A
origem do Dia Internacional das Mulheres
apresenta algumas versões nem sempre coincidentes, mas o que realmente importa
é lembrar a força das mulheres em todo o
mundo.
A ideia de celebrar um Dia
da Mulher vinha já do séc. XIX e, com maior ênfase desde os primeiros anos do
século XX, na Europa e nos Estados Unidos, devido à luta , melhor dizendo ,
devido às lutas das mulheres por melhores condições de vida e de trabalho, bem
como pelo direito de voto.
A proposta do Dia
Internacional da Mulher foi iniciada na viragem do século XX, durante o
processo de industrialização e expansão económica, que levou a grandes
protestos sobre as condições de trabalho. Mulheres empregadas na indústria têxtil
foram o grande motor de um desses protestos em 8 de março de 1857 em Nova Iorque, protesto esse barbaramente
reprimido pela polícia, mandada avançar pelos patrões. As operárias pediam apenas
a redução de 16 horas de trabalho diário para 10 e salários mais altos, propondo que lhes fosse
paga a metade do salário dos homens, pois elas só recebiam cerca de um terço.
Três teses subsistem para que
a data de 8 de Março passasse a ser comemorada mundialmente:
1)
a terrível repressão do protesto das
operárias em 8 de Março de 1857, em
Nova Iorque;
2)
o incêndio na fábrica da Triangle
Shirtwaist (que revelou as péssimas instalações em que laborava e as condições subumanas em que laboravam as
trabalhadoras ) e que também ocorreu em Nova Iorque em 25 de Março de 1911, e causou mais de 140 mortes. (Segundo relatos,
cerca de 129 trabalhadoras tentaram escapar, mas encontraram as portas
trancadas e foram queimadas vivas);
3) o
grande protesto “Pão e Paz”,
realizado por 90 mil operárias russas da
indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a
participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial. Essa gigantesca greve teve
início no dia 23 de Fevereiro de 1917,
pelo calendário Juliano, correspondente a 8 de Março pelo calendário gregoriano. (1)
Depois destes
acontecimentos históricos, e com a Primeira Grande Guerra, muitos outros
protestos de fortes grupos femininos foram surgindo por todo o mundo.
Em 1910 ocorreu a primeira
Conferência Internacional sobre a Mulher em Copenhaga e aí, em resposta a uma proposta
de Clara Zetkin, foi aprovada a celebração do Dia Internacional da Mulher.
Ainda sem data determinada. O que viria a acontecer no ano seguinte.
Nos países comunistas a
data era celebrada com grandes
festividades, muita pompa e circunstância. No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi
comemorado no começo do século, até à década de 1920. Depois, a comemoração foi
caindo no olvido durante alguns, assaz longos, anos e foi somente recuperada pelo
movimento feminista, já na década de ´60. Actualmente, com algumas
interessantes excepções, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu bastante do seu significado original,
adquirindo um caráter festivo, sim, mas mais comercial.
O ano de 1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em Dezembro de 1977, o Dia Internacional da
Mulher – 8 de Março - foi adoptado pelas
Nações Unidas, para lembrar as conquistas políticas, sociais e económicas das
mulheres corajosas que nos precederam.
(1)Trotsky
regista o acontecimento: “Estavam planeadas acções revolucionárias e, contra as
nossas directivas, as operárias texteis deixaram o trabalho em várias fábricas
e enviaram delegadas informando da sua greve. Todas sairam às ruas : foi uma
greve de massas. Mas não imaginávamos que este “dia das mulheres” viria a ser o
rastilho da revolução”.
(História Viva “Conquistas na luta e no luto” , por Maira
Kubik Mano, fonte: Internet)
Leiria, 8 de Março de 2013
Júlia Ribeiro
Foto de Lb
De S.Paulo Alice Moreira Marques escreveu: Titia Linda!!
ResponderEliminarConceição Barros escreveu: esta senhora esta de parabéns pelos seus 90 anos
ResponderEliminarÉ também o dia de pagar ao senhorio.A mulher dona de casa sabe isso muito bem e para todos se lembrarem fizeram o 2 em 1.
ResponderEliminarM.
Mais um belo texto desta senhora.No dia da mulher o texto tinha que ser escrito por uma delas e neste blog tinha que ser ELA.Bem-haja minha senhora.
ResponderEliminarLeitor
Julinha, eu sabia que neste dia ia escrever nos Farrapos. Disse ao meu neto para vir almoçar comigo e ele trouce o computador e leu para mim o seu texto. Gostei muito. Coitadas das mulheres, sempre escravisadas. Hoje as coisas estão melhor, mas ainda á coissas muito más.
ResponderEliminarUm beijino
Maria Augusta
Um texto com muita força.
ResponderEliminarObrigado Dra.Júlia Ribiro.
Obrigado Lelo.
Boa sorte para os Farrapos de Memória.
Um Fã do Blog
Tenho visto estes acontecimentos todos muito misturados. Fui a internet e a baralhação tambem por lá existe. Ainda bem que esta senhora esclareceu as coisas. Por isso gostei do texto. Obrigada.
ResponderEliminarCristina Alex
Como sempre,oportuna.Obrigada,Julinha, por toda a informação.
ResponderEliminarAquele abraço.
Uma moncorvense
Também agradeço.
ResponderEliminarAchei o texto muito bem feito e com informação relevante.
R.S.
Olá, Amigos :
ResponderEliminarPor terem lido e comentado, para todos os visitantes e blogueiros, aqui fica um grande abraço.
Júlia Ribeiro