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sábado, 13 de maio de 2017

TORRE DE MONCORVO - a SINAGOGA

"Edifício do Largo General Claudino que serviu de
Sinagoga aos marranos nos anos 20 e 30 do Século XX"
No Século XX houve um reencontro do judaísmo em Portugal com o Capitão Barros Basto, integrado no movimento "Obra de Resgate', que se repercutiu também em Torre de Moncorvo. A partir dos anos quarenta o judaísmo passou por um período de estagnação, mas nos anos 80 as comunidades de judeus marranos adquirem nova vitalidade com a legalização em 1988 da Comunidade de Belmonte.

Fonte: "Torre de Moncorvo Munícipio Tradicional" de Ilda Fernandes

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Os Marranos em Trás os Montes

A GUISA DE ABERTURA


O éxodo israelita e sua fixação na Iberia iniciaram-se em recuados tempos, e os audaciosos imigrantes conseguiram coexistir com os diferentes povos que, sucessivamente, e no decurso de séculos, ocuparam o territorio peninsular, sem nunca se fundirem na amalgama de vencedores e oprimidos, mantendo intacta e sempre viva a antiga crença de Adonai.
Portentosa acção, reveladora de singulares qualidades, de argucia, tena­cidade, sacrificio, de inquebrantável poder de adaptação, com que oportuna­mente os dotara a adversidade, que desde o principio, em todos os tempos, os perseguira sem indulgencia.
Não causa estranheza que, com tais atributos, ao fundarse a nova nacio­nalidade lusitana, o importante elemento se evidenciasse na constituição do agregado populacional e os primeiros monarcas, seguindo sensata e tolerante politica, lhe concedessem certas garantias de estabilidade, privilegios e isenções.
Na região bragançana, naquela época de liberalidade religiosa, existiram judiarias em terras de alguma importância, como foram as de Bragança, Bemposta, Mogadouro e Moncorvo, chegando o Rabino da sinagoga desta última comuna a ter jurisdição sobre os sequazes residentes em toda a pro­vincia trasmontana, facto deveras significativo da sua densidade e influência, nesse período, no recôndito e afastado rincão.
No entanto, foi, possivelmente, quando os reis católicos, Fernando e Isabel, escorraçaram os judeus dos seus estados, que inúmeras familias de raça hebreia se disseminaram por toda a faixa fronteiriça, da estrema norte até ao Douro e dEstacionaram em diferentes lugares, estabeleceram-se em diversas povoa­ções, formaram a par da população autóctone, núcleos diferenciados de relativa importância, cujos adestrados componentes se dedicavam, na quase totalidade, por habitual mister ou obrigatória disposição, às artes, aos ofícios mecânicos, ao comércio de toda a espécie, à usura e contrabando, mas obri­gados ao pagamento de pesados impostos, além da antiga sisa judenga.
 Ali  pela Beira além, avizinhados da saudosa terra forçada­mente abandonada, onde haviam já nascido e prosperado seus maiores

quinta-feira, 2 de junho de 2016

A PONTE DA QUINTA DA PORTELA SOBRE O RIO SABOR ,por António Júlio Andrade e Maria Fernanda Guimarães

Várias vezes temos dito que os processos da Inquisição se constituem no melhor jazigo da memória do nosso povo, porque eles foram instruídos com base nas vivências quotidianas e neles pulsa, em toda a sua originalidade e sem artificialismos o viver colectivo das pessoas. E por vezes, neste jazigo da memória, descobrem-se coisas surpreendentes.
Permitam uma pergunta disparatada e que é a seguinte:
- Haverá alguma relação entre o estudo dos processos da Inquisição de Miranda do Douro e o estudo do mapa rodoviário de Torre de Moncorvo?
- Nenhuma – dir-se-á – um verdadeiro disparate, realmente!
Pois, meus amigos, andávamos nós às voltas com os processos instaurados pela Inquisição em Miranda do Douro e caiu-nos à frente um documento bem interessante sobre aquele assunto. Refere-se à construção da ponte sobre o rio Sabor e que ainda hoje estabelece a ligação da estrada que vai da Beira Alta para o Nordeste Trasmontano, nas proximidades de Torre de Moncorvo.
Trata-se de uma obra de arte que vai ficar submersa dentro de um ou dois anos, pela água da barragem que se está construindo ali perto. Daí também a oportunidade deste texto. Antes de avançarmos, vejam como a câmara municipal de Torre de Moncorvo a ela se refere em texto datado de 7 de Junho de 1861:

