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A Associação Animar quer mobilizar a sociedade
para um combate nacional contra a morte do interior do país, afetado pelo
despovoamento, envelhecimento e desemprego, juntando para o efeito políticos,
académicos e técnicos num fórum, em Vila Real.
O II Fórum do Interior decorre entre
sexta-feira e sábado, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD),
parceira neste projeto da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local
(Animar).
"Sentimos que o interior do país, as
zonas mais rurais do interior do país estão claramente a morrer. Tem havido uma
sangria populacional enorme, os jovens estão todos a sair, a procurar emprego
noutros locais e sobretudo no estrangeiro, e estão a ficar os idosos e uma
enorme solidão por parte dos que ficam", afirmou hoje a responsável pela
associação, Maria do Carmo Bica.
Em conferência de imprensa destinada à
divulgação do fórum, a dirigente considerou que a sangria destes territórios é
uma consequência da diminuição dos rendimentos das pessoas, das dificuldades no
acesso aos serviços públicos, decorrentes do fecho de escolas e tribunais, da
introdução de portagens e até do preço das propinas.
Maria do Carmo Bica referiu ainda que o
Orçamento de Estado proposto pelo Governo para 2015 é "inimigo" do
interior e destacou a "triplicação do IMI para as propriedades florestais
incultas" prevista para o próximo ano.
Para o combate a esta "tragédia
nacional", a dirigente quer mobilizar toda a sociedade.
O Fórum do Interior vai juntar em Vila Real
técnicos, dirigentes associativos, académicos e políticos, entre presidentes de
câmara e o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares
Maduro.
"Pretendemos sair daqui com propostas
concretas que possam servir de base para a viragem política que o país precisa
com urgência. Políticas que possam ser usadas pelos partidos na próxima
campanha eleitoral, que possam ser usadas pela oposição como bandeira nos seus
combates", salientou.
O vice-reitor da UTAD, Artur Cristóvão,
considerou precisamente que o "diagnóstico está feito" e que o que é
preciso agora é "que se encontrem respostas na economia, nas políticas
sociais, na agricultura, em todas as áreas, envolvimento das
universidades".
O responsável lembrou as respostas pontuais
promovidas, por exemplo, pelas autarquias, a nível do apoio à natalidade ou aos
casais, e referiu que estas medidas "não têm conseguido dar uma solução ao
problema da perda de população".
"O salto principal que falta dar é o do
trabalho e emprego. De dinâmicas que permitam criar trabalho sobretudo para os
jovens e permitam fixar as pessoas e produzam riqueza localmente, essa é que é
a chave", sublinhou.
A organização e os participantes no fórum
querem ainda aproveitar a presença do ministro Poiares Maduro, responsável pela
aplicação dos fundos comunitários, para reivindicar mais verbas no próximo
quadro comunitário para ajudar à sobrevivência destes territórios de baixa
densidade.
Fonte: http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=779159&tm=8&layout=121&visual=49
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