quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Vila Real - Combate à morte do interior vai juntar políticos e académicos

Fotografia do arquivo do blogue
A Associação Animar quer mobilizar a sociedade para um combate nacional contra a morte do interior do país, afetado pelo despovoamento, envelhecimento e desemprego, juntando para o efeito políticos, académicos e técnicos num fórum, em Vila Real.
O II Fórum do Interior decorre entre sexta-feira e sábado, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), parceira neste projeto da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local (Animar).
"Sentimos que o interior do país, as zonas mais rurais do interior do país estão claramente a morrer. Tem havido uma sangria populacional enorme, os jovens estão todos a sair, a procurar emprego noutros locais e sobretudo no estrangeiro, e estão a ficar os idosos e uma enorme solidão por parte dos que ficam", afirmou hoje a responsável pela associação, Maria do Carmo Bica.
Em conferência de imprensa destinada à divulgação do fórum, a dirigente considerou que a sangria destes territórios é uma consequência da diminuição dos rendimentos das pessoas, das dificuldades no acesso aos serviços públicos, decorrentes do fecho de escolas e tribunais, da introdução de portagens e até do preço das propinas.
Maria do Carmo Bica referiu ainda que o Orçamento de Estado proposto pelo Governo para 2015 é "inimigo" do interior e destacou a "triplicação do IMI para as propriedades florestais incultas" prevista para o próximo ano.

Para o combate a esta "tragédia nacional", a dirigente quer mobilizar toda a sociedade.
O Fórum do Interior vai juntar em Vila Real técnicos, dirigentes associativos, académicos e políticos, entre presidentes de câmara e o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro.
"Pretendemos sair daqui com propostas concretas que possam servir de base para a viragem política que o país precisa com urgência. Políticas que possam ser usadas pelos partidos na próxima campanha eleitoral, que possam ser usadas pela oposição como bandeira nos seus combates", salientou.
O vice-reitor da UTAD, Artur Cristóvão, considerou precisamente que o "diagnóstico está feito" e que o que é preciso agora é "que se encontrem respostas na economia, nas políticas sociais, na agricultura, em todas as áreas, envolvimento das universidades".
O responsável lembrou as respostas pontuais promovidas, por exemplo, pelas autarquias, a nível do apoio à natalidade ou aos casais, e referiu que estas medidas "não têm conseguido dar uma solução ao problema da perda de população".
"O salto principal que falta dar é o do trabalho e emprego. De dinâmicas que permitam criar trabalho sobretudo para os jovens e permitam fixar as pessoas e produzam riqueza localmente, essa é que é a chave", sublinhou.
A organização e os participantes no fórum querem ainda aproveitar a presença do ministro Poiares Maduro, responsável pela aplicação dos fundos comunitários, para reivindicar mais verbas no próximo quadro comunitário para ajudar à sobrevivência destes territórios de baixa densidade.

Fonte: http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=779159&tm=8&layout=121&visual=49

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