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Miranda do Douro -Presos em 1556 quando cozinhavam uma panela de carne

21 de Fevereiro de 1556. Caiu nesse dia a primeira sexta-feira da Quaresma. E foi na tarde desse dia que o provisor e vigário geral da diocese de Miranda do Douro, o licenciado Amadeu Rebelo assinou uma ordem para que fossem prender Lopo de Leão, por culpas de judaísmo, as quais lhe tinham contado em visita que fizera na freguesia da cidade. A ordem foi passada ao meirinho do eclesiástico Francisco Pires que se fez acompanhar de outro Francisco Pires que era o carcereiro da comarca.
A casa de Lopo era na rua da Costanilha, a mais central da cidade, fazendo a ligação entre o castelo, a praça do município e a sé episcopal. Era uma casa de dois pisos e no r/chão funcionava uma oficina de sapateiros. Sim, que Lopo e seus 3 irmãos eram todos sapateiros e todos eram ainda solteiros, morando e trabalhando em casa. Tinham ainda duas irmãs, mais novas, uma das quais contava apenas 12 anos, mas já estava esposada, ou seja, prometida em casamento.
Chegaram os homens da justiça e ainda antes de exibirem o mandato de prisão, foram apanhados por um forte cheiro a cozedura de carne, com fortes temperos, que vinha do andar de cima. E logo fizeram tenção de subir, sendo-lhe barrada a escada pelos irmãos Lopo e António de Leão. Em resposta o meirinho pôs-se a gritar a d´el-rei, pedindo ajuda, em nome da Inquisição.

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MARRANOS DE TRÁS- OS - MONTES

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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Uma doceira marrana que fazia os deliciosos massapães de Torre de Moncorvo

António Júlio Andrade

Fernanda Guimarães
Naquele dia 21 de Agosto de 1647, fizeram-se em Torre de Moncorvo umas quantas prisões, a mando do tribunal da Inquisição de Coimbra. Entre os aprisionados contava-se um Francisco Brandão e sua mulher Maria Rodrigues. Enquanto se não organizava a marcha para Coimbra – isso implicava uma série de diligências – o Francisco foi metido na cadeia da vila e a Maria ficou guardada em casa de uma cristã-velha, Joana de Gouveia, de seu nome e pertencente à nobreza da vila.
Chegada a hora de abalar, a tralha (colchões, cobertores, panelas, pratos… - que eles tinham que levar cozinha e cama - foi carregada em um jumento que seguiu à frente, na caravana dos homens. A ela puseram-lhe um macho à porta
da casa onde estava presa e ajudaram-na a montar para o dorso do animal. Depois ataram-lhe as mãos e os pés, não tanto com receio de que ela fugisse, mas para engrandecer o espectáculo. Quem dirigia estas operações era o comissário local, ajudado pelo familiar do santo ofício Francisco de Gouveia Pinto.
Implorou que a levassem pela rua das Quatro Esquinas, para que os filhos a não vissem naquela triste e degradante situação, exposta à irrisão do público. De contrário, decidiu o comissário, segundo o alvitre do familiar, que iria mesmo pela Praça do Município onde ficava a sua casa, para que vissem bem vista e servir de exemplo, sobretudo para os filhos que choravam. Escarninho, o familiar voltou-se para ela e ordenou:


