por ora vou terminar
Tal é a minha emoção
Envio não um beijinho
Mas um grande xi-coração
Gostei muito!
Da tua amiga de sempre
Ireninha
Eu já ando por aqui um pouco perdida...
ResponderEliminarObrigada a todos, pela vossa graça, pelos vossos comentárias, pela vossa amizade.
Continuem a mimar-nos com estas delícias, bem engraçadas!
Amanhã cá estou de novo.
Manuel, vai ver a banda de Urros, 1940.Aguardo os vossos comentários, amigos, eloquentes e muito valiosos.
Com tantas graças, fiquei muito agradada!A vida tem destas coisas boas!
Com muita amizade, abraços para todos
Tininha
Lá venho eu, novamente atrasada, mas muito feliz por saudar o regresso da Tininha, para mais em verso !
ResponderEliminarIsto é já uma belíssima "cadeia de Amizade".
Abraços
Júlia
Olá Julinha!
ResponderEliminarFico feliz por ver que também vem assinar este "manifesto" de amizade.Mas este blogue, antes de mais, é isso mesmo;ou não é assim?
Eu estou sempre aqui, firme, de pedra e cal.
Abraços,
Tininha
Olá meus amigos blogueiros!
ResponderEliminarOlá minha gente!
Estou em Urros! É verdade!
E estar em Urros, nesta altura do ano, é muito agradável.
O Sol ainda é quente, brilhante! E a sombra, ainda mede a altura dos balcões com a mesma coragem e esperança de outros tempos! As tardes são amenas, sossegadas, a lembrar-nos a paz da Páscoa, o tempo da Páscoa! Vamos lá, minha gente, meus amigos, vamos recordar esses tempos!
Com amizade, para todos,
Tininha
Ai este comentário!...Acabei agora e...manda-me repetir.Agora a culpa não é do meu computador, nem da Net em Urros...Bem, estava eu a dizer-vos que estou em Urros; e que, com este tempo, tudo nos faz pensar na esPáscoa, aqui na aldeia.Vamos lá recordar esses costum
ResponderEliminarCom muita amizade, para todos,
Tininha
Obrigada por nos terem presenteado com estes eloquentes/expressivos versos. Adorei,mais uma vez contribuiram para relembrar as fainas agricolas e sasonais que proporcionavam alegria e riqueza a todas as gentes de Urros, vamos lá plantar amendoeiras...eu já plantei algumas neste outono seco!Temos que investir sem pensar no retorno, senão os montes ficam tristes, como nós quando não vamos a Urros!lendo estes versos...até dá vontade de rimar...continuem TODOS "a rimar ao desfio" é saudável e liberta o espirito. Parabéns bjis letinha
ResponderEliminar