Largo da Corredoura, 1974. Fotografia de Leonel Brito |
Mas o que era a bola da chamusca? Um pedacinho
de massa ainda não lêveda a que as mães davam a forma de uma parreca, de um
galo de crista bem recortada, de um porco, de um boneco, conforme a imaginação
e a habilidade de cada uma, ou simplesmente a massa era espalmada nas mãos.
Essas obras de arte eram então colocadas na laje mais perto da boca do forno,
onde ainda ardiam os toros das giestas negrais. Só lá demoravam 2 ou 3 minutos
para não se abrasarem. De um lado ficavam sempre um pouco chamuscadas, do outro
um tanto mal cozidas.
As mães tiravam aquela “bonecrada” com a pá do
forno e colocavam-na nuns ramos de giesta, para a canalhada não se queimar.
Fazíamos roda e os olhos dos garotos não mais
se desviavam do seu tesouro. Mesmo quando o boneco que nos pertencia era feio
como os cramonos da Igreja, sabia como pão-de-ló em dia de festa.
9-11-2014
Júlia Ribeiro
Estorinha bem contada.Tinha saudades das crónicas da nossa Julinha.Apareça mais vezes para nosso prazer.Obrigado minha senhora.
ResponderEliminarAntónio H.
Olá querida Julinha!
ResponderEliminarFinalmente apareceu para dar ainda mais alegria a este fantástico blog !Apareça mais vezes para nos transmitir a sua alegria e sabedoria. Gostei imenso dos "cramonos" a saberem a pão de ló..Beijinhos de amizade.
Irene