sábado, 10 de março de 2012

Adeganha - 75 litros de azeite

Adeganha -2009 .Foto A.F.M.
10.03.1942 – D. Albertina, viúva de Bernardo Pinto de Magalhães, moradora na quinta de Matos, freguesia de Espadanedo, concelho de Cinfães, proprietária em Adeganha, pretende levar dali 75 litros de azeite de sua colheita. Em virtude da situação de crise tal produto não pode ser transportado sem guia… que a comissão se nega a passar. Tentando resolver o caso, o seu irmão, juiz da Relação do Porto escreve ao presidente da câmara de Moncorvo a ver se pessoalmente dá uma ajuda… Só li a carta, não sei o que aconteceu depois. Mas isto é significativo para se entender como era a vida naquele tempo.
António Júlio Andrade (Efemérides)

1 comentário:

  1. História

    A Adeganha é uma curiosa aldeia do Alto Douro, situada no cimo de um enorme morro altaneiro, nos confins da Serra de Bornes, que se ergue a grande altura sobre a vasta extensão do Vale da Vilariça.
    Os vestígios que aí têm sido encontrados são variados e valorosíssimos, demonstrando a existência de povoamentos antigos, indo dos tempos pré-históricos aos castrejos, romanos e outras ocupações que o território português sofreu. É o caso dos machados de pedra e cobre, moedas romanas, restos de muros de vários e desaparecidos castros e lápides epigráficas, restos de cerâmica, mós manuais, sepulturas abertas nas rochas, que foram descobertos no lugar de Estevais e Junqueira.
    Até ao século XVIII, a paróquia estava situada na Junqueira, só mais tarde passou a ser em Adeganha. Em 1201 D. Sancho I atribuiu uma "carta" a Junqueira, e depois, em 1225, D. Sancho II refere-se-lhe também em foral mas, D. Dinis a seguir transfere-a para Moncorvo.
    Em 1258, Adeganha recebeu a carta de foral por D. Afonso III. Adeganha era o nome dado às terras do antigo Reino de Portugal tomadas aos montes e campos vizinhos para formar o termo municipal. Na aldeia explica-se a formação da palavra através de uma história associada às "Três Marias", três figuras femininas esculpidas na pedra frontal da Igreja Matriz. Reza a história que as três irmãs eram pastoras e iam para o Monte do Frei Vivas, monte de zimbros, carrascos, sobreiros e giestas pastar o gado. Os rapazes também iam e entretinham-se a jogar às cartas. Mas, uma das três irmãs ganhava sempre porque fazia batota e as outras duas ficavam cheias de inveja. Então, as outras duas combinaram desforrar-se. Fizeram uma grande fogueira, com muita lenha, e empurraram para a fogueira a irmã batoteira que ficou a arder em grandes chamas. Se tentava sair as outras duas não deixavam e diziam: - Arde e Ganha ! E, assim , ficou a povoação com o nome de Adeganha.
    No extenso Vale da Vilariça, sobressaem as grandes quintas, as hortas viçosas e muitas plantações da fértil Ribeira da Vilariça que se estendem até ao Rio Sabor e mesmo até às margens do Douro. Já cá em cima junto à Adeganha ficam as leiras do centeio e os olivais cobrindo os montes. Em construções de pedras guardam-se as ovelhas e os cereais e as rochas da natureza são aproveitadas para paredes ou para eiras onde se fazem as malhadas. Os terrenos do seu termo são, essencialmente, montanhosos à excepção da zona de Junqueira que abrange ainda o Vale da Vilariça. A povoação da Adeganha, apresenta-se como um dos mais característicos núcleos de arquitectura rural devido à simplicidade do estilo transmontano, à unidade e nobreza dos materiais utilizados, como o granito e a telha vermelha e a infindável desordem no traçado das ruas e dos largos.
    http://www.torredemoncorvo.pt/adeganha

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