Afonso Marcolino Ferreira nasceu por 1888 em Torre de Moncorvo. Aquando da implantação da república trabalhava como ajudante de escrivão de direito. É tido como um dos históricos republicanos de Moncorvo, acaso o mais persistente e interventivo de todos na vida política, social e cultural da terra. De concreto sabemos que foi eleito secretário da comissão concelhia do partido republicano democrático em 1921, cargo que ocupou por toda a vida. De ajudante de escrivão passou a solicitador, com escritório aberto na praça municipal. Aliás, este escritório seria a verdadeira sede do partido, como foi também a sede da oposição democrática em tempos do estado Novo e sede concelhia das candidaturas de Norton de Matos e Humberto Delgado, esta já depois da sua morte. O sr. Afonso foi, sem dúvida, em Torre de Moncorvo, a cara da oposição à ditadura. Nele confiavam os ilustres (como resulta da carta que acima publicamos de Matos Ferreira) e os humildes E até gente do regime salazarista, como o regedor da freguesia do Castedo, José Luís Correia que, em 5.2.1949, a ele dirigia esta singular missiva: - Meu exº amigo, sr. Afonso. Os meus respeitosos cumprimentos. Duas linhas apenas para lhe dizer que o Armindo Moreira recebeu ontem uma carta do dr. Noronha, vinda daí para mim oficialmente, como regedor, fechada dizendo no ofício que a entregasse imediatamente ao destinatário, o que fiz. Segundo me disse a esposa dele, a referida carta fala em mim, querendo que vamos falar com o dito sr. dr. Eu não quero ir, nem dar resposta nenhuma, sem o seu conselho. Guarde sigilo de tudo e dê resposta. Bem sabe quem eu sou, só tenho uma cara e um critério… O escritório de solicitador passou-o o sr. Afonso, anos mais tarde, para Adriano Emílio Fernandes. E passou-lhe também alguns livros. Entre eles o Livro de Actas das Reuniões do Partido Republicano Democrático, de Moncorvo. Devemos acrescentar que Emílio Fernandes foi digno herdeiro do livro e do papel de líder local da oposição democrática, dando a cara na campanha do general Humberto Delgado à presidência da república. Achou por bem depositar o mesmo livro nas minhas mãos, dois meses antes de falecer. Grande parte do seu conteúdo já aqui ficou exposto. Penso, no entanto, que ele merece ser publicado em edição fac-similada, para o que estou pedindo apoio e colaboração.
Excerto do livro HISTÓRIA POLÍTICA DE TORRE DE MONCORVO 1890 – 1926 , de António Júlio Andrade. Âncora Editora
O Afonso "hospitaleiro", isto presenciado pelos vizinhos, que mo disseram a mim, durante o regime fascista, no dia 5 de Outubro, hasteava a bandeira da república.Já agora, nasceu em 1889 e faleceu em 1962, como reza a sua sepultura. A sua casa era a residencia, junto da igreja da misericórdia, onde nasceu Campos Monteiro.
ResponderEliminarO Sr. Afonso "Hospitaleiro", segundo os seus vizinhos que mo transmitiram, durante o regime fascista,hasteava a bandeira da república no 5 de Outubro. Já agora nasceu em 1989 e faleceu em 1962, como reza a sua sepultura, mesmo à entrada do cemitério. A sua casa era junto à Igreja da Misericórdia, na casa onde nasceu Campos Monteiro. Nessa casa morou ainda o Rui Hipólito e o Camané.
ResponderEliminarE nasceu da aldeia do Castedo, segundo me disseram... Sim, eu bem gostaria de ter investigado esta e outras coisas nos livros de registo da conservatória do registo civil. Só que... Hoje essas coisas de busca nos arquivos do Estado ficam muito caros!... Que saudades tenho dos tempos em que isso era facultado gratuitamente aos estudiosos!!! J. Andrade.
