Fotografia:Lb |
Foram a Moncorvo, por constar que uma senhora desejava ajudar uma obra pia. Mostrou as melhores disposições e ficou assente que, no fim do ano, iriam habitar na casa da benemérita D. Carlota José de Mendonça Cyrne, enquanto não se construísse, no terreno oferecido, alguma parte que fosse habitável. Chegaram a 23 12 1947. Ficaram num casebre da quinta para poder levar a sua vida eremítica. Em ano e meio viveram num estábulo de chão térreo, telha vã e uma manjedoura.
Entretanto, o competente Arquitecto Vasco de Moraes Palmeiro (Regaleira) fez o projecto do mosteiro pedindo como paga apenas um «Pai Nosso» por sua intenção, esposa e filhos. No Céu terá recebido a recompensa da sua caridade.
Uma amiga de infância da Irmã Maria de Fátima Sra. D. Mercedes , ofereceu uma jóia que rendeu a bela quantia de 107.000.00. escudos, o que permitiu que as obras do Convento se iniciassem em 15 de Março de 1948!O Sr. Bispo de Bragança Miranda obteve licença do Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa Senhor Dom Manuel Cerejeira e da Santa Sé para as Irmãs poderem fazer peditório em Lisboa.
O Sr. Bispo D. Abílio em, 5 /6 /1948, nomeou superiora da nascente Comunidade a Irmã Maria de Fátima e da Santa Face. A erecção canónica foi concedida a 19 12 1948, em documento assinado pelo P. Geral Killian Linch e pelo secretário geral Frei Bartolomeu Maria Xiberta.Por intermédio do grande transmontano Eng.º Trigo de Morais, foi concedida a comparticipação do Estado para a construção da Igreja e anexos, considerada de utilidade pública em 1949, mas só foi a obra a concurso em 3/3 /1958.A 15 /7 /1949, as fundadoras e uma postulante entraram na casa do Noviciado, ainda sem telhado nem janelas. Pouco depois uma senhora ofereceu uma quantia precisa para o telhado. Na casa do Noviciado viviam como se tivessem clausura; não saíam para o terreno enquanto os operários estavam a trabalhar. A construção, do Convento foi feita por partes. Só trabalhavam quando havia dinheiro, de contrário estavam as obras paradas. Desejavam muito preparar uma sala para Capela provisória. Finalmente, o Sr. Bispo D. Abílio celebrou lá a primeira Missa em 1/ 6/ 1950.
A 28 /12 /74 foi a inauguração da Igreja presidindo, como delegado do Prelado, o Sr. Pe. Eugénio Sobrinho, pároco e arcipreste de Moncorvo. Estavam presentes muitos sacerdotes e muitas pessoas de Moncorvo, Larinho e as famílias das Irmãs.
A 16 de Julho do ano de 1977, festa de Nossa Senhora do Carmo, o Sr. D. António José Rafael, Bispo Auxiliar da Diocese, em nome do Sr. Bispo D. Manuel de Jesus Pereira, presidiu à Sagração do Altar, à bênção da Via Sacra e à bênção dos dois sinos da torre.
Pedra a pedra, a obra foi surgindo e, em 1990, o sonho deu lugar à realidade!
O Convento estava concluído e a mostrar a toda a gente que o Senhor se serve dos fracos e dos pobres para realizar os seus projectos.
Decorridos dois anos, em 1992, o Senhor disse à Irmã Maria de Fátima "serva boa e fiel, vem gozar a alegria do teu Senhor"... e a Irmã adormeceu no Senhor rodeada de todas as suas filhas.
Em 1997, a Irmã Maria do Pilar foi, de coração agradecido, ao encontro do Pai das misericórdias. As duas Madres fundadoras já se encontrando na visão beatifica, na plenitude do amor de Deus e da Nossa Querida Mãe Santíssima do Carmelo, pedimos a sua bendita intercessão.
Mais sete Irmãs partiram já para o Pai.
Actualmente, o Convento acolhe dez Irmãs Professas Solenes, cinco Junioras e uma Noviça.
Postado em 30/11/2011
Georgina Gonçalves disse: esse não é o convento que fica na estrada entre larinho e moncorvo? se for essas freiras fazem um queijo que eu nunca esqueci
ResponderEliminarSem ofensa para ninguém, quem me sabe explicar o que é isso de "erecção canónica" ?
ResponderEliminarChama-se erecção canónica ao acto através do qual uma autoridade eclesiástica - geralmente, o bispo, a conferência episcopal ou o próprio Papa - reconhece e aprova os estatutos de uma dada instituição religiosa, como seja uma diocese, uma paróquia, um cabido, um instituto de vida consagrada (por exemplo, seminários ou abadias) ou de associações públicas de fiés.