terça-feira, 25 de agosto de 2015

OS JUDEUS NO CONCELHO DE TORRE DE MONCORVO,por António Pimenta de Castro


Velha judia (professor Santos Júnior)
Não se sabe ao certo a vinda dos primeiros judeus para o território que hoje é Portugal. São inúmeras as lendas que vários autores aludem, mas que precisam de uma confirmação histórica irrefutável. Por isso apenas vamos falar da sua vinda, com provas concretas e comprovadas com documentos. Esta questão não é pacífica, escreveu recentemente (Outubro de 2009) Carsten L. Wilke: “Fora da capital provincial, estelas antigas de judeus lusitanos foram encontradas em Villamesías (perto de Tujillo) e, há uma vintena de anos, em Mértola, a antiga Mytilis, no Alentejo. Essa pedra é o mais antigo testemunho da presença judaica no actual território português. Mas ela é – lá está – muito incompleta; da inscrição, ornamentada por uma menorah (candelabro de sete braços hebraico) gravada, não resta senão a parte inferior, comportando uma datação em língua e calendário latinos: die quar (ta n) onas octo (bri)s era DXX, o que corresponde a 4 de Outubro de 482. O costume de redigir as inscrições funerárias em língua hebraica só se difundiu quatro séculos mais tarde. Assim, os dois epitáfios hebraicos encontrados em Espiche, perto de Lagos, tidos durante muito tempo como o mais antigo vestígio judaico em Portugal, não podem manifestamente datar do século VI como pretendem os manuais, pois o seu vocabulário é nitidamente característico da Alta Idade Média(1)” .

segunda-feira, 27 de julho de 2015

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

MIRANDA DO DOURO 1557 – Álvaro de Leão e a ideia messiânica

 Álvaro Lopes, ou Álvaro de Leão, morava em Duas Igrejas e exercia o ofício de tecelão de panos de linho. Estava casado com Branca Álvares e o casal tinha 4 filhos, todos ainda solteiros, e outras tantas filhas, duas delas casadas. Apesar de também ter sido denunciado pelo irmão Diogo da Costanilha em 1544, Álvaro só foi preso pela Inquisição de Lisboa mais de uma dúzia de anos depois, em finais de 1557, depois de ter sido denunciado (ele e outros mais) pelos sobrinhos filhos do mesmo Costanilha, especialmente pelo mais velho, Lopo de Leão, que nele carregou forte. A propósito, ele mesmo haveria de comentar para os seus companheiros de cela:
- Como confessaram tudo, pelo bispo de Miranda lhes meter medo, eles deitaram a perder todo o Portugal com sua confissão, o que fizeram por serem moços.
E aos mesmos companheiros terá ainda contado que logo em Miranda do Douro, quando foram preso, os repreendera, dizendo-lhes:
- Mal aventurado leite que mamastes, que tanto mal fizestes para os outros!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Judeus em Trás-os-Montes - Os braços do Santo Ofício


Pedro Henriques de Guevara


(nascido em Torre de Moncorvo, séc. XVII)


Era filho de Luís Vaz Henriques, de alcunha o Alto, rendeiro e morador em Torre de Moncorvo, e de Isabel da Pena, ambos cristãos-novos.
Teve quatro irmãos: Francisco Vaz Barbo, casado com Jerónima de Matos; Álvaro Cardoso de Oliveira, marido de Mécia de Pena; Gaspar Cardoso, casado com Josefa de Matos e que fazia viagens para Castela; e Félix Henriques, que embarcou para as Índias de Castela.
Os dados biográficos que se conhecem sobre Pedro Henriques são fruto, na sua maioria, de algumas diligências feitas pelo comissário do Santo Ofício em Macau, Manuel Fernandes, que as remeteu à mesa da Inquisição de Goa, em 1646.
Nesta documentação, Pedro Henriques é apresentado como um judeu público bastante rico e que fazia muitas viagens, provavelmente por motivos comerciais, bem como para escapar à perseguição inquisitorial que lhe era movida por vários tribunais. Assim, em Setembro de 1645, Pedro Henriques teria chegado a Macau, oriundo de Manila, tendo passado, nessa viagem, pela região do Camboja. Sabendo que um comissário da Inquisição de Manila ordenara, através do vigário de Macassar, a sua prisão em Macau, Pedro fugiu para Cochim, no navio do capitão Diogo do Amaral.

domingo, 5 de outubro de 2014

NA TERRA DO FERRO


O Ferrador que em Torre de Moncorvo tocava às Trindades com o malho na bigorna do tronco