ResponderEliminarÉ verdade ! O SENHOR Afonso ficava sempre comovido e a gaguejar quando eu cantava "A Portuguesa" no Cinco de Outubro, perfilado em frente à sua casa, de costas para a casa da Menina Lucília (Cega) e do Barriel, da casa do Romeu, enquanto ele pendurava a Bandeira numa janela . . .
ResponderEliminarOutras vezes, já depois de pendurada,vinha cantar o Hino para a rua, junto da garotada; uns sabiam-no melhor que outros: - eu, por imposição do Professor Álvaro Miranda, sabia o Hino todo e bem, porque todos os sábados, pelo meio-dia, era cantado no fim da aula, muitas vezes a pensarmos quem corria a tempo de ainda ir "tocar o meio-dia" nos sinos, com a permissão do Sacristão Júlio, que não simpatizava com "os da Misericórdia", por disputas nas procissões, e pela preponderância com altivez nas da Quaresma exercida pelos da Misericórdia, com a anuência silenciosa e discreta da Adrianinha, minha Mestra, a quem devo saber ler, escrever e fazer contas; ainda guardo o banco em que me sentava na "Mestra", que o meu pai encomendou à Maria Violeira . . . Ui ! Já onde é que eu vou !!!
Abraços a todos os Corvos
F. Garcia
Mdl,09/12/2010
O Sr. Afonso hospitaleiro, nasceu no Castedo, e veio ainda garoto para Moncorvo, pois os seus pais tomavam conta, do Hospital que fica situado junto da farmácia Leite. Mais tarde montaram uma taberna ( taberna da cadorna). O Afonso Ferreira, quando garoto vendia jornais, na papelaria que na altura existia, onde hoje é o Paçó, junto da Igreja.Fez a 4ª classe e estudou música. Foi para o tribunal como ajudante de escrivão, tendo mais tarde com os conhecimentos adquiridos, montado um escritório de solicitador, com o advogado de Foz-côa Donas Boto. Foi director e Mestre da Banda de Moncorvo. Repúblicano dos 7 costados e anti-salazarista, morreu em 1962, sem ver a liberdade ele que hasteava sempre a bandeira da República em sua casa no 5 de Outubro. Teve 3 filhos de Branca Horta Ferreira : Pompilio,Alfredo e Adriano e 6 de Maria de Jesus Antunes : Judite,Alfredo,Antoninho,Lurdes, Artur e Olimpia, esta última ainda viva.
ResponderEliminarPortanto, avô da Lucindinha,do Sílvio e da Manuelina,por parte da D.Maria de Jesus;e do Toni,Linita,Teresinha,Pompílio e Branca,por parte da D.Branca.E eu orgulho-me de ter sido sua neta adoptiva,a aquem ele levava ao cinema quando eu era criança e me ofereceu a minha primeira caneta de tinta permanente quando fiz o exame da 3ª classe.
ResponderEliminarHomem bondoso,de convicções,convivi muito de perto com ele,pela vizinhança e, sobretudo, pela amizade que o ligava à minha família.Foi um grande privilégio ter sido sua "neta".
Portanto, avô da Lucindinha,do Sílvio e da Manuelina,por parte da D.Maria de Jesus;e do Toni,Linita,Teresinha,Pompílio e Branca,por parte da D.Branca.E eu orgulho-me de ter sido sua neta adoptiva,a aquem ele levava ao cinema quando eu era criança e me ofereceu a minha primeira caneta de tinta permanente quando fiz o exame da 3ª classe.
ResponderEliminarHomem bondoso,de convicções,convivi muito de perto com ele,pela vizinhança e, sobretudo, pela amizade que o ligava à minha família.Foi um grande privilégio ter sido sua "neta".
Uma moncorvense
Era muito frequente, quando eu era ainda criança, na minha aldeia, ouvir,
ResponderEliminarpreciso de ir falar com o Senhor Afonso, perguntei ao Senhor Afonso,
agora completei essa recordação.
O Sr. Afonso Hospitaleiro ! -- Um coração bom e uma alma grande !
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