ResponderEliminarErecção canónica de mosteirosPara fundar um mosteiro ou abadia, como "casa regular formada", de acordo com uma dada Ordem religiosa, é necessária a permissão da Santa Sé, pelo menos no caso dos países indicados na Constitutio Romanos Pontifices. É também necessária a confirmação do Ordinário do lugar (isto é, da autoridade episcopal ou sua representante), tal como foi estabelecido no Concílio de Calcedónia em 451 e restaurado no Concílio de Trento, depois de algumas violações da letra de lei pelas Ordens mendicantes, que receberam alguns privilégios no que a isso tocava. Para que se dê a permissão, é geralmente exigido que as instalações estejam preparadas para a acomodação de pelo menos 12 monges.
[editar] ReferênciasCanonical Erection of a Monastery in Catholic Encyclopedia - acesso a 12 de Fevereiro de 2006.
Erecção canónica in Enciclopédia Católica Popular - acesso a 12 de Fevereiro de 2006
http://pt.wikipedia.org/wiki/Erec%C3%A7%C3%A3o_can%C3%B3nica
Ainda me lembro de ver em Moncorvo as Irmãs a pedirem "esmola"e,confesso que embora sendo eu uma jovem adolescente sentia um enorme respeito por Elas.Beijava-lhe as mãos,pedia-lhe que me abençoassem e prosseguia o meu caminho mais feliz e reconfortada porque tinha visto Alguém que comunicava com Deus...Irene
ResponderEliminarSegundo creio, as freiras que pediam na rua eram do asilo. As freiras carmelitas ali existentes, além de pobres, são de clausura, pelo que não saiem do convento para nada. A vida dela é toda lá. Digo-o com conhecimento de causa pois, além de ser de Mós, estudei durante seis anos nos carmelitas, ramo a que elas pertencem.
EliminarQuem se fartou de lá trabalhar foram o Américo Reza e o Abel Calaio e desses não fala a história.
ResponderEliminarConvertesa que foi pago pelo trabalho enquanto la andou.
EliminarClaro que muita gente lá trabalhou e, como não poderia deixar de ser, remunerados pelos valores da época. Moncorvo foi até esse tempo uma terra de pedreiros e canteiros, talvez derivado à construção da Igreja Matriz. Uma profissão que se prolongou até então. Mas isso não bastou e trabalhou ali muita gente proveniente de outras paragens. Lembro-me muito bem da morte de um operário, penso que originário da zona de Viseu, causada pela queda do topo da igreja, quando ultimava a colocação da sineta da capela. Seja de que maneira for e independentemente do aspecto religioso, a contrução deste convento deu trabalho a muita gente, durante décadas. O meu irmão Zé Manel ( José Manuel Remondes) poderá explicar isso muito melhor do que eu porque durante muito tempo também lá trabalhou como tarefeiro.
EliminarComunicavam directamente com Deus, por telefone, pois no tempo da d. Irene ainda não havia telemóvel.
ResponderEliminarOrlando Nascimento disse: EU CONHEÇO ISTO TENHO LA UMA GRANDE AMIGA.
ResponderEliminarEu também conheço isso . Sempre me perguntei para que servia aquele mostrengo (que custou um dinheirão) construido à beira de uma estrada e lá dentro uma dúzia de mulheres , a fazer o quê ? A ouvir as missas que o padre lá ia rezar? Também se pode rezar cá fora e ajudar os outros cá fora. A Madre Teresa de Calcutá não se fechou a rezar. Veio para as ruas imundas e infectas ajudar os caídos nessas mesmas ruas miseráveis.
ResponderEliminarValha-nos Deus, que é quem nos pode valer. Se Jesus viesse cá baixo outra vez, ia revirar tudo isso. Bem preciso era .
Acho que nem por telefone comunicavam com Deus. Acredito que comuniquem mais com Deus as mulheres e os homens que corajosamente enfrentam a vida e passam grandes dificuldades para ajudar os mais necessitados. A esses sim eu beijaria as mãos.
Quer dizer...eu também nao entendo muito bem tanta obra para tão pouca gente lá a morar.. As irmazinhas bem podiam rezar de outra maneira..e que tal acolherem meninos ou velhinhos com grandes incapacidades e tratarem deles..isso é o que eu acho rezar e amar o próximo. E , de certeza que o nosso Jesus sorriria de felicidade..
ResponderEliminarRogélio Rodrigues escreveu: Essa do queijo desconhecia. Será que ainda o fazem hoje?
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