Quando a
ousadia é merecida e se procuram milagres perfeitos, está na hora de desfraldar
a bandeira da vitória, ferrar o galho em sonhos de princesas encantadas,
desenferrujar e afiar os gumes dentários, excomungar dietas, e reclamar: Cascas
com botelo!
Para que os de além-fronteiras não julguem precipitadamente imprudências de uns
quantos, outras denominações e particularidades se vulgarizam para esta iguaria
do receituário transmontano-duriense: bucho, palaio, chouriço ou salpicão
d'ossos, bulho, gaiteiro ou bucho gaiteiro, bandulho, piriquito, paio ou paloio
d'ossos, pastor ou chouriço pastor, chouriço do Gordo e chouriço do Ano Novo,
androla, palagaio e pigureiro, boto ou chouriço do boto, chouriço de carnes da
suã, chouriço do bucho, chourição d'ossos… butelo, butiêlo, botilho, botielho,
botelgo boutelo… E foi com a Feira do Fumeiro de Vinhais (desde 1981), a
matriarca delas, que estes "enchidos d'ossos" saíram do ninho da
tradição familiar para a comercialização generalizada.
Pois então… já que as uvas não morrem ao invés do porco, porque reencarnam no
vinho e o vinho é um ser vivo com o qual o homem tem que se debater, resta-me
esperar que os presuntos fiquem solícitos. Que assim seja!
António Monteiro
(Foto do José Bessa Guerra, a 12 de Março)
In: https://www.facebook.com/antonio.monteiro.140?fref=ts
Pois que assim seja. E com muito apetite seja em que regionalismo for.
ResponderEliminarAbraço
Júlia Ribeiro
Tantos nome tem o melhor e mais transmontano dos pratos da nossa gastronomia.Viva o Butelo e quem o apoiar!
ResponderEliminarE que belo texto do eng. Monteiro.
Leitor