Acrescento ao desabafo de ontem…
As cascas - casulas, vasas, vajes secas ou bajas, empalhada, palhoça ou palhada… - são as vagens secas dos feijoeiros "de trepa" [(Phaseolus vulgaris L., presente na região desde o séc. XVI). No Planalto Mirandês, estes são alguns dos feijoeiros mais utilizados para a secagem das vagens: baina branca, cacharrabudo e castanho de Vimioso, botinho de Mora, cacharolo de Santulhão, capão de Argozelo, chícharo de sete feijões de Duas Igrejas, ferreirinha das batatas da Junqueira, feijão rosa de Fonte da Aldeia…], que depois de cozinhadas acasalam muito bem com o tal botelo, palaio, bulho, chouriço ou salpicão d'ossos - "cascas com botelo". É o dito milagre perfeito num dos pratos mais bem-amado pelos saudosistas transmontanos dispersos por além-Douro e além-fronteiras. «Comer de arrebenta-bois!», para outros.
A secagem de frutos e legumes ao sol sempre foi um dos métodos mais utilizados na conservação dos alimentos de origem vegetal para fazer face às carências de produtos de época. Neste caso, a necessidade financeira do camponês fez a arte: vendia o feijão-grão ao rico e guardava as vagens-cascas, bem secas, para uso próprio, nos caldos e cozidos de inverno. Têm que ser demolhadas, bem demolhadas, tal como o grão, sujeitas a uma primeira cozedura algo demorada e outra mais ligeira após a junção das cachas das batatas. Por isso mesmo, também o caldo de cascas das Terras Frias Transmontanas, simples de condutos - além das ditas cascas, batata para engrossar e água, apenas sal e - nem sempre - chouriça de tempero e azeite no acabamento, - era uma sopa caldeira e de panela de ferro à lareira. Façam bom proveito!
António MonteiroAs cascas - casulas, vasas, vajes secas ou bajas, empalhada, palhoça ou palhada… - são as vagens secas dos feijoeiros "de trepa" [(Phaseolus vulgaris L., presente na região desde o séc. XVI). No Planalto Mirandês, estes são alguns dos feijoeiros mais utilizados para a secagem das vagens: baina branca, cacharrabudo e castanho de Vimioso, botinho de Mora, cacharolo de Santulhão, capão de Argozelo, chícharo de sete feijões de Duas Igrejas, ferreirinha das batatas da Junqueira, feijão rosa de Fonte da Aldeia…], que depois de cozinhadas acasalam muito bem com o tal botelo, palaio, bulho, chouriço ou salpicão d'ossos - "cascas com botelo". É o dito milagre perfeito num dos pratos mais bem-amado pelos saudosistas transmontanos dispersos por além-Douro e além-fronteiras. «Comer de arrebenta-bois!», para outros.
A secagem de frutos e legumes ao sol sempre foi um dos métodos mais utilizados na conservação dos alimentos de origem vegetal para fazer face às carências de produtos de época. Neste caso, a necessidade financeira do camponês fez a arte: vendia o feijão-grão ao rico e guardava as vagens-cascas, bem secas, para uso próprio, nos caldos e cozidos de inverno. Têm que ser demolhadas, bem demolhadas, tal como o grão, sujeitas a uma primeira cozedura algo demorada e outra mais ligeira após a junção das cachas das batatas. Por isso mesmo, também o caldo de cascas das Terras Frias Transmontanas, simples de condutos - além das ditas cascas, batata para engrossar e água, apenas sal e - nem sempre - chouriça de tempero e azeite no acabamento, - era uma sopa caldeira e de panela de ferro à lareira. Façam bom proveito!
Nota do editor:
(Fotografia "tirada" na Taberna do Carró)
In:https://www.facebook.com/antonio.monteiro.140?ref=ts&fref=ts
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