Fernando Pessoa
Isto passou-se há mais de 60 anos. Uma professorinha de Moncorvo, nos seus 19 anos e no seu 1º ano de aulas , foi parar a uma aldeia perto de Miranda do Douro. A aldeia era pequena e entre pobre e remediada. Vivia-se da agricultura: algum cereal, as batatas, as couves e o feijão; alguns rebanhos de cabras e ovelhas, uma ou duas juntas de vacas (do padre e do regedor) , o porquinho para a matança e pronto. A canalhada estava habituada ao convívio com os animais, a ver as ovelhas , as cabras e as vacas a parir; a ver o porco ser morto e o sangue batido num alguidar ... Era uma vida de trabalho e as crianças ajudavam no que era preciso.
Um dia, o Zé, nove anos espertalhões, chegou muito atrasado à escola. A professora quis saber a razão de tão grande atraso. O garoto respondeu : “Fui levar a vaca ao touro”. A professora corou, atrapalhou-se e disse : “ O teu pai não podia ter feito isso?” . O rapazito, admirado, olhou para ela e respondeu : “ Se calhar, podia. Mas o touro faz melhor “.
2011-08-20
Este foi o raciocínio natural do menino. Nós com a mente distorcido de 2000 anos de pecado levamos tudo na mesma direcção. Só te ris do mal ,diz a minha mãe.
ResponderEliminarPior é quando nos toldamos de desejo e só pensamos como o realizar. Um amigo meu, que andou num curso agrícola em Mirandela ,quando lhe mostraram a vacaria e a aparelhagem de ordenha automática ,congeminou logo como tirar partido da dita máquina. Quando ficou sozinho ligou-a ao respectivo e em 10 segundo atingiu o orgasmo. Pior foi depois!! Com a pressa,não aprendeu como se desligava e foi com surpresa e pavor que viu uma tabuleta que dizia :PÁRA AUTOMÁTICAMENTE AOS 5 LITROS.
Noitibó
Já que estamos em maré de malandrice, esta, mais suave,também passada com uma professora primária:
ResponderEliminarEra dia de fazer redacção.Tema escolhido : o Milagre das Rosas.Depois de algumas referências ao rei D.Dinis,ao seu reinado,à sua obra,a professora contou a lenda que teve como protagonista a esposa,a rainha santa Isabel, e pediu aos alunos que, por escrito,reproduzissem o que tinham ouvido.Um dos alunos rematou a redacção desta maneira:”… e o rei viu a rainha na rua e perguntou-lhe o que levava escondido debaixo da roupa.Ela levantou a saia e o rei,em vez do pão para os pobres, viu com admiração uma coisa que nunca tinha visto antes”.
Uma moncorvense
Esta gente leva tudo pró mal. Mas a culpa é da Língua Portugesa. E também culpa do verbo fazer que dá pra tudo e pra mais alguma coisa.
ResponderEliminarÉ um verbo, não é, professora Júlia ? Creio que ainda me lembro de alguma coisa da Primária.
F.Santos
Estes continhos deviam ser vendidos na farmácia em vez de prozac.
ResponderEliminarEssa do pára automáticamente aos 5 litros é de rir até cair para o lado.
ResponderEliminarE estamos em tempo de crise.
Em Português quase que dizemos tudo com o verbo fazer e com o subestantivo a coisa - que dá pra tudo e mais alguma coisa , - ainda me lembro de alguma coisa da Primária. E também temos o verbo coisar.
ResponderEliminarE eu digo : Mas que coisa , atão não tenho razão?
Nuno Coiso
É contra a crise ,o stress, e tudo que nos faz mais tristes, mais a cheirar a fado.Estas crónicas fazem bem à saúde.Deviam ser lidas pelos elementos do ALMA DE FERRO no inicio das aulas.Imagino o Kamané a ler uma destas historinhas no centro de emprego.Não há desemprego que resista a este humor.Muito obrigada doutora Júlia.
ResponderEliminarLaura
São rosas senhor ,disse a raínha .Tantas histórias que contam os professores .Estas informações entram na avaliação?Gosto deste blog.É fixe,mas nem tudo que vem à rede (net)é fixe.
ResponderEliminarK
Já me diverti à grande com os comentários do Noitibó, do Nuno Coiso, do F. Santos e dos outros comentadores.
ResponderEliminarPeço desculpa, mas não estou a identificar a Laura, que conhece o Grupo de Teatro Alma de Ferro e o Camané (também tenho uma estorinha dele).
Para todos - e também para os Anónimos - um grande abraço. Segue outra estória .
Júlia
Bote lá a do Camané.
ResponderEliminarA malta de Miranda devia traduzir este texto para mirandês.
ResponderEliminarEstas "Historinhas" fazem me lembrar outras das muitas que passaram na minha vida de professora primaria ...seriam anos 70. Estávamos numa aula de leitura, o miúdo começava a soletrar as palavras e estávamos a tentar ler um pequeno texto..numa determinada altura "emperrou" e dizia cara..cara..cara..e nao avançava mais.-Então....vamos lá ..e o miúdo meio atrapalhado disse: o resto não o digo senhora professora (a palavra era caracol)...o que iria naquela cabecinha?..são as historias de vida..
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