quinta-feira, 25 de julho de 2013
O MANCO, na terra onde nasceu
– Ó Manuel, petróleo, traz petrooooóleo.
Era assim que o João Morgado, de mãos a envolver a boca, à laia de megafone, avisava o filho, o Manuel, para não se esquecer de comprar querosene, que agora substituía a velha candeia de azeite. Ele, na encosta do monte da Solveira, o filho, no monte fronteiro onde era apenas uma silhueta, a subir encosta acima, já quase a chegar ao Conqueiro. Não tinha dúvidas de que era ele, conheceu-o pela andadura, meio estabanado, e pelas duas silhuetas de bestas, o garrano, um macho possante que criou desde nascença, e a mula que comprou na feira dos 24, bamboleando-se encosta acima, pelo caminho saibroso, escalvado, cheio de regos que os aguaceiros do último inverno tinham aberto.
– Está beeeem!... – respondeu ele, quedo, ao mesmo tempo que acenava com as duas mãos, quando lhe chegaram aos ouvidos as ondas sonoras do seu pai que descobria lá no alto do cabeço, do lado de lá da ribeira do Canamor, numa curva do caminho ladeiroso que levava às Quintas de Martim Tirado e que não se cansava de apregoar em altos berros, por não ter a certeza se já o tinha percebido.
(...)
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Maria De Jesus Fernandes escreveu:Em nossa casa, quando era criança, ainda bastante pequena, havia os candeeiros de petróleo!... A minha saudosa mãe, costumava deixar aceso, durante a noite um candeeirinho, esse com azeite, no nosso quarto, para quando nos queríamos levantar a fazer "xixi"!...
ResponderEliminarAntonio Santos Emerenciano escreveu: ainda conheci o ti camisa o dr.sergio e o sr estacio. recordaçoes.
ResponderEliminarAntónio Manuel gostava de ter este teu livro aonde posso encontrá-lo?
ResponderEliminarDeve ser um bom livro e de muitas memórias da nossa família pois até fala na nossa ribeira, aonde os nossos avós e bisavós tinham o moinho.
Que saudades.