Do sr. Guimarães vieram-me indicações concretas sobre a terra e os habitantes. O Felgar, uma das aldeias mais importantes do concelho, está em mutação como praticamente todas elas: a variante chama-se «emigração». Constroem-se casas, recebe-se dinheiro, aplica-se este num sem-número de investimentos (não apenas as casas). Velhos ofícios vão morrendo: se passou a era dos ferreiros, famosos muito quilómetro em redor, o mesmo destino parece vir a ser o dos louceiros e das tecedeiras. Porque já não há quem queira agenciar a vida sentada ao tear ou diante da roda, na perspectiva de ocupações mais pingues. Tecedeiras são actualmente três ou quatro, e nenhuma jovem. Louceiro resta um.
Até os fogueteiros lançam mão de outros trabalhos. O mais conhecido criou de raiz uma fábrica de pimentite (colorau) …
O Felgar, onde existem dois cafés, está a mudar. Para melhor? É essa a opinião de residentes, diferente a de moncorvenses cépticos. Rica do ponto de vista agrícola, a aldeia tem neste momento, uma fonte de rendimento mais notória: as remessas da emigração. Se um dia as minas de hematite rearrancarem no Carvalhal, a dois ou três quilómetros do Felgar, o ritmo de vida dos felgarenses poderá vir a ser diverso.
In TORRE DE MONCORVO , Março de 1974 a 2009. De Fernando Assis Pacheco ,Leonel Brito, Rogério Rodrigues. Edição da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo
Bons tempos desses jornalistas de " O Jornal": Afonso Praça, Assis Pacheco, Rogério Rodrigues e outros.....Creio, que não falhei um único nº desse jornal...
ResponderEliminarAntónio Mourao