Na praça do município, em Torre de Moncorvo, existe uma casa que tem insculpida no granito da ombreira da porta a data de 1709. Certamente que tal data corresponde ao ano da sua construção.Fazendo esquina da mesma praça com a antiga rua dos Mercadores, uma outra casa, que alberga no r/chão uma ourivesaria, terá sido construída na mesma época. Ambas foram reconstruídas ultimamente, mantendo a traça original. Aliás, nenhuma alteração de monta terão sofrido estas edificações nestes três séculos, tanto ao nível dos espaços habitacionais como nos espaços comerciais.
Mais difícil será tentar reconstruir as edificações que ali existiam antes daquela data e a ambiência do sítio. Apesar da dificuldade, propomos um exercício de imaginação, baseados nas informações colhidas em um processo da Inquisição, referente a Henrique Rodrigues, ferrador de profissão. É que, pelos anos de 1647, as duas casas seriam dele, conforme consta do inventário de seus bens, assim registados:- Disse que possui uma casa sobradada na praça da vila de Moncorvo (…) que parte com a mesma praça e da outra banda com casa de Francisco de Araújo, que comprou ao fisco e vale 25 mil réis.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Rota dos judeus (Reedição dos posts publicados no blogue "Os Judeus em Trás-os-Montes")






Reportagem “Moncorvo, Zona Quente na Terra Fria”, de Fernando Assis Pacheco (texto) e Leonel Brito (fotos), publicada no jornal 
“República”, em Março de 1974 .




Nota do Editor: Reedição dos posts públicados no blog :
http://marranosemtrasosmontes.blogspot.pt/




segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Rede de Judiarias de Portugal cria Centros de memória.

Sinagoga de Moncorvo?
A Rede de Judiarias de Portugal, à qual já aderiram 28 municípios, está a projectar a criação de centros de memória, que podem ter a ver com a História Medieval, com a Inquisição ou com a Segunda Guerra Mundial, disse o secretário-geral da organização.
Jorge Patrão adiantou que esses projectos contam com o financiamento norueguês, já que a associação conquistou, através do programa "EEA Grants 2009-2014", um apoio de quatro milhões de euros.
"Temos por exemplo, a recuperação da Igreja da Vila de Alenquer, que já foi mandada restaurar em 1560 pelo célebre Damião de Góis, que, não sendo judeu, foi uma vítima da Inquisição, e que, como se sabe, no tempo do Estado Novo, até o túmulo e as armas do mesmo tiveram de ser retiradas", apontou, recordando que aí também será construído um memorial a Damião de Góis e às vítimas da Inquisição.
Para concretizar até 2016, em parceria com a Câmara Municipal e com a Santa Casa da Misericórdia de Leiria, está a reabilitação da Igreja da Misericórdia, que fica em plena judiaria medieval e se encontra bastante degradada.
"Vamos recriar a existência dos dois espaços que aí convergiram, isto como um símbolo de diálogo entre religiões e interculturas, já que o templo judaico que aí existiu acabou por dar lugar a uma igreja cristã", especificou Jorge Patrão. O projecto a levar a cabo em Leiria integrará também a recriação de uma daquelas que foi uma das primeiras tipografias existentes em Portugal e que "imprimiu o célebre Almanaque Perpétuo do mestre Abraão Zacuto".
Já em Tomar, está perspectivada a revitalização de uma das mais simbólicas sinagogas portuguesas, que ainda mantém a arquitectura do século XV.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Congreso Internacional “Zamora y La Raya: herencias sefardíes compartidas”

Congreso Internacional “Zamora y La Raya: herencias sefardíes compartidas”
Julio 1-4, 2014
 Convocatoria

  El Centro de Interpretación Isaac Campantón convoca al Congreso Internacional “Zamora y La Raya: herencias sefardíes compartidas” a celebrarse los días 1 al 4 de Julio en las localidades de Vimioso, Carçao (Portugal), Fermoselle y Zamora (España).

