Óscar Alberto Martins, ferrador “desde que nasceu”, como faz
questão de frisar, ainda exerce no Felgar, em Torre de Moncorvo, dando
continuidade ao ofício que o seu pai já tinha e passou aos filhos, no tempo em
que esta profissão dava trabalho a muita gente. “Agora, passam-se quinze dias
sem ferrar um macho – diz com tristeza - antigamente até as vacas eram ferradas
e praticamente todas as aldeias tinham um tronco” (lugar onde se prendiam os
animais para serem ferrados).
Paralelamente à profissão de ferrador existe também a de
ferreiro. Enquanto este exige o trabalho de forja para fazer as ferraduras, o
ferrador aplica-as aos animais. Por isso se chama “arte do ferro”, ao conjunto
de conhecimentos que o ferrador deve possuir para colocar a ferradura, seguindo
os preceitos necessários, no casco do animal.
Não se sabe ao certo quando surgiu a ferradura por falta de
dados históricos, mas sabe-se que ela apareceu para evitar o desgaste nos
cascos dos animais já que estes se tornaram indispensáveis ao trabalho do
homem.
O ferrador é uma das profissões mais antigas que existe.
Muitas vezes tinham oficina própria, onde se encontrava a forja, para fazer os
diferentes moldes de cascos, podendo ser para mulas, cavalos, burros, etc.
Escolhido o tipo de ferradura, de acordo com a variedade do
terreno a pisar e com as características do animal, este era colocado numa
armação de madeira apropriada à tarefa e a que se chamava “tronco”, para ser
ferrado.
Por vezes prendiam-se os beiços do animal com um instrumento
a que se dava o nome de “aziar”. O ferrador preparava os cascos com os
desbastes precisos para ser colocada a ferradura com “cravos” batidos a
martelo.
Fonte: http://www.jornalnordeste.com/tio-joao/sapateiros-de-quadrupedes
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