quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (01/01

1 Jan. 1868 – Neste dia deveria entrar em vigor a lei que estabelecia a criação de um novo imposto sobre os bens de consumo. Tal não aconteceu porque os povos, de norte a sul de Portugal se revoltaram, promovendo o incêndio de repartições públicas e queima dos papéis, obrigando o Governo a demitir-se e o Rei a promulgar uma nova lei revogando o imposto do consumo. Esta revolta, verdadeiramente popular e genuína, passou à história com o nome de Janeirinha. Em Torre de Moncorvo não houve violências nem assaltos a repartições. Mas houve uma intensa mobilização cívica popular. Vejam como as coisas se passaram:
Ao fim da missa, tocaram os sinos da igreja a rebate e o povo que saiu da missa e o que andava por outras paragens, tudo se juntou no largo do Rossio, frente à matriz. Dispunha-se aquela mole de gente a dirigir-se para o largo do Castelo, a assaltar a repartição de Finanças que funcionava no edifício da câmara e a queimar os impressos de cobrança do imposto. O Administrador do concelho conseguiu, no entanto, dissuadi-los, prometendo que tal imposto não seria cobrado, na área do concelho. E assim serenaram as coisas.
Já de noite, pelas 7 horas, a vila foi invadida por “cento e tal homens” do Larinho, que acabaram por se render também às palavras do Administrador do Concelho, retirando em paz.
Ao outro dia, pelo meio dia, soube-se que uma multidão de mais de 600 homens do Felgar, Carviçais, Souto e Mós vinham a caminho da vila. Acabaram por entrar nela, armados de paus, facas, roçadoras, foices e espingardas. Também eles acabaram por acatar os discursos do Administrador José Maria Pimenta de Sousa e do juiz de Direito, Tomás Inácio de Meireles Guerra, limitando-se a mandar vir uma mesa para a Praça do Município e sobre ela foi redigida uma Proclamação por um habitante do Felgar, assinada por quantos sabiam e quiseram, dando-se, no fim, Vivas ao rei e Morras ao Governo.
À noite foi de novo a vila invadida por multidão de gente vinda de Felgueiras, Maçores, Açoreira, Peredo e Urros, mas nada aconteceu para além de vivas e morras e manifestações de desagrado.
1 Jan. 1952 – Lançamento do jornal A Torre, pelo empresário Moncorvense Manuel de Sousa Moreira que também explorava já o Cinema da terra. O primeiro director foi Armando Fonseca, natural de Urros e que, até há poucos anos, dirigiu o diário Portuense Jornal de Notícias. Ironia do destino: a “Torre” desapareceu em 1975, depois de ser reposta a liberdade de imprensa com a revolução de Abril e deixando um vazio na terra que ninguém conseguiu até hoje preencher.
1 Jan. 1961 – Inauguração da luz eléctrica na aldeia de Felgueiras, com cerimónia presidida pelo capitão Mário Lopes, presidente da câmara e pelo embaixador Virgílio Armando Martins. Creio ter sido a primeira aldeia do concelho a conquistar semelhante benefício. Digo conquistar porque… foi o povo que, antecipadamente, se lançou numa subscrição pública juntando 40 contos de réis para início da obra. Grande exemplo!!! Viva Felgueiras!!!

António Júlio Andrade

2 comentários:

  1. `A sua maneira,o vazio deixado pela falta do jornal A Torre está a ser plenamente colmatado pelos inúmeros blogues,páginas webs,murais no facebook,etc., existentes na região de Moncorvo.As novas tecnologias dão-nos a possibilidade de obtermos informação e não só, inimagináveis no tempo de A Torre.A Torre é só uma saudade.

    Maneldabila

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  2. Antes de Felgueiras ter energia eléctrica,ela chegou primeiro à quinta do Sarmento Rodrigues, onde se calhar faria mais falta... Depois Ligares, Urros, Peredo, Açoreira,(não sei se por esta ordem). A Maçores chegou em fins de 1964.

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