Fernando Pessoa
Aí por volta de 1970 , os professores do Ensino Primário começaram a movimentar-se , considerando que os programas deviam centrar-se no aluno, as unidades didácticas deviam progredir de acordo com centros de interesse da criamça e os professores deviam trabalhar com os alunos visando atingir determinados objectivos.
Em 1972 , estava o meu filho na 2ª classe , tinha uma professora excelente que aderira a esses três princípios. Assim sendo, para que o aluno desenvolvesse um tema escrevendo duas ou três frases, não se limitava a dar um título como “A Primavera” ou “A vaca”, como se fazia no meu tempo. As professoras davam uma pequena frase introdutória, como a que serve de título a esta esrorinha. No fim, as crianças tiravam uma conclusão.Ora, os garotitos da 2ª classe viram-se perante esta afirmação e lá escreveram o que seria correcto dizer sobre o assunto.
O meu filho pôs-se a pensar (o mal era quando ele se punha a pensar) e escreveu:
“As bebidas alcoólicas não fazem mal à saúde, porque o meu pai e o meu avô bebem vinho ao almoço e ao jantar e nunca estiveram doentes. A minha mãe também bebe vinho e até gosta de “wiski”, mas diz que não bebe, porque é muito caro. A minha mãe também está muito bem de saúde. As minhas duas avós, que só bebem água, são as únicas que são doentes. Conclusão: as bebidas alcoólicas não fazem mal à saúde.”
Nós, a família, tivémos a sorte de a professora nos conhecer bem. Se fosse hoje, se calhar teríamos psicólogos à perna, porque o coitadinho do menino vivia numa família de alcoólicos. Precisaria de apoio psicológico, a família de bêbados também ... etc. etc. Modernices.
Leiria, 2011-08-28
Júlia Ribeiro
Segundo o INE 17% das mortes em acidentes rodoviários são provocadas por excesso de álcool.De onde se conclui que 73% dos acidentes mortais são provocados pelos que bebem água.
ResponderEliminarIsto do vinho ,da vinha e da vida é um bom tema para um debate na região do douro que Moncorvo faz parte.A bricar ,a brincar nestas crónicas surgem temas muito sérios que o blog devia abrir em tertúlia.Ver o que se está a passar na Régua com a revolta dos viticultores.
ResponderEliminarCom a crise voltamos ao vinho a martelo e aos produtos de baixa qualidade.
Parabéns! muito bem contado, como sempre,e cheio de humor, também;é leve e divertida, esta estorinha.
ResponderEliminarObrigada, amiga Júlia
Tininha
Já dizia o BOTAS: beber vinho dá de comer a um milhão de portugueses.O vinho tinto é sangue de Cristo ,beber é um acto de fé.O padre bebe na missa e nós comungamos no Lagar.
ResponderEliminarHá sempre aquela histórinha do menino que entrou no Cadorna e pediu um litro de vinho.
-Branco ou tinto ?
Tanto faz o meu pai é cego.
Noitibó
Não há mais do Camané?
ResponderEliminarTenho esperança de que,enquanto durar a crise(pelo menos),não se esgote a fonte das divertidas estorinhas da nossa inspirada contista(nem os comentários de Noitibó!).
ResponderEliminarAbraço agradecido.
Uma moncorvense
Lembram-se?
ResponderEliminar. . meu Deus era o vinho
Era o vinho o que eu mais adorava
Só por morte meu Deus só por Morte
É que a pinga do vinho deixava
O mal dos miudos e dos PAIS DOS MIUDOS é quando eles se poem a pensar .
ResponderEliminarCeleste F..
A estória é saborosa, mas o primeiro comentário fez-me dar uma boa gargalhada. O que não é nada mau em tempos de crise em que os mandantes parece que andam c'os copos. Tiram aos pobres e dão aos ricos.
ResponderEliminarMaria da Querdoira
Obrigada aos Amigos que aqui vêm ler esta estorinhas. Eu fico a ganhar, porque sou quem se diverte mais com os comentários que aqui deixam.
ResponderEliminarOlá, Tininha. Olá, Noitibó. Olá, todos.
Um abração
Júlia
Olá Julinha!
ResponderEliminarQue bem que me soube esta(como tantas outras)contadas com tanta graça
pela nossa querida contadora de "estórias" e histórias.
Muito obrigada!
Com muitos beijinhos da
Irninha
As historias de uma vida...! Realmente as crianças são muito genuínas,, concordo plenamente que a menina Júlia teve muita sorte nao ser hoje essa passagem...de certeza absoluta que um rótulo nao lhe faltava...depois as consequências...ai vida, vida ao que chegaste..sabe o que faz falta?é menos conversa e mais atitude. Adoro as suas historias menina Júlia..obrigada por partilhar.
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