Viticultores e agricultores do Douro juntam-se hoje, em Vila
Real, para pagar à Segurança Social em batatas ou legumes, num protesto
simbólico contra o "alto custo da prestação" e as "novas regras
fiscais".
A concentração foi convocada pela Associação dos
Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDouro) e está agendada para a
frente do edifício da Segurança Social, em Vila Real.
"A obrigatoriedade de os pequenos e médios agricultores
se coletarem nas Finanças traz encargos bastante significativos, principalmente
porque os seus rendimentos são muito baixos ou quase nenhuns", afirmou à
agência Lusa a dirigente da AVIDouro, Berta Santos.
Todos os agricultores com atividade comercial vão passar a
ser obrigados a declarar o início de atividade. Têm ainda de passar fatura de
todas as transações comerciais.
O prazo de inscrição nas Finanças termina a 30 de janeiro.
Berta Santos referiu que, por se terem de coletar, os
produtores são também obrigados a pagar à Segurança Social. "Só que, em
alguns casos, aquilo que recebem dos produtos que vendem não chega sequer para
pagar esta prestação", afirmou.
Para protestar contra esta situação, os agricultores e
viticultores vão "simbolicamente pagar as prestações à Segurança Social em
géneros".
"É aquilo com que nós conseguimos pagar. Com batatas,
com cebolas, alhos, com aquilo que nós produzimos. De outra forma não temos
dinheiro para pagar", salientou a responsável.
A AVIDouro reclama a suspensão imediata das novas regras
para os pequenos e médios viticultores, muitos dos quais a única atividade
comercial que têm é a venda de uvas.
Entretanto, o Centro Distrital da Segurança Social de Vila
Real emitiu um esclarecimento sobre as obrigações contributivas dos
agricultores.
Segundo a Segurança Social, foram introduzidas duas
alterações ao artigo 139.º do Código dos Regimes Contributivos, com a entrada
em vigor da Lei do Orçamento de Estado para 2014 que vieram "delimitar e
reforçar o conceito de autoconsumo, para efeitos de exclusão do âmbito pessoal
do regime dos trabalhadores independentes, através da introdução do valor de
rendimentos acima do qual deixa de se considerado autoconsumo", ou seja,
quatro vezes o valor do IAS (Indexante de Apoios Sociais).
O valor do IAS em 2014 é 419,22 euros. O IAS é utilizado
para determinar o valor de várias prestações e apoios sociais, para determinar
o acesso aos mesmos e ainda é utilizado na definição dos escalões de rendimento
dos agregados familiares pela Segurança Social e no cálculo de deduções no IRS.
A outra alteração introduzida exclui "do âmbito do
Código Contributivo os agricultores que apenas passem a ser trabalhadores por
receberem ajudas diretas de valor reduzido (4 IAS), ou seja, os agricultores
que recebem ajudas comunitárias apenas para manutenção de terras e não para
rendimentos considerados derivados de atividade".
21 de Janeiro de 2014
| Por Lusa
Kassandra Do Coa
ResponderEliminarValla pasa lo mismo que acá ..gobiernos !
Batatas podres,eles comem tudo! Nabos são boa moeda de troca.Fiquem com os tomates.
ResponderEliminarMaria