[Anta. Zedes. Carrazeda de Ansiães]
ergue o tempo os seus braços, de que apenas a pedra e os líquenes ficaram, e ainda consegues imaginar o formidável feito de ter colocado a taça da sua laje para sobre ela fazer oferendas aos céus e com ela protecção buscar contra as suas fúrias; já foi templo de deuses de que até o nome já morreu há muito, sepultura que acrescentou a terra em volta e alimentou as eternas ervas, e muitas foram as lágrimas de desespero que lavaram as pedras do corredor de entrada onde tantos se sentaram ou talvez ajoelharam; muito durou o respeito por esta que já foi morada de mouras, e hoje é uma casinha de brincar ao tempo, chaga viva de um sonho de eternidade que ainda não conseguimos alcançar, mas nunca deixámos de perseguir.
Luís Borges e Amadeu Ferreira
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