El Congreso tendrá carácter interdisciplinario y se invita tanto a académicos y estudiantes universitarios como a artistas y gestores culturales en general a compartir sus experiencias en el estudio, conservación y promoción de la cultura sefardí en Zamora y La Raya, como se conoce a la región de la frontera con Portugal.  

Se sugieren los siguientes temas de ponencias, aunque no limitados a ellos:

·  Zamora en la ruta de los judíos hacia Portugal en 1492
· Símbolos y grafías criptojudías en la raya
· Genealogías de la frontera y casos inquisitoriales 
· Protagonismo femenino en la conservación de las tradiciones judías 
· Herencias culturales: leyendas, música, gastronomía
· Cábala y literatura mística española y portuguesa
· Personalidades como Abraham Saba, Joseph Hayyun, Isaac Cardoso, entre otros.
· Relaciones entre la literatura sefardí y las literaturas nacionales española y portuguesa 
· Experiencias en el reconocimiento y recuperación de la herencia sefardí en España y Portugal
· Narrativas locales, y museísticas 
· Impacto de los estudios sobre los sefardíes en las historias oficiales de España y Portugal
· Relaciones transatlánticas
· Recursos para la familiarización y conocimiento de la cultura sefardí (bibliografías, páginas webs, Centro de estudios, otras actividades) 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Sabores Judaicos - Trás-os-Montes,por Graça Sá-Fernandes, Naomi Calvão

Na recolha de material sobre a tradição oral, ainda mantida pelos cripto-judeus, em Trás-os-Montes, deparámos com várias orações, práticas religiosas, alimentares e outras.
Estes costumes eram, e são, transmitidos essencialmente pelas mulheres.
Com perigo, até da própria vida, os cripto-judeus transmontanos tiveram que, ao longo do tempo, esconder, e mesmo evitar, todos os costumes e preceitos que os comprometiam.
São disso exemplo o abandono sucessivo da Circuncisão, da Festa das Cabanas, da Delegação Ritual, da Preparação do Vinho, do Uso dos Livros Sagrados e utensílios pertencentes ao culto.
Por outro lado, é muito interessante ver como, passados cinco séculos, persistiu a consciência religiosa em vários campos e como conseguiram, disfarçadamente, continuar com a prática do culto judaico, iludindo a vigilância inquisicional.
Podemos, ao longo deste livro, tomar contacto com alguns desses hábitos.
A alimentação foi, desde sempre, como em todas as comunidades judaicas, um dos traços mais fortes da sua tradição e simbologia características.
Usámos uma cronologia litúrgica para facilitar a leitura das receitas.
http://www.almedina.net/catalog/product_info.php?products_id=7916

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Luis Carvajal y de la Cueva nascido em Mogadouro

    Luis Carvajal y de la Cueva
Os colonizadores que deram vida ao nordeste mexicano, têm a sua história enraizada nos movimentos sociais que surgem em Espanha e Portugal, imediatamente após o descobrimento da América.No ano de 1493, precisamente depois da conquista de Granada e da partida do porto de Palos das naves comandadas por Colombo, os reis católicos de Espanha expulsaram todos os mouros e judeus dos seus domínios. Os mouros mudaram-se principalmente para África, de onde tinham vindo sete séculos antes. E os judeus para o norte da Europa e Portugal. Descendente destes judeus emigrantes para Portugal em terceira geração, foi Luís Carvajal y de la Cueva, que nasceu na vila de Mogadouro, Trás-os-Montes, no ano de 1539. Os seus pais foram Gaspar de Carvajal de Carvajal e Catalina de León de la Cueva.Quando jovem, o seu tio materno, Duarte de León, enviou-o para Cabo Verde, no ano de 1549, onde permaneceu treze anos, chegando a ocupar o posto de tesoureiro do rei de Portugal e ocupando-se principalmente do comércio de escravos negros.Em 1562 regressou a Lisboa e depois foi para Sevilha, onde conheceu Guiomar Nuñez de Rivera, dama endinheirada, com quem se casou em 1564, e da qual teve dois filhos: Francisca e Andrés.Viveu em Lisboa durante dois anos, após o que viajou sozinho para a Nova Espanha (México), num navio com um carregamento de vinhos, sob o comando do capitão Cristóbal de Erazo. Ficou no México, na região de Pánuco, até ao ano de 1578.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

“Os judeus e cristãos novos no período Filipino: o caso de Chaves”

No dia 18 de Outubro, sexta-feira, irá decorrer na nossa Sede, pelas 18 horas, uma interessante e ilustrada palestra sobre os judeus e cristãos novos em Trás-os-Montes e, em particular, em Chaves.

