Barão de Forrester |
Em época de crise algumas empresas estão a apostar no Douro, investindo milhões de euros na construção de adegas ou adquirindo quintas com vista à produção de vinhos na mais antiga região demarcada do mundo.
O Douro tem sido palco de vários investimentos na área vitivinícola nos últimos tempos, desde a construção de novas adegas à reconversão ou plantação de vinhas ou à construção de unidades de enoturismo.
A empresa Lua Cheia em Vinhas Velhas, que junta os enólogos Francisco Batista, João Silva e Sousa e do empresário Manuel Dias, tem em curso um investimento de cerca de um milhão de euros no Douro.
Depois de ter concessionado a Adega de Martim, concelho de Murça, por 25 anos, os empresários estão a realizar obras para aumentar a capacidade de receção das uvas, vinificação e armazenamento de vinhos.
O enólogo Francisco Batista disse hoje à agência Lusa que foi também adquirida uma propriedade em Vale de Mendiz, concelho de Alijó, com 10 hectares de vinha e onde vão ser reconvertidos mais seis hectares.
A estratégia da empresa passou por uma aposta numa área que era "mais deficitária" no Douro, nomeadamente os vinhos brancos de gama média/alta
O enólogo explicou a escolha de Martim precisamente porque fica localizado numa zona alta e perto de uma importante via de comunicação, o Itinerário Principal 5 (IC5).
Em 2009, produziram 50 mil garrafas de branco e atualmente chegam às 120 mil. Francisco Batista referiu ainda que 80 por cento da produção é para exportação.
Já a Gran Cruz investiu 14 milhões de euros na construção de duas adegas e de um centro logístico de armazenamento no concelho de Alijó, que entram em funcionamento já nesta vindima.
Jorge Dias, diretor geral da Gran Cruz Porto, referiu que a adega de grandes volumes permitirá vinificar cerca de seis mil toneladas de uvas de 1.200 viticultores dos concelhos de Alijó, Murça, Sabrosa, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor.
Este investimento permitirá concentrar todo ao armazenamento de vinhos e aguardentes, bem como as operações de tratamento desses vinhos.
Por sua vez, o norte-americano Tony Smith e o sócio brasileiro Marcelo Lima criaram a empresa Lima Smith Lda que já adquiriu duas quintas na região demarcada, a de Covelo e a da Boavista, e, mais recentemente, a marca Quinta das Tecedeiras.
Os empresários não divulgam os valores envolvidos nestes negócios.
"Estamos a incorporar ao nosso portfólio uma marca que é de sucesso, premiada e reconhecida em Portugal e no estrangeiro", afirmou hoje, em comunicado, Marcelo Lima.
Tony Smith acrescentou que já era apreciador dos vinhos Tecedeiras, bem como "da boa reputação que têm em mercados tão diversos como Brasil e China".
Esta empresa relançou este ano no mercado os vinhos Covelo, depois de uma ausência de quatro anos. Já na emblemática Quinta da Boavista, que pertenceu ao Barão de Forrester, o objetivo é reconstruir uma adega.
PLI // MSP
Lusa/Fim
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