domingo, 7 de julho de 2013

ADEGANHA - oásis de história e de lendas

9 comentários:

  1. Não consegui ouvir a reza. Portanto, não sei se é a mesma que as velhotas da Corredoura diziam para "cortar a cobra e o cobrão", ou seja, para "cortar" aquilo que hoje se designa por "zona".
    Eu gosto mesmo destas coisas.
    Parabéns, Dona Alzira, e muita saúde.

    Júlia Ribeiro

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    1. Conheci um nosso conterrâneo de nome Ireneu Salgado que um vez me curou o "coxo" à minha filha tinha ela 2 anos.Andou a criança a ser acompanhada durante dois meses no hospital de santa maria e cada vez o coxo estava mais alastrado. Um dia encontro esse grande amigo Ireneu Salgado e contei-lhe o acontecido à minha filha. Ele olhou para mim, prescutando-me, e vai ele, não sei se acreditas nestas coisas mas tu és de Moncorvo...Avancei logo eu, não me digas que sabes o responço? Pois sei, diz-me ele já com ar de satisfação. Bem combinei com ele no dia seguinte ali numa esquina da Av. de D. Carlos I porque eu na altura morava no concelho do Seixal. Ele olhou para a criança viu-lhe os bracitos, e disse, Isto vai passar depressa. Acho que basta uma reza, acrescentando, sabes que se amanhã á tarde não vires melhoras tenho de fazer mais duas rezas porque têm de ser em pernão (ímpar) para passar (curar). Bastou aquela reza ali no meio da rua para no dia seguinte começar o coxo a desaparecer. Depois lembrei-me da minha infância quando jogávamos de mãos fechadas ao par e ao pernão (par ou ímpar).
      Filipe Rua

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  2. Pedindo de emprestado ao levantamento etnográfico feito pelo Padre Joaquim Manuel Rebelo sobre o que ele apurou relativo a Rezas: sobre doença dos olhos;impingem; mau olhado e para afastar trovoadas escreveu sobre a Reza do Coxo que se diziam na região ( no Caso em Maçores ):

    Coxo

    Eu te corto bicho coxo,
    Eu te corto bicho mau,
    Pés, mãos, orelhas, tripas, coração,
    Tudo , tudo quanto tens,
    Para que mais não reverdeças,
    Para que mais não floresças,
    Para que daqui desapareças,
    Em louvor da Virgem Maria,
    Um Padre Nosso e uma Avé - Maria.

    Ensina-nos o Padre etnógrafo que

    se devia repetir cinco vezes

    Coxo vai-te daqui,
    Ferro e aço vai atrás de ti,
    Eu te corto êngoa,
    Eu te corto cobrão;

    Aranha, aranhão, cobra, cobrão
    Estupeira, estupeirão, víbora, viborão
    E todos os bichos de maldição
    Caiam ao chão bichos de toda a nação,
    Em louvor de S. Silvestre,
    A minha reze te preste.

    A pessoa que fazia esta reza teria que matar uma toupeira, durante a reza, para que esta tivesse valor. isto é, curar a doença.

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  3. é uma lesão da pele que se traduz em vesículas (pequenas bolhas) com prurido (comichão) e que na sabedoria local se atribui a algum bicho que passa em cima da pele e provoca esta irritação daí se diz na reza bicho ou bicha ... etc

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  4. Tanto quanto eu percebi a senhora Alzira diz:
    Bicho ou bicha que graça nos dais
    Secos,mirrados,torrados sejais

    .......
    Sai-te daqui que vai um burraco de lume por cima de ti
    3 vezes.

    AJUDA?Não sei se apanhei tudo.
    ....
    Parece que o coxo é a baba de repteis,caracois,etc.
    O Relvas é um mocoso,baboso.Temos que praticar esta reza.
    Dra Júlia Ribeiro ,gosto muito dos seus textos e abro todos os dias o blog para ver se vem algum.
    Leitor

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  5. Lino Raimundo através de Lelo Demoncorvo
    ·
    Nunca pensei ver a minha avó na net...mas aconteceU!!!

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  6. D. Alzira!! Que prazer vê-la, muita saúde!

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  7. Bênção para curar coxos
    Jesus, nome de Jesus,
    Eu te benzo coxo
    De sapa ou sapão,
    De cobra ou cobrão,
    De aranha ou aranhão,
    De rigor ou salteador.
    Eu te corto e recorto,
    Coxo de toda a nação
    Com o guedelho da lã ludra,
    Do lombo da ovelha viva,
    Azeite da oliva
    Do monte Olivete;
    Queimada sejas tu
    Como a lã no lume (queima a lã)
    Com honra de Deus
    E da Virgem Maria
    Um Padre-Nosso
    E Avé - Maria
    De Manuel António Ferreira Deusdado, in Escorços Transmontanos, Ensaio de Literatura Regional, edição Livrarias Aillaud e Bertrand, Lisboa - Angra do Heroísmo, 1912

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