O presidente da
Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade revela promessa de
acordo para as UCC de Mirandela e Bragança, ambas da Misericódria. Quanto aos
centros sociais e paroquiais, provavelmente vão enfrentar uma reorganização
Mensageiro de
Bragança: O Estado tem desempenhado o seu papel de apoio aos cidadãos?
Pe. Lino Maia:
Temos de insistir oportuna e inoportunamente. O Estado confronta-se com várias
frentes de batalha e com a escassez de recursos. Muitas vezes acaba por se
virar para onde talvez seja menos importante. Temos de insistir porque o Estado
tem obrigações nesta área. Há duas que, para mim, são importantes. A definição
de políticas sociais e a defesa da universalidade dos direitos sociais. E o
Estado não pode demitir-se disto. Tem alguma tentação de se demitir porque vê
que as Instituições Particulares de Solidariedade Social fazem muito e muito
bem. Algumas competências estão a ser transferidas para as IPSSs e há a
tentação do Estado de levar as mãos porque já há quem faça e demitir-se,
esperando que as IPSS, os Centros Sociais Paroquiais, as Associações de
Solidariedade Social, misericórdias, arregacem as mangas e façam tudo. Não é
admissível. Mantenho que se o Estado se demitir desta sua função, da proteção
social, da garantia de uma escola pública para todos, da defesa da saúde, do
desenvolvimenbto do território, não precisamos do Estado para nada. Um Estado
que só se preocupe com a soberania não é Estado. O que é mais importante é a
proteção social, a saúde, a educação, o desenvolvimento do território. O Estado
não se pode demitir disso.
MB.: No Nordeste
Transmontano há muitas instituições que se queixam da ausência de acordos de
cooperação com o Estado. Como vê esse problema?
PLM.: É um facto
e, quando se queixam, não é sem razão. O Estado, muitas vezes, tende a olhar
para onde há mais população, onde há mais votos. Estas zonas do Interior são,
normalmente, mais esquecidas. Tem sido uma das nossas preocupações, chamar a
atenção para o Interior, mais concretamente para o distrito de Bragança. Foi
por muita insistência da CNIS que se conseguiram acordos de cooperação para
Unidades de Cuidados Continuados integrados. Devem ser celebrados dentro de
pouco tempo dois acordos de cooperação nessa área.
MB.: Mirandela e
Bragança?
PLM.: Exatamente.
Mas foi por muita insistência nossa. Também estivemos solidários com a União
das Misericórdias. Acertámos uma espécie de luta para que se olhasse para o
Interior, porque o que estava previsto não era para esta zona, mesmo se as duas
unidades têm condições ótimas. Iam ser esquecidas. Iam ser celebrados acordos
para as regiões de Lisboa e do Porto. Por isso, quando as instituições do
Interior se queixam, não é sem razão.
MB.: Quando serão
assinados os acordos?
PLM.: Já deviam
ter sido em abril. Ainda não sei muito bem porque é que não foi nessa altura.
Acredito que no princípio do último trimestre deste ano sejam mesmo. Em maio
houve eleições e a Troika de facto condicionou alguma coisa. Mete-se agora o
verão, que também condiciona. Não depende da CNIS mas acredito que o mais tardar
em outubro sejam celebrados os acordos.
Fonte: Mensageiro de Bragança
Fernando Morais :
ResponderEliminar.... e depois de Setembro? como é que vai ser?, há falta de enfermeiros, de médicos, radiologistas, etc., etc.. Já basta de os nossos filhos terem de imigrar, é uma vergonha o que se está a passar no meu Portugal.
Julio Remondes :
ResponderEliminarEntrar num hospital e na maior parte dos Centros de Saúde, fundamentalmente nas grandes cidades, é uma verdadeira odisseia. Da raiva, vómitos e sei lá o quê! Aqui na minha zona (Odivelas) estabelecer um simples contacto telefónico é uma missão impossível. O tempo de espera no atendimento presencial isso então ...