A igreja do Santuário de Santo Cristo de Outeiro, em Bragança, foi elevada pela Santa Sé a basílica menor, a primeira da diocese transmontana e a única numa aldeia portuguesa com este estatuto.
O novo título "é importante a todos os níveis", como realçou hoje à Lusa o bispo da Diocese de Bragança-Miranda, José Cordeiro, que presidirá no sábado, naquele templo, à eucaristia em que será lido o decreto da Santa Sé que atribui o novo estatuto.
A elevação a basílica significa, segundo o prelado, "um vínculo maior com a Igreja, a Santa Sé e o papa".
A imponente igreja de Santo Cristo, em Outeiro, é um templo da primeira metade do século XVII (1648) e a sua construção em terra tão modesta e tão perto da raia prende-se certamente com os condicionalismos políticos da era pós-restauração, com a necessidade de afirmação do país que recentemente readquirira a sua independência de Espanha. É um edifício de planta cruciforme, composta por três naves, transepto, capela-mor, sacristia e casa de arrumações. A fachada principal é ladeada por duas torres, de planta quadrada, com cunhais e sineiras almofadadas, divididas em quatro registos de diferente dimensão por friso e cornijas, e superiormente rematadas em pirâmide revestida a telha.
O corpo central, em cantaria, tem adossadas, de cada lado do portal, duas colunas dóricas, sobre um soco elevado. Estas colunas são encimadas, no topo, por outras salomónicas que enquadram nichos rematados por frontão interrompido. Ao portal, de dupla moldura mainelado, falta-lhe já o mainel, e é encimado por uma ampla rosácea, laboriosamente emoldurada. Uma balaustrada remata este corpo central.
Os alçados laterais N e S, ritmados por pilastras coroadas por pináculos sobre os telhados, mostram uma galilé de três tramos com abóbada de nervuras. Cada tramo ostenta uma janela de feição diferente.
O interior apresenta a nave principal de arco abatido e as laterais com arcos rampantes. Sobre eles foram feitas cruzarias de ogivas. A zona do arco cruzeiro apresenta abóbada de tipo anelar com falsos nervos. O coro-alto é sustentado por pilastras, encontrando-se bastante degradado. O último tramo apresenta uma pia baptismal e dois altares em talha, sendo um deles dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. O altar principal é ligeiramente peraltado e ricamente decorado com talha dos inícios de setecentos. A sacristia tem o tecto apainelado com três dezenas de caixotões pintados com cenas da vida de Cristo e paredes igualmente revestidas de pintura sobre tela.
Acesso: EN 218, a 28 km de Bragança.
Protecção: Monumento Nacional, Dec. nº 14 615, DG 260 de 24 Novembro 1927.
Fonte: http://www.bragancanet.pt/patrimonio/outeiroig.htm
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