Esta capela, em Vilar Chão, no concelho de Alfândega da Fé, depois do estado avançado de degradação a que foi votada não se sabe por que motivo, já está em estado avançado de obras, acompanhadas institucionalmente, pelo que em princípio nada há agora a temer. E digo em princípio na medida em que se supõe que haverá margem para crítica, com ou sem razão, por este e aquele aspecto não corresponderem ao que seria, por este ou aquele entendido ou não na matéria, de esperar. Fica alva por fora e o seu interior guardará as pinturas a fresco já há anos tornadas parcialmente visíveis.
Pinturas deste tipo foram mandadas destruir em Mós, no concelho de Moncorvo, na capela velha da Portela, há uns anos a esta parte. Cheguei ao local nessa tarde e já nada havia a fazer. Esta capelinha é agora uma simples arrecadação sem qualquer interesse a não ser este mesmo, espaço para arrumos. Aliás, as obras logo foram encaminhadas nesse sentido, visando-se apenas aquele fim. É um edifício supõe-se que dos anos 90 do século XVI.
A saga do branco mas mais branco não há é sempre, ao menos para alguns, controversa. Questionei recentemente um entendido no assunto, secular, e foi-me dito que o exterior tem de ser rebocado uma vez que o xisto tende a degradar-se. Não fiquei muito convencido, uma vez que conheço casas com o xisto à vista há mais um século e com as paredes ainda em bom estado. Ouvi dizer, no Verão passado, que um responsável da igreja terá dito que «a casa de Deus é branca», que «a tradição assim manda, para não ser confundida com pardieiros e casas pobres». Tendo a não dar crédito a esta versão enquanto opção consistente por me parecer que, ao não incorporar a estética do local do nascimento de Cristo, roça a heresia de modo demasiado simplista. Resumindo mas não concluindo, por vezes o bonitinho ou o importado e fora de um contexto sobrepõe-se ao que é essencial afastando em vez de aproximar, remetendo a memória das coisas para um horizonte pouco solidário com a memória das gentes.
Esta capela, em Vilar Chão, no concelho de Alfândega da Fé, depois do estado avançado de degradação a que foi votada não se sabe por que motivo, já está em estado avançado de obras, acompanhadas institucionalmente, pelo que em princípio nada há agora a temer. E digo em princípio na medida em que se supõe que haverá margem para crítica, com ou sem razão, por este e aquele aspecto não corresponderem ao que seria, por este ou aquele entendido ou não na matéria, de esperar. Fica alva por fora e o seu interior guardará as pinturas a fresco já há anos tornadas parcialmente visíveis.
ResponderEliminarPinturas deste tipo foram mandadas destruir em Mós, no concelho de Moncorvo, na capela velha da Portela, há uns anos a esta parte. Cheguei ao local nessa tarde e já nada havia a fazer. Esta capelinha é agora uma simples arrecadação sem qualquer interesse a não ser este mesmo, espaço para arrumos. Aliás, as obras logo foram encaminhadas nesse sentido, visando-se apenas aquele fim. É um edifício supõe-se que dos anos 90 do século XVI.
A saga do branco mas mais branco não há é sempre, ao menos para alguns, controversa.
Questionei recentemente um entendido no assunto, secular, e foi-me dito que o exterior tem de ser rebocado uma vez que o xisto tende a degradar-se. Não fiquei muito convencido, uma vez que conheço casas com o xisto à vista há mais um século e com as paredes ainda em bom estado.
Ouvi dizer, no Verão passado, que um responsável da igreja terá dito que «a casa de Deus é branca», que «a tradição assim manda, para não ser confundida com pardieiros e casas pobres». Tendo a não dar crédito a esta versão enquanto opção consistente por me parecer que, ao não incorporar a estética do local do nascimento de Cristo, roça a heresia de modo demasiado simplista.
Resumindo mas não concluindo, por vezes o bonitinho ou o importado e fora de um contexto sobrepõe-se ao que é essencial afastando em vez de aproximar, remetendo a memória das coisas para um horizonte pouco solidário com a memória das gentes.
Carlos Sambade