Alfândega da Fé disponibiliza transportes a doentes e idosos isolados

12/07/2013 

O município de Alfândega da Fé anunciou esta quinta-feira que vai disponibilizar transporte aos doentes que ficaram sem apoio do Ministério da Saúde e aos idosos isolados com parcas reformas para custearem um táxi, avança a agência Lusa.

A presidente da Câmara Berta Nunes, adiantou à Lusa que as férias dos estudantes vão permitir disponibilizar os transportes escolares para já durante o verão apoiar as viagens de alguns doentes ao IPO, no Porto, principalmente de famílias carenciadas.

A intenção é, segundo a autarca, organizar uma rede que dê resposta às necessidades dos doentes que são obrigados a deslocar-se para consultas e tratamentos, mas também aos idosos que vivem isolados nas aldeias sem transportes públicos adequados às suas necessidades.

A medida foi debatida esta quinta-feira numa sessão para a apresentação dos projectos sociais em curso no concelho e em que os diferentes parceiros apontaram a mobilidade como uma dos principais problemas referenciados, sobretudo pelos idosos.

“O Ministério da Saúde com a poupança que diz ter feito no transporte de doentes está a deixar muita gente sem resposta e se não for o apoio do pode local, provavelmente acabam por abandonar os tratamentos e as consultas e estamos a falar até de situações graves como doentes com cancro”, afirmou.

Muitos destes doentes têm de viajar mais de 200 quilómetros até ao Porto.

“A autarquia já está a dar algumas respostas nessa área, a junta de freguesia de Alfândega também e hoje estivemos a discutir a necessidade de nos organizarmos para responder mais eficazmente a este problema porque de facto o Ministério da Saúde está a poupar, mas isso está a criar problemas no terreno que as autarquias acabam por ter que responder”, sustentou.

Na sessão desta quinta-feira foi também sugerida “a organização de um transporte para que as pessoas possam chegar do concelho até aos pontos onde passam as redes e autocarro expresso para o Porto, nomeadamente as cidade de Mirandela e Macedo de Cavaleiros.

A mobilidade é também um problema entre os idosos que “muitas vezes têm de se deslocar de táxi, um meio de transporte muito caro para a maioria, com pensões que não ultrapassam os 300 euros mensais”, observou a autarca.

O município está a pensar avançar com uma solução que já está ser testada em outros concelhos portugueses, nomeadamente do Alentejo, o chamado “transporte a pedido”.

A autarca socialista conclui que “se não for o poder local, as autarquias, muitas pessoas ficam sem qualquer reposta” consequência “dos cortes que têm vindo a ser feitos nas várias áreas pelo Poder Central”.

Berta Nunes defende que as autarquias têm de ser compensados por estarem a assumir competências que não são suas com um reforço dos recursos financeiros e entende que “este assunto vai ter de ter certamente discutido a partir das próximas eleições autárquicas”.

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