SÓ FALTAVA LAVRAR A NOITE A SULCOS DE LUZ
[Barragem do Azibo. Macedo de Cavaleiros. 24 de junho de 2013, em especial noite de lua cheia] |
a lua não sabe o que fazer à vontade de o seu próprio próprio luar se fazer dia, cais onde
os barcos têm sempre a cama feita e desimpedida rota, montes sem fim que aprenderam a
alma das ondas, a afagar o úberere dos cabeços que enchem de claridade o horizonte sem
paredes, cores que as rochas guardam desde o início dos tempos, a contar a história o nosso
mundo a quem a saiba ler, verdes, amarelos, azuis, cinzas que não cabem nos olhos e a paleta
dos pintores não tem facilmente espaço para tanta diversidade: percebe-se como há estrelas
que se precipitam a apontar o caminho, com seus luminosos traços lavrando a noite a sulcos
de luz, e árvores que se desfraldam no mastro das rochas, sem que a beleza simples dos
líquenes ofusquem ou agigantem as sombras além do irrestível silêncio.
Não encontro palavras para dizer o que sinto. Por isso escrevo apenas : belíssimos texto e fotografia.
ResponderEliminarAbraço
Júlia