O presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses
(AAP), José Morais Arnaud, afirmou, no parlamento, em Lisboa, que o Parque
Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) se encontra numa situação “insustentável”,
de “completa auto-gestão”, sem administração nem trabalhadores.
“Pelo que sabemos, ainda não tinha sido indigitada qualquer
pessoa para substituir o diretor do Parque do Vale do Côa (António Batista),
que se aposentou, e a entidade encontra-se completamente à deriva”, alertou o
presidente da AAP.
No parlamento, o presidente e o vice-presidente da AAP, Luís
Raposo, defenderam que aquele património mundial deve ser vigiado por presença
humana, sem prejuízo da utilização de tecnologias.
“A vigilância física é uma componente essencial do projeto
do Côa e é uma obrigação do Estado garantir isso. Ela foi sendo suspensa ao
longo dos últimos quatro anos, e acabou por desaparecer. Mas é essencial, não
só para a proteção do património, mas também para dar emprego a uma região
altamente deprimida”, sustentou José Arnaud.
Para a direção da AAP, a guardaria humana “é também
essencial do ponto de vista didático, para dar respostas aos visitantes do
parque”.
O deputado do CDS-PP, João Almeida, considerou que a falta de
vigilância “é um problema estrutural” e receia que o ato de vandalismo, ao
Painel Central de Arte Rupestre da Ribeira de Piscos, possa repetir-se, tendo
em conta a situação do Parque.
A associação dos arqueólogos portugueses também alertou para
o facto de a administração da Fundação do Côa ainda não ter tomado posse o que,
com a aposentação do diretor do parque, faz com que todo o conjunto – incluindo
o museu – se encontre “à deriva”.
“Há uma falta de consciencialização cultural que é preciso
reduzir, divulgando a importância de um património tão valioso”, sustentou a
deputada do PS, Gabriela Canavilhas.
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