terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Luis Carvajal y de la Cueva nascido em Mogadouro

    Luis Carvajal y de la Cueva
Os colonizadores que deram vida ao nordeste mexicano, têm a sua história enraizada nos movimentos sociais que surgem em Espanha e Portugal, imediatamente após o descobrimento da América.No ano de 1493, precisamente depois da conquista de Granada e da partida do porto de Palos das naves comandadas por Colombo, os reis católicos de Espanha expulsaram todos os mouros e judeus dos seus domínios. Os mouros mudaram-se principalmente para África, de onde tinham vindo sete séculos antes. E os judeus para o norte da Europa e Portugal. Descendente destes judeus emigrantes para Portugal em terceira geração, foi Luís Carvajal y de la Cueva, que nasceu na vila de Mogadouro, Trás-os-Montes, no ano de 1539. Os seus pais foram Gaspar de Carvajal de Carvajal e Catalina de León de la Cueva.Quando jovem, o seu tio materno, Duarte de León, enviou-o para Cabo Verde, no ano de 1549, onde permaneceu treze anos, chegando a ocupar o posto de tesoureiro do rei de Portugal e ocupando-se principalmente do comércio de escravos negros.Em 1562 regressou a Lisboa e depois foi para Sevilha, onde conheceu Guiomar Nuñez de Rivera, dama endinheirada, com quem se casou em 1564, e da qual teve dois filhos: Francisca e Andrés.Viveu em Lisboa durante dois anos, após o que viajou sozinho para a Nova Espanha (México), num navio com um carregamento de vinhos, sob o comando do capitão Cristóbal de Erazo. Ficou no México, na região de Pánuco, até ao ano de 1578.


Durante a sua estada comprou uma herdade de gado, tornando-se um empresário de sucesso. No ano seguinte foi eleito alcaide de Tampico Ver.Durante esta sua primeira visita ao México, ao agora alcaide de Tampico é prestado reconhecimento por combater bandos de piratas ingleses capitaneados pelo corsário Hawkings e também por sufocar as rebeliões dos índios Xalpa. Isto segundo a narração da sua autodefesa apresentada em processo inquisitório a seguir à sua morte.Em 1573, durante as campanhas de repressão dos nativos da região de Xalpa, Luís Carvajal participou numa expedição comandada pelo capitão Francisco de Puga ao norte do México até à povoação de Mazapil, actual San Luís Potosí.Esta viagem é de grande importância, porque foi nela que Carvajal travou conhecimento com um grupo de aventureiros, principalmente de nacionalidade portuguesa, que já habitavam naquela região. Estas pessoas eram, na sua maioria, cristãos-novos, como ele. Desse grupo faziam parte, entre outros, Alberto do Canto, Diogo de Montemor, Gaspar Castanho de Sousa e Manuel de Medeiros. Todos estes colonizadores se dedicavam ao trato de escravos indígenas. O seu trabalho consistia em surpreender os índios nas suas comunidades, capturá-los e depois vendê-los como trabalhadores forçados para as minas de ouro e prata.O conhecimento da região, e especialmente dos imigrantes judeus portugueses que habitavam a zona, foram-lhe de grande utilidade para organizar o plano de conquista e colonização, que levaria a cabo depois da sua segunda viagem à Nova Espanha, oito anos depois.É curioso que, embora Portugal e Espanha estivessem à época ainda imersos na idade média, os indivíduos que povoavam a zona nordeste do México eram mais parecidos com os futuros cow-boys do farwest americano do que com os colonizadores de Hernán Cortés, apesar de estarem separados por mais de 300 anos. Ao contrário da crença popular, que diz que os colonizadores do Novo Reino de Leão eram pacíficos lavradores, estes primeiros imigrantes eram um bando de revoltados. O seu interesse principal era encontrar minas de prata, escravizar os índios, violar as índias e enriquecer.Por outro lado não eram gente totalmente inculta. Todos sabiam ler e escrever e eram conhecedores de alguns livros, especialmente da Bíblia.É certo que uma percentagem importante destes colonizadores era cristã-nova ou cripto-judaica (que fingia ser cristã). Mas veremos mais adiante que à maioria não interessava muito este conflito entre o cristianismo e a sua religião de origem. E realmente estavam dispostos a converter-se ao cristianismo, desde que pudessem continuar com as suas actividades de pilhagem. Por esta razão a cultura israelita desapareceu por completo destas terras durante as primeiras décadas da colonização.
 Foto: estátua de Carvalhal na Av. Constitución em Monterrey ,México
Nota: texto traduzido do espanhol ,de autoria de V.R. Palacio

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