Castelo de Montalegre
localiza-se na vila, Freguesia e Concelho de mesmo nome, Distrito de Vila Real,
em Portugal.
No topo de um monte granítico, de onde se
descortinam as serras do Gerês (a Oeste) e do Larouco (a Leste) e o curso do
rio Cávado (a Norte), o castelo domina a povoação, a poucos quilômetros da
fronteira com a Galiza. Juntamente com o Castelo da Piconha, próximo de Tourém,
e o Castelo de Portelo, em Sendim (Padornelos), integrava o conjunto defensivo
das Terras de Barroso.
Índice
Acredita-se que o povoamento humano de seu
sítio remonte a um castro pré-histórico, sucessivamente ocupado por Romanos
(conforme testemunho de moedas e lápides recuperadas na área), Suevos desde 411
d.C e anexado pelos Visigodos em 585. Posteriormente foi atacado pelos
muçulmanos várias vezes, na época da Reconquista cristã da península Ibérica,
desde os meados do século VIII. Veio a integrar os domínios do Gallaeciense
Regnum até a independência do Reino de Portugal. Desde esse momento faz parte
do Portugal até o dia de hoje.
Castelo de Montalegre.
Território compreendido nos domínios do reino
de Portugal desde a sua independência, a povoação recebeu Carta de Foral de D.
Afonso III (1248-1279), em 9 de Junho de 1273, tornando-se cabeça das chamadas
Terras de Barroso, época em que a construção do castelo deve ter sido iniciada,
atravessando o reinado de D. Dinis (1279-1325) – que garantiu à vila
substanciais privilégios em 1289, visando o seu povoamento -, para ser
concluída, em 1331, no de D. Afonso IV (1325-1357), conforme inscrição
epigráfica no sopé da torre sul.
À época da crise de 1383-1385, a vila e seu
castelo tomaram partido por D. Beatriz, para serem incorporados, após a batalha
de Aljubarrota, pelas forças de D. João I (1385-1433) no contexto da campanha a
Chaves e ao norte de Portugal. Nesse contexto, as terras de Barroso foram
oferecidas ao Condestável, D. Nuno Álvares Pereira.
Sob o reinado de D. Manuel I (1495-1521), a
povoação e seu castelo encontram-se figuradas por Duarte de Armas (Livro das
Fortalezas, c. 1509), vindo a receber o Foral Novo em 1515. Um complemento à
inscrição epigráfica na torre sul informa-nos que obras de reparo foram
concluídas pelo licenciado Manuel Antunes de Viana em 1580.
Da Guerra da Restauração aos nossos dias
No contexto da Guerra da Restauração da
independência portuguesa, recuperado o seu valor estratégico-defensivo na raia,
o castelo recebeu obras de modernização visando adaptá-lo aos então modernos
tiros da artilharia.
Castelo de Montalegre.
O terramoto de 1755 não causou maiores danos
ao castelo do que os da queda de uma das ameias, conforme consta das Memórias
Paroquiais de 1758. De acordo com esta fonte, resposta ao inquérito-geral
formulado pelo Padre Luís Cardoso a todas as freguesias do reino após o
terramoto, o então pároco de Montalegre, Padre Baltazar Pereira Barroso,
juntamente com os padres Bento Gonçalves dos Santos e José Pereira Carneiro,
datada de 19 de Março de 1758, informam que a fortificação, constituída por
quatro torres ligadas por uma muralha, era defendida por uma muralha externa e
uma contra-muralha com fosso. Nas muralhas rasgavam-se três portas (a norte, a
oeste e a sul) e um postigo (entre as portas oeste e sul). Sobre as muralhas,
erguia-se uma estacada defensiva.
Posteriormente, outro autor, Américo Costa,
descreveu a estrutura, também recorrendo às "Memórias Paroquiais de
1758" como fonte:
A torre de menagem, situada ao norte, tem na
base 30 a 40 pés em quadrado, 68 a 70 pés de altura. A de leste mede 30 pés de
largura e 58 a 60 de altura, tendo quase todas as pedras marcadas com sinais
diversos. A torre do sul tem 15 pés de base e 50 de altura; é maciça até dois
terços da altura; na base, do lado sul, tem a seguinte inscrição: "A. Alf.
4.º Anno de 1331. Reformou o Ld.º Manuel Antunes de Viana. Anno de 1580".
A do poente mede 15 pés de largura na base, e 35 de altura; é maciça até três
quartos da altura.
Em 1758, no terreiro interior das torres
levantava-se a casa do governador do castelo. O P. Baltazar refere-se ainda à
cisterna, a fornos de cozer pão e a diversas escadas que do terreiro dão acesso
às torres; descreve o revelim existente junto da porta do norte, por onde se
entrava para o terreiro, e pormenoriza o dispositivo defensivo desta porta que
era a principal entrada da fortaleza. Alude às tarimbas dos soldados, às casas
de oficiais e sargentos e às cavalariças então existentes junto do castelo. O
segundo e o quarto andares da torre de menagem, que eram de madeira, estavam em
ruínas. Em igual estado se encontravam os sobrados, os telhados e a estacaria
dos muros e contra-muros das torres de sueste e sul. A de sudoeste, a mais
pequena das quatro, servia para guardar a pólvora.
Castelo de Montalegre: torre de menagem.
No século XX, o conjunto foi classificado como
Monumento Nacional, por Decreto de 23 de Junho de 1910. A partir da década de
1980, a ação do poder público manifestou-se por uma campanha de intervenção e
restauro, que culminou, na década de 1990 com a instalação de um núcleo
museológico.
Características Erguido na cota de 980 metros
acima do nível do mar, o castelo, de quadrangular, é constituído por quatro
torres ligadas por muralhas, fechando a praça de armas. No centro desta,
abre-se uma cisterna.
A torre de menagem, a norte, em estilo gótico,
ergue-se a 27 metros de altura, coroada por balcões de matacães, mísulas e
ameias pentagonais. As salas interiores apresentam abóbada de cantaria. A Torre
Furada, a sul, apresenta planta quadrada. A Torre do Relógio e a Torre Pequena,
também a Sul, apresentam ambas planta rectangular.
Externamente, a estrutura era defendida por
duas linhas de muralhas, conforme o desenho de Duarte de Armas, hoje demolidas.
A leste e a sul, desenvolveu-se a vila medieval.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Montalegre
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