sexta-feira, 13 de março de 2015

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (13/03)

Café Vilariça
13.03.1816 – Provisão assinada pelo rei D. João VI autorizando Francisco Paula de Morais Sarmento a aforar “um soto” que o hospital tinha nos baixos da sua casa, na “rua escura denominada dos Mercadores”… O texto da provisão é difícil de resumir mas parece-me que se trata de aforar o espaço por nós conhecido do antigo Café Vilariça, do sr. Basílio Serra, na parte reservada e que alguns chamavam de ONU. O texto terá interesse para quem quiser fazer um estudo aprofundado da evolução urbana da terra. Repare-se que o peticionário apresentava a rua dos Mercadores como sendo uma “rua escura” e ela era até uma artéria bem larga e bem desenhada, com as moradias ladeantes da melhor arquitectura e que ainda hoje se impõem. O soto em causa, apresentado pelo peticionário como “depósito de imundícies e de lixo”, media 7 varas de comprido e 4 de largo e pertencia ao célebre hospital velho, fundado em 1490. Por seu turno, este Francisco Paula de Morais Sarmento era um dos homens mais poderosos de Moncorvo naquela época e acabou por conseguir o aforamento (não sei se perpétuo), por 10 tostões/ano.
13.03.1839 – Carta da câmara de Moncorvo: - “Senhores deputados (…) O concelho desta vila era possuidor de um pedaço de monte chamado Monte Meão, na Beira, limite de Vila Nova de Fozcôa, que a câmara desta vila trocou com a da mesma Vila Nova, usando ela do Monte e esta da Barca que tinha no rio Douro, no sítio do Pocinho, permuta que se fez há mais de 100 anos. Porém os nossos reis, sem a câmara poder descobrir a causa, tomaram conta da Barca que depois doaram (…) até à publicação do decreto de 13 de Agosto de 1832, com obrigação de darem 60 000 réis para as despesas do concelho e para a festa do Corpo de Deus. Depois da publicação daquele decreto ficaram sem Barca os donatários e o concelho sem aquela quantia, porque os particulares puseram barcas naquele porto do rio e fizeram do mesmo monopólio com que nada lucram os povos, e que lhes levam mais e só uma Barca trabalha…”
António Júlio Andrade

1 comentário:

  1. aforar “um soto”...
    Então a palavra SOTO já vem de longe.Estas palavras que são tão nossas não há estudos sobre elas?
    Cibinho,reco,sombreiro,agatchado,catantcho,incuratcho...

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