O Sítio Arqueológico de Bangudae, junto à cidade sul-coreana
de Ulsan, é composto por gravuras de um período entre 6.000 e 1.000 antes de
Cristo (aC), tendo sido descoberta a primeira rocha com gravuras do Neolítico,
na década de 70 do século passado.
Em declarações à agência Lusa, o diretor do Parque
Arqueológico do Vale do Côa, António Batista, disse que a exposição reflete um
tipo de arte rupestre diferente da existente no vale do Côa.
"Quem visitar o Museu do Côa (MC), tem agora um
complemento para poder apreciar ou traçar uma linha paralela entre a arte
rupestre do Côa e a do Vale do Bangudae, na Coreia do Sul", frisou o
também arqueólogo.
Especialistas assinalam que o sítio arqueológico do Bangudae
mostra "as mais antigas" representações conhecidas "em todo
mundo" da caça à baleia, com cerca de seis mil anos.
Apesar das diferenças, "o painel 1 do Bangudae mostra
algumas particularidades que se podem comparar com as do Côa. É que ambos [os
sítios] estavam ameaçados pela construção de barragens", explicou o
arqueólogo.
Segundo o técnico, os coreanos tiverem interesse em perceber
como foi resolvido o problema das gravuras do Côa aquando da ameaça pela
construção de uma hidroelétrica.
Aliás, foi o facto de a arte do Côa ter estado ameaçada pela
construção de uma barragem, em meados da década de 90 do século passado, que os
cativou para este "intercâmbio pré-histórico".
No caso coreano, a mini-hídrica de Ulsan foi construída em
1965 e as gravuras só vieram a ser descobertas em 1971, sendo apenas visíveis,
em alguns dos casos mediante as oscilações da subida ou descida das águas do
rio Daegokcheon, um afluente do Taehwa que atravessa o centro da Ulsan.
Toda a mostra de arte rupestre agora patente no MC está
montada para que visitante perceba melhor as diversas etapas do projeto
arqueológico do Museu do Petróglifo do Bangudae, em Ulsan.
"A exposição também foi trabalhada e desenhada para as
três salas de exposições do Museu do Côa, em que o visitante começa na arte
rupestre e termina na Coreia do Sul atual", enfatizou António Batista.
A exposição representa a segunda parte de um intercâmbio
entre a Fundação Côa Parque e a entidade congénere asiática. Na primeira, em
2015, o Museu do Côa apresentou no Museu do Petróglifo de Bangudae, na cidade
coreana de Ulsan, uma exposição da arte rupestre do vale do Côa, visitada por
mais de 35 mil pessoas.
Inscrito na Lista da Unesco como Património da Humanidade em
1998, o Vale do Côa é considerado pelos especialistas "o mais importante
sítio com arte rupestre paleolítica de ar livre".
Fonte: https://www.noticiasaominuto.com/cultura/615819/arte-rupestre-sul-coreana-no-museu-do-coa-ate-outubro
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