A FAVELINA e o POVO
Nunca houve alguém que em Moncorvo lhe faltasse ao respeito, mesmo aqueles que tinham uma vida a contrastar flagrantemente com a sua, porque a brandura com que a todos tratava amolecia ainda os mais descrentes. As suas palavras respiravam humildade e mansidão que a todos se impunham.
Quando a chamavam para visitar e rezar por algum doente, ao retirar-se, no intuito de consolar a família terminava com estas palavras: «Não se aflijam. Deus é Pai: há-de acudir ao doente». Ou então, com semblante triste, exclamava: «Temos que nos resignar com as provações que Deus nos envia». A primeira expressão era sinal de esperança, pois quase sempre o doente recuperava a saúde. Com a segunda, parece que procurava preparar a família para o rude golpe que ia sofrer. Nem todos compreendiam a sua maneira de falar; mas, para os que bem a conheciam, isto era muito significativo.
Minha mãe, com oitenta e tanto» anos de idade, teve uma broncopneumonia e os médicos consideraram na perdida.
A Favelina alentou-me sempre a esperança que ela melhorava e assim aconteceu, vivendo até aos noventa e nove anos!
In Biografia de Favelina Fabião de Moncorvo.
(Reedição de posts desde o inicio do blogue)
Um mundo de crença e fé que temos dificuldade em entender mas devemos respeitar.
ResponderEliminar...devemos respeitar,mas ficar de pé atrás,não nos vá aparecer pela frente outra Amelinha de Vilar Chão.É que há crença e crendice.
ResponderEliminarUma moncorvense
Os Baltazar Margarido, seus patrões, consta que professavam a religião judaica, por isso, ter como criada uma caridosa «santa» católica em casa, demostrava uma saudável união espiritual. Também li a sua biografia, escrita pelo Cónego Marrana, descreve numa linguagem simples os vários milagres ou premonições mas vale sobretudo pelo desenho social dessa época em Torre de Moncorvo, familiarizando-nos com os nomes das variadas casas e pessoas desse tempo.
ResponderEliminarEu, de formação católica ,fiqei impressionado com este texto.Que história tão bonita.
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