quarta-feira, 5 de março de 2014
AÇOREIRA - Matança do porco à moda antiga na Rota das Pipas
A manhã do passado sábado começou bem cedo em Açoreira, no concelho de Torre de Moncorvo. Pouco passava das oito e meia da manhã e já havia gente à espera para assistir à matança do porco.
O porco foi morto com a faca, chamuscado com palha e lavado com bocados de cortiça e um regador, tal como se fazia antigamente, antes de se usar os maçaricos e as mangueiras.
Entretanto, chegaram os gaiteiros de Mogadouro “Us do Copo” para animar o ambiente.
E enquanto uns assistiam à matança, outros andavam de volta dos potes de ferro a preparar o almoço para todos os presentes. A ementa é tradicional e muito apreciada pelas gentes de Açoreira. Barriga de porco guisada com batatas e migas de sarrabulho, carne dos porcos mortos de véspera.
Enquanto os espectadores aguardavam pelo almoço iam bebendo vinho do porto caseiro, acompanhado do “Pão Moreno”, um bolo escuro feito à base de canela e aguardente, que é uma receita da Açoreira
“Aqui em Trás-os-Montes as pessoas apreciam muito este prato. Para sair na perfeição é preciso ter em conta o azeite, o alho, a cebola, salsa, louro, tomilho, a urze do monte ou então o alecrim. Outro truque é ser cozinhado nos potes de ferro, que dão outro sabor à comida”, desvenda o cozinheiro, Fernando Rodrigues.
Fonte: http://www.jornalnordeste.com/noticia.asp?idEdicao=515&id=19894&idSeccao=4623&Action=noticia#.Uxd0sfmqk2U
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
É com especial carinho que vejo que a minha terra continua a manter vivas as tradições uqe podem no futuro fazer a diferença no que a cartaz turistico-cultural diz respeito. Traz-me à memória o frio, a nuvem de vapor a saír da boca e das narinas, a azáfama da minha avó, mãe, tias para estar tudo pronto a tempo e horas, o nervoso miudinho que se apoderava de todos quando nos aproximávamos da cortelha, o banco em posição, a palha centeia a reluzir, os pedaços de cortiça sobre o tanque, a corda enrolada sobre o banco, a pedra amoladeira com as faca de lâmina brilhante ao lado... Depois os odores e sabores que o desenrolar do dia nos oferecia: o sangue, o alho, outra vez o sangue agora cozido, o fumo da palha e da fogueira, os cozinhados, o tinto, o grão, a carne, as batatas, o pão, o azeite... Só de recordar já é bom! Sorte para quem pôde recordar de forma mais física com a excelente companhia dos entusiastas pipineiros e a mestria do Ti Fernando. A todos um abraço
ResponderEliminar