terça-feira, 17 de março de 2015

Vilar de Perdizes - Tradição voltou a ser cumprida no Barroso

Vilar de Perdizes voltou a realizar a "Serrada da Velha"
Vilar de Perdizes voltou a realizar a "Serrada da Velha"
Tradição do Barroso onde a sátira é protagonista, a "Serrada da Velha" voltou a ser realizada na conhecida aldeia de Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre. Um costume da quaresma onde os homens, através da sátira, dedicam "O momento" às mulheres mais idosas da aldeia, as avós. Trata-se de um cantar muito próprio que nem todos sabem protagonizar. Com o padre Fontes a liderar o cortejo, este passou pelo lugar do Outeiro onde este ano volta a realizar-se o "Auto da Paixão".
Foi ao luar de uma noite agradável que os habitantes de Vilar de Perdizes, uma das freguesias com maior visibilidade do concelho de Montalegre, cumpriram a "Serrada da Velha", tradição que acontece na quarta feira a meio da quaresma. Os homens dirigem-se às mulheres mais idosas da aldeia através de um cantar próprio, designado por "O momento".


«MAIS GENTE NOVA DEVIA PARTICIPAR»
A assistir, pela primeira vez, esteve o vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre. David Teixeira aproveitou para enaltecer este tipo de iniciativas que «fazem parte do sentido comunitário». No entender do autarca, «as velhinhas e avós sentem-se importantes e fazem questão de receber os cantares, sempre com algo para oferecer, mostrando o seu reconhecimento». Também como forma de assegurar esta tradição, David Teixeira referiu que «mais gente nova devia participar e perceber o sentido destas pequenas homenagens da comunidade». Na mesma linha, afirmou que é o momento de «reviver sensações e emoções, não no sentido de recriar mas de viver de novo». Dando como exemplo a criação do Ecomuseu de Barroso, o número dois da edilidade conclui ao defender que é preciso «não deixar acabar algo que é nosso e que nos faz sentir diferentes».
«NOITE INTERESSANTE»
Em nome da organização, a Associação de Defesa do Património de Vilar de Perdizes, a presidente Deolinda Silva mostrou-se satisfeita porque se tratou de «uma noite interessante, alegre, divertida, uma brincadeira e, sobretudo, o manter de uma tradição». É com determinação que Deolinda da Silva diz: «não é fácil porque cada vez há menos gente a participar mas vamos continuar a teimar. Temos que continuar caso contrário, as coisas ficam penduradas no tempo e nunca mais se encontram».

Também o padre Fontes fez questão de cumprir a tradição percorrendo as ruas da aldeia. No final assegurou que tudo decorreu numa «noite agradável e serena com um número simpático de pessoas, mais mulheres do que homens, antigamente era ao contrário». A realização do "Auto da Paixão", esclareceu o pároco, também acabou por ser «um treino e provocar o cumprimento destas tradições que envolvem as pessoas».

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