terça-feira, 21 de agosto de 2012

Macedo de Cavaleiros. POÉTICA -CONVITE

A  Poética tem o grato prazer de convidá-lo/a a estar presente no evento "À conversa com Raquel Serejo Martins", a decorrer no seu espaço no próximo sábado, dia 25, pelas 16h00.
Participe e divulgue. A Poética agradece.
http://poetica-livrosarteeeventos.blogsp...

4 comentários:

  1. Lembro-me da primeira vez que o vi. Lembro-me do dia. Lembro-me da hora. Lembro-me do calor daquele dia cinzento que acabou em trovoada de Verão. Lembro-me das nuvens a empurrarem-se umas às outras. Lembro-me da água, gotas gordas, anafadas, pesadas, mornas, carregadas, a cair em subtil violência. Um fim de tarde de silêncio e trovões. Uma descarga de água sobre uma terra quase a arder. Lembro-me dos óculos castanhos de massa. Lembro-me da t-shirt verde musgo que lhe dançava no corpo. Lembro-me dos ténis castanhos, com atacadores azul-marinho, lembro-me que cheirava a terra molhada, lembro-me que tinha cortado um dedo a descascar uma maçã. Como é que é possível eu lembrar-me dos atacadores, da cor dos atacadores. Há coisas mesmo ridículas.
    http://www.blogclubedeleitores.com/2012/08/1-paragrafo-solidao-dos-inconstantes.html

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  2. “O meu quotidiano sem a Rita não é a mesma coisa. Preciso do seu sorriso e das suas histórias fantásticas, porque a Rita não era deste mundo, mas de um mundo onde a chuva nuns dias cheirava a canela e noutros a manga, os céus chegavam a ser cor de mirtilos e os mares cor de alcachofra, e havia índios que procuravam as penas pelos jardins de Paris, astronautas que não queriam abandonar a Lua, peixinhos a nadarem nas nuvens, crocodilos que passeavam pelas ruas, leões que pintavam as unhas e ursos e pinguins a discursar nos jornais e nas televisões, e bruxas de lambreta, e fadas com chapéus de palhinha e vestidos às flores ou às bolinhas, madrinhas de alguém, a quem a Rita dava indicações no metro, porque andavam sempre desorientadas, e acabavam a trocar números de telefone para depois tomarem juntas um chá verde com scones ou bolo de laranja. E eu conseguia ver tudo aquilo, conseguia ver e viver num mundo em que não viveria se não fosse pela mão, pelos olhos, pela boca, pelo coração da Rita.”





    Se nunca tivesse ouvido falar no surrealismo e afins iria jurar que a Raquel tinha metido uns ácidos na imaginação. Adiante! Afinal, além de apreciar descrições (de preferência contrastadas, misturadas, baralhadas), também gosto daquelas referências que denunciam as preferências do autor e do leitor: a Ofélia de Pessoa e os girassóis de Van Gogh e o bandonéon de Piazzolla, os versos de Sophia e de Lorca, as vozes de Elis Regina e de Nina Simone, as telas de Chagal e o cinema de Kurosawa, os livros de Cervantes e de Nabokov, os discos do Stan Getz e do Sting, do Jorge Palma e do Sérgio Godinho, flamenco e bossa nova – e que ninguém se esqueça (parece sempre alertar a narradora, que tem a mania de revelar as preferências da Raquel) do Joaquin Sabina e do Chico Buarque!

    Fernando Madaíl
    http://josecarlospereira.blogspot.pt/2010/11/raquel-serejo-martins-uma-escritora.html#!/2010/11/raquel-serejo-martins-uma-escritora.html

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  3. Setembro 03, 2009
    No final do Verão, aí está uma estreia para ler: a de Raquel Serejo Martins e do romance ‘A Solidão dos Inconstantes’ (edição Estampa). Uma história de amor e dúvida com Lisboa e Buenos Aires em música de fundo. Na próxima semana.
    IN Crónicas de Francisco José Viegas

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  4. Só lamento estar tão longe ! Não é o fim do mundo, mas para mim, que ainda não conduzo, é como se fosse.
    Um grande abraço para a Raquel e um grande dia para a Poética, para a Virgínia e para todos.

    Júlia

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