O título da palestra é o seguinte:

“Os judeus e cristãos novos no período Filipino: o caso de Chaves”

Vimos convidá-lo a assistir a essa palestra da responsabilidade de um investigador transmontano que realizou um mestrado sobre esse tema.
Teresa Sarmento
Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro (Lisboa)

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Rede de Judiarias conquista apoio de quatro milhões e meio

A Rede de Judiarias de Portugal conseguiu um financiamento superior a 4,5 milhões de euros para a concretização do projeto “Rotas de Sefarad”, o qual começará a ser executado a partir de outubro, disse o seu secretário-geral, Jorge Patrão.

Sinagoga de Moncorvo ?
A maior parte da verba (quatro milhões) será disponibilizada no âmbito do “EEA Grants 2009-2014”, um mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA) através do qual a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega financiam, na qualidade de países doadores, diversas áreas prioritárias de ação junto dos Estados beneficiários do Fundo de Coesão da União Europeia.
“É um apoio que também obriga o Estado português a colocar mais 15% desse montante (600 mil euros), o que acontecerá até porque o acordo já está devidamente formalizado”, explicou Jorge Patrão.
De acordo com este responsável, a execução financeira começa já em outubro e prolonga-se até 2017.
Entre áreas programáticas como a da gestão integrada de águas interiores e marinhas, a das energias renováveis ou das iniciativas de saúde pública, o EEA Grants inclui a da conservação e revitalização do património natural e cultural com uma dotação total para Portugal de quatro milhões de euros, que foi inteiramente atribuída ao projeto “Rotas de Sefarad”.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Torre de Moncorvo - Vestígios judaicos?























Nos últimos tempos, na zona da antiga judiaria de Torre de Moncorvo,frente à casa da sinagoga, do outro lado da rua, em uma casa arruinada a que caiu o telhado, de paredes todas construídas com pedra miúda de xisto, ficou visível uma estrutura de granito que a foto documenta. Há quem estabeleça semelhanças com o "Elal" - sítio onde se guardavam os rolos da torah - de Castelo de Vide e do Sabugal.. Por mim, que nada percebo de arqueologia judaica, estranho muito o facto de em paredes feitas de pedras miúdas de xisto tenham colocado uma estrutura tão nobre, de granito trabalhado. E acho mais intrigante o elemento que se encontra caído em cima e que antes decorava ao meio aquela estrutura.Em outra casa, sita atrás da anterior para o lado nascente, em plano mais baixo, junto à porta da muralha medieval, metida também numa parede de pedra miúda de xisto, está a estrutura de granito que a foto 2 apresenta. Alguém consegue uma explicação?Ambas as casas se situam, como se disse, na zona da antiga judiaria,próximo de dois monumentos classificados (muralha medieval e igreja da misericórdia).  Ambas estão arruinadas e caídas, a pedir uma intervenção arqueológica e um estudo sistemático.  Alerto para isso os serviços camarários que, por sinal, até estão bem dotados de técnicos de arquitectura, engenharia, arqueologia e história... Por este e outros caminhos semelhantes passa, em meu entender, o futuro de Torre de Moncorvo e do Nordeste Trasmontano.
António Júlio Andrade

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Souto Moura desenha museu da cultura sefardita em Bragança

Arquitecto vai projectar espaço que ficará num edifício contíguo ao Centro de Arte Contemporânea Graça de Morais, da sua autoria

espaço dedicado à cultura sefardita ficará junto ao Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, na foto NELSON GARRIDO
A cidade de Bragança vai ter no próximo verão um novo espaço cultural, projectado pelo arquitecto Souto de Moura, com a história da cultura sefardita do Nordeste Transmontano, anunciou esta sexta-feira a autarquia local.