Aqui este é um lugar
sonâmbulo
com luas cheias expulsas da
memória
fartos os homens do passado e
o descrédito
do tempo com as montanhas à
vista.
Nada nos perdoa das culpas
que não tivemos
sombras em viagem permanente
para o Vazio enquanto o
Oculto nos seduz
apócrifo revelado como os
deuses. É sempre
este jardim com colunas de
granito
quais falos de uma juventude
morta
enquanto o presente vem
interromper
o passado. Não deixes que
deserte
quando as árvores denunciam o
crepúsculo
e mal cabe no coração a dor
do presente.
Espero até que a noite me
anuncie
o impossível, a luta vencida
da Luz
e os aromas intensos do tempo
que gastei
a esquecê-los nestas cadeiras
verdes.
O sagrado fulmina como se o adormecer
´do pássaro fosse a chave da
memória.
Passada a ilusão do amor, não
arrastes
os olhos à procura da beleza.
As dádivas
são raras e nas as
aproveitaste. Seja
como os morcegos que vêem o
espaço
ao contrário.Seja como casa
desabitada
habitada apenas por presenças de mortos.
As ruínas são o teu ofício
alarmes
de pedra e sangue antigo com
dores
inauditas e tecidos rasgados
pelo vento.
Quem sabe da natureza dos
deuses
que deambulam perdidos na
imensidão
do Nada? Quem sabe que o Amor
perdeu
o leito quando o Sol matou a
Lua?
Quem sabe porque a Felicidade
não suporta
A Dor?
Pedro Castelhano
O poeta no lugar sombrio da sua poesia.
ResponderEliminarChego a sentir um arrepio de frio quando leio que "Nada nos perdoa das culpas que não tivemos / sombras em viagem permanente / para o vazio..." ou talvez o arrepio seja de desalento : "Passada a ilusão do amor, não arrastes / os olhos à procura da beleza ." ou, que sei eu, talvez de medo : " Seja como casa desabitada / habitada apenas por presença de mortos " .
Mas a verdade é que eu e, creio, todo o ser humano goza profundamente este frémito . Será assim, Poeta?
Um grande abraço
Júlia
Leio e como não sei comentar e ao mesmo tempo não queria deixar de expressar a minha satisfação ao ler Pedro Castelhano,deixo um muito obrigado por partilhar connosco.
ResponderEliminarLeitor
Tenho o livro de poesia e fico orgulhoso por ser da nossa terra.
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