Os nomes de todas as pessoas, será difícil. Mas trata-se essencialmente de uma família - a família dos Mintirinha, como vulgarmente se diz em Felgueiras e pedindo aos seus membros que não levem a mal, que nisto não entra nada de pejorativo. A essa família estava ligado fotógrafo Zeca Peixe, pela sua mulher. E o meu saudoso professor de ensino primário, bem cedo falecido - Fernando Mateus, tal como o ex-vereador da câmara e ex-presidente da assembleia municipal de Moncorvo António Fernandes. O dr. Armando Martins Janeira nada tem que ver com essa família. Está ali, nesta folha do boletim da comissão de festas de Santa Eufémia de 1996, é uma poesia sua que então terá sido publicada pela primeira vez. Quem era? Antes de mais, o nome de baptismo: Virgílio Armando Martins. Passou a assinar Armando Martins Janeira, em homenagem à mãe (Janeiro do Felgar)e aos jornalistas japoneses que trocavam sempre o o pelo a, na língua deles. Tornou-se conhecido por ser o mais conceituado dos diplomatas portugueses do Estado Novo e por muitos considerado o maior especialista português em cultura oriental e sobretudo japonesa. Tem muitos livros publicados, nomeadamente um de contos que se desenrolavam em Felgueiras e Felgar, intitulado: - Esta Dor de Ser Homem. J. Andrade
Boa resposta, é verdade sim senhor, aqui está presente a familia Fernandes (Mentirinha), mesclada com os Martins e Mateus. É notório ao lado do António Fernandes está o Alberto o Mano, figura junto com o irmão António, o putacá, repito figuras de Felgueiras. É notório também essa foto estar o grande patriaca dessa familia dos mentirinhas o Tio Albertinho bem ao centro, uma grande familia de comerciantes e empreendedores, pois a primeira fábrica, em grande escala, de velas foi dessa familia, com uma máquina comprada na Alemanha, hoje existente ainda lá para as bandas do Porto.
Parece que em Coimbra Armando Jartins e Álvaro Cunhal foram colegas e amigos e ambos colaboradores de uma revista de análise social cujo nome ignoro, na qual terá publicado uma novela com o título de "Mulher" que eu vi em tempos fotocopiada da Biblioteca Municipal do Porto. E ouvi contar ao dr. Armando Pimentel, dos Estevais, Mogadouro, que também era colega em Coimbra, que A. Cunhal e A. Martins se zangaram por causa de uma namorada que o Armando roubou ao Cunhal. J. Andrade
Lelo, deve haver algum equívoco. O Álvaro Cunhal nunca estudou em Coimbra. Tirou o liceu e a licenciatura em Lisboa. Aliás, a tese de licenciatura em Lisboa ( com os arguentes Marcelo Caetano e Cavaleiro Ferreira, entre outros) de Álvaro Cunhal foi sobre o aborto. Tese esta que serviu de sustentação à primeira defesa da interrupção voluntária da gravidez pela então deputada do PCP, Zita Seabra.
Terá sido quando em Lisboa Armando Martins frequentava o curso para diplomata em 1941?! A história foi contada pelo dr. Armando Pimentel em 1984 no congresso dos Portugueses e o Mundo. J. Andrade
Eu não sabia mas, relendo umas notas biográficas sobre Virgílio Armando Martins, escritas em 1997 pelo seu parente, Dr. Fernando Reino, que também foi diplomata, verifiquei que ele estudou direito em Coimbra e depois em Lisboa. J. Andrade
A novela "Uma Mulher" foi publicada em 1938, na revista "Sol Nascente". Esta revista foi lançada por um grupo de pensadores neo-realistas,determinados em colocar o homem concreto português, que trabalha e sofre, no palco da vida, um pouco em reacção à linha seguida pelos intelectuais da revista "Presença". Um dos mais proeminentes dos seus animadores foi Alves Redol. E era nesses ambientes culturais que Martins Janeira então se movimentava. E penso que verdadeiramente nunca deles saiu, que ele sempre soube fazer a distinção entre diplomacia e política, entre o país que representava e o regime que o conduzia. Aliás, ele costumava dizer: - Sou um diplomata e não um político! E a primeira de suas obras sobre diplomacia ("Correntes actuais do pensamento colonial") só foi publicada "graças à coragem e clarividência de outro Transmontano Ilustre, o Almirante Sarmento Rodrigues". Nessa obra, pela primeira vez em Portugal, se falou abertamente da "internacionalização da questão colonial". Não será por acaso que existem obras de A. Martins sobre Direito Internacional e Diplomacia publicadas em línguas estrangeiras e não em português! J. Andrade
Continuamos a cair em alguns equivocos,naturais quando se fala de um personagem como o Álvaro Cunhal. É possível que Martins Janeira tenha conhecido o Cunhal, mas nunca em 1941. Cunhal nessa altura estava na clandestinidade a transformar-se no líder de reorganização do PCP, juntamente com alguns comunistas regressados do Tarrafal contemplados pela amnistia dos Centenários (1940). Quanto ao Sol Nascente é verdade que é uma revista que surge em Coimbra ou no Porto ( penso mesmo que no Porto mas para uma certeza teria que consultar alguns papeis que não tenho à mão). Cunhal também colaborou no Sol Nascente e teve uma polémica com o Lopes Graça, sob o pseudónimo de Vale, na revista Vértice. Acusou também o presencista máximo, José Régio, de umbiguismo pelo seu livro "Encruzilhadas de Deus" (1936),texto de que fará mais tarde uma ´leve autocrítica no livro "Arte e Sociedade", com textos admiráveis sobre literatura e pintura que aconselho a ler. O livro é de finais de 80, princípios dos anos 90. Foi um activo colaborador de O Diabo, sediado onde é hoje o Instituto do Vinho do Porto. Redol não era um figura importante. Importantes eram o Piteira Santos e então a sua mulher, Cândida Ventura ( ainda viva, em Portimão). Alves Redol iniciou aqui a sua escrita bem como Manuel da Fonseca. E é neste jornal que Dias Lourenço escreve o seu primeiro poema (stakanovista). O Diabo (sob o pensamento de Mário Dionísio) é a expressão do neo-realismo português (ou seja, o realismo soviético com um nome que passasse na censura) O jornal é fechado por causa uma manchete de Álvaro Cunhal "Nem Maginot nem Sigfried", em defesa do pacto germano-soviético, defesa esta que criou graves problemas no interior do PCP, com escritores como Alves Redol a manifestar o seu desacordo. Desculpem por esta maçada.E esta escrita apressada sem jeito literário. Não passa de um comentário e de forma alguma tenta deslustrar essa figura que foi Martins Janeira ou Mar Talegre quando faz crítica literária. Rogério Rodrigues
Amigo Rogério. É isso mesmo. A ligação entre A. Cunhal e M. Janeira foi exactamente referida por ambos pertencerem ao grupo do Sol Nascente, pelos anos de 1937-1938. De resto, M. Janeira viria depois para Moncorvo (advogar e dar aulas) e em 1941 é que voltou para Lisboa, ingressando na carreira diplomática. Não sei é exactamente o ano em que ele concluiu o curso de direito, em Lisboa, sim senhor e não em Coimbra. Aliás, não conheço nenhuma biografia minimamente completa deste nosso conterrâneo e penso que deveria ser feita. J. Andrade
Nesta fotografia está uma grande parte da minha família materna! Que saudades daqueles que já partiram...mãe Zulmira, avó Ester, Tia Josefina, Tio Martins, Tio Antoninho, Tio Peixe... As minhas irmãs também ali estão pequenitas...Laura e Isabel...eu ainda não era nascida e a Fernanda, carregava-a, na altura, a minha mãe no ventre... Pudera o tempo voltar para trás para estarmos todos juntos de novo! Que saudades querida mãe! Cecília Matias
gente eu tenho essa foto e o de camisa branca mais ao centro é o meu avô José Ayres ao lado de sua sobrinha Zufina
ResponderEliminarSenhores do blog,o nome de todos que estão na foto e quem era Martins Janeira (conheço a família Janeiro em felgueiras)
ResponderEliminarNOITIBÓ
Os nomes de todas as pessoas, será difícil. Mas trata-se essencialmente de uma família - a família dos Mintirinha, como vulgarmente se diz em Felgueiras e pedindo aos seus membros que não levem a mal, que nisto não entra nada de pejorativo. A essa família estava ligado fotógrafo Zeca Peixe, pela sua mulher. E o meu saudoso professor de ensino primário, bem cedo falecido - Fernando Mateus, tal como o ex-vereador da câmara e ex-presidente da assembleia municipal de Moncorvo António Fernandes.
ResponderEliminarO dr. Armando Martins Janeira nada tem que ver com essa família. Está ali, nesta folha do boletim da comissão de festas de Santa Eufémia de 1996, é uma poesia sua que então terá sido publicada pela primeira vez.
Quem era? Antes de mais, o nome de baptismo: Virgílio Armando Martins. Passou a assinar Armando Martins Janeira, em homenagem à mãe (Janeiro do Felgar)e aos jornalistas japoneses que trocavam sempre o o pelo a, na língua deles. Tornou-se conhecido por ser o mais conceituado dos diplomatas portugueses do Estado Novo e por muitos considerado o maior especialista português em cultura oriental e sobretudo japonesa. Tem muitos livros publicados, nomeadamente um de contos que se desenrolavam em Felgueiras e Felgar, intitulado: - Esta Dor de Ser Homem. J. Andrade
Boa resposta, é verdade sim senhor, aqui está presente a familia Fernandes (Mentirinha), mesclada com os Martins e Mateus. É notório ao lado do António Fernandes está o Alberto o Mano, figura junto com o irmão António, o putacá, repito figuras de Felgueiras.
EliminarÉ notório também essa foto estar o grande patriaca dessa familia dos mentirinhas o Tio Albertinho bem ao centro, uma grande familia de comerciantes e empreendedores, pois a primeira fábrica, em grande escala, de velas foi dessa familia, com uma máquina comprada na Alemanha, hoje existente ainda lá para as bandas do Porto.
Parece que em Coimbra Armando Jartins e Álvaro Cunhal foram colegas e amigos e ambos colaboradores de uma revista de análise social cujo nome ignoro, na qual terá publicado uma novela com o título de "Mulher" que eu vi em tempos fotocopiada da Biblioteca Municipal do Porto. E ouvi contar ao dr. Armando Pimentel, dos Estevais, Mogadouro, que também era colega em Coimbra, que A. Cunhal e A. Martins se zangaram por causa de uma namorada que o Armando roubou ao Cunhal. J. Andrade
ResponderEliminarMartins Janeira tem uma estátua em Moncorvo (na Corredoura),uma sala no Centro de Memória com o seu espólio e uma rua em Cascais com o seu nome.
ResponderEliminarUma moncorvense
Lelo,
ResponderEliminardeve haver algum equívoco. O Álvaro Cunhal nunca estudou em Coimbra.
Tirou o liceu e a licenciatura em Lisboa. Aliás, a tese de
licenciatura em Lisboa ( com os arguentes Marcelo Caetano e Cavaleiro
Ferreira, entre outros) de Álvaro Cunhal foi sobre o aborto. Tese esta
que serviu de sustentação à primeira defesa da interrupção voluntária
da gravidez pela então deputada do PCP, Zita Seabra.
Rogério Rodrigues
Terá sido quando em Lisboa Armando Martins frequentava o curso para diplomata em 1941?! A história foi contada pelo dr. Armando Pimentel em 1984 no congresso dos Portugueses e o Mundo. J. Andrade
ResponderEliminarEu não sabia mas, relendo umas notas biográficas sobre Virgílio Armando Martins, escritas em 1997 pelo seu parente, Dr. Fernando Reino, que também foi diplomata, verifiquei que ele estudou direito em Coimbra e depois em Lisboa. J. Andrade
ResponderEliminarA novela "Uma Mulher" foi publicada em 1938, na revista "Sol Nascente". Esta revista foi lançada por um grupo de pensadores neo-realistas,determinados em colocar o homem concreto português, que trabalha e sofre, no palco da vida, um pouco em reacção à linha seguida pelos intelectuais da revista "Presença". Um dos mais proeminentes dos seus animadores foi Alves Redol. E era nesses ambientes culturais que Martins Janeira então se movimentava. E penso que verdadeiramente nunca deles saiu, que ele sempre soube fazer a distinção entre diplomacia e política, entre o país que representava e o regime que o conduzia. Aliás, ele costumava dizer: - Sou um diplomata e não um político! E a primeira de suas obras sobre diplomacia ("Correntes actuais do pensamento colonial") só foi publicada "graças à coragem e clarividência de outro Transmontano Ilustre, o Almirante Sarmento Rodrigues". Nessa obra, pela primeira vez em Portugal, se falou abertamente da "internacionalização da questão colonial". Não será por acaso que existem obras de A. Martins sobre Direito Internacional e Diplomacia publicadas em línguas estrangeiras e não em português! J. Andrade
ResponderEliminarContinuamos a cair em alguns equivocos,naturais quando se fala de um
ResponderEliminarpersonagem como o Álvaro Cunhal. É possível que Martins Janeira tenha
conhecido o Cunhal, mas nunca em 1941. Cunhal nessa altura estava na
clandestinidade a transformar-se no líder de reorganização do PCP,
juntamente com alguns comunistas regressados do Tarrafal
contemplados pela amnistia dos Centenários (1940). Quanto ao Sol
Nascente é verdade que é uma revista que surge em Coimbra ou no Porto
( penso mesmo que no Porto mas para uma certeza teria que consultar
alguns papeis que não tenho à mão). Cunhal também colaborou no Sol
Nascente e teve uma polémica com o Lopes Graça, sob o pseudónimo de
Vale, na revista Vértice. Acusou também o presencista máximo, José
Régio, de umbiguismo pelo seu livro "Encruzilhadas de Deus"
(1936),texto de que fará mais tarde uma ´leve autocrítica no livro
"Arte e Sociedade", com textos admiráveis sobre literatura e pintura
que aconselho a ler. O livro é de finais de 80, princípios dos anos
90. Foi um activo colaborador de O Diabo, sediado onde é hoje o
Instituto do Vinho do Porto. Redol não era um figura importante.
Importantes eram o Piteira Santos e então a sua mulher, Cândida
Ventura ( ainda viva, em Portimão). Alves Redol iniciou aqui a sua
escrita bem como Manuel da Fonseca. E é neste jornal que Dias Lourenço
escreve o seu primeiro poema (stakanovista). O Diabo (sob o
pensamento de Mário Dionísio) é a expressão do neo-realismo português
(ou seja, o realismo soviético com um nome que passasse na censura) O
jornal é fechado por causa uma manchete de Álvaro Cunhal "Nem Maginot
nem Sigfried", em defesa do pacto germano-soviético, defesa esta que
criou graves problemas no interior do PCP, com escritores como Alves
Redol a manifestar o seu desacordo. Desculpem por esta maçada.E esta
escrita apressada sem jeito literário. Não passa de um comentário e de
forma alguma tenta deslustrar essa figura que foi Martins Janeira ou
Mar Talegre quando faz crítica literária.
Rogério Rodrigues
Amigo Rogério. É isso mesmo. A ligação entre A. Cunhal e M. Janeira foi exactamente referida por ambos pertencerem ao grupo do Sol Nascente, pelos anos de 1937-1938. De resto, M. Janeira viria depois para Moncorvo (advogar e dar aulas) e em 1941 é que voltou para Lisboa, ingressando na carreira diplomática. Não sei é exactamente o ano em que ele concluiu o curso de direito, em Lisboa, sim senhor e não em Coimbra. Aliás, não conheço nenhuma biografia minimamente completa deste nosso conterrâneo e penso que deveria ser feita. J. Andrade
ResponderEliminarNesta fotografia está uma grande parte da minha família materna! Que saudades daqueles que já partiram...mãe Zulmira, avó Ester, Tia Josefina, Tio Martins, Tio Antoninho, Tio Peixe... As minhas irmãs também ali estão pequenitas...Laura e Isabel...eu ainda não era nascida e a Fernanda, carregava-a, na altura, a minha mãe no ventre...
ResponderEliminarPudera o tempo voltar para trás para estarmos todos juntos de novo! Que saudades querida mãe!
Cecília Matias
Essa foto é de 1970. Foi tirada durante a visita a felgueiras de meu avô que vivia no Brasil.Tenho a mesma foto nos meus guardados.
ResponderEliminarEliane Ayres
ResponderEliminarMeu avô de camisa branca no centro
Tayeda Donada Melillo Vi nele, novamente, traços do João Miguel. Me encantei com o poema em anexo. Muito legal essa lembrança.
ResponderEliminarEliane Ayres Vc viu? Como é que pode eu achar meu avô no Facebook! