Senhor Marcos ,Inês,senhor Eduardo e Ondina. (Algodres,2012) |
Hoje, com mais de 80 anos, recorda os tempos em que ele e os cinco irmãos “caçavam” à mão coelhos nas fragas e os levavam para casa,na esperança de “o pão com pão”,a que se limitavam as refeições da família, fosse substituido pela carne que nunca aparecia à sua mesa.”Podia faltar tudo.Pão, nunca!”,acrescenta com algum orgulho.
Mas faltavam camas, que não havia dinheiro para esse “luxo”.Era no palheiro, em enxergas improvisadas ,que dormiam os seis irmãos. As duas irmãs tinham mais sorte. Também ao rapaz mais novo, porque a vida melhorara ou porque os mais velhos ajudavam, coube a sorte de poder estudar.”Eu e os outros nunca demos com o número da porta da escola”,ironiza.
Menino-trabalhador, começou a servir os senhores da terra aos 12 anos.Emigrante como tantos outros” a salto” (“Juntámo-nos uns 60 com o mesmo passador”,informa),regressou alguns anos depois com o dinheiro suficiente para comprar a propriedade onde,em criança,lhe era proibido entrar.”Se me aproximava do portão,era corrido à pedrada” ,diz-nos com certa mágoa.Orgulhoso,mostra-nos os terrenos de que é dono e onde passa a maior parte do tempo,quando não está no Centro de Dia para as refeições(às vezes,coelho,pois claro!) na companhia da mulher e de outros idosos da aldeia.
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Alicedejesus Varela :
ResponderEliminarVamos dando graças a DEUS enquanto houver pão.-
Julia Guarda Ribeiro escreveu:Era assim mesmo: "o pão com pão e o pão com dentes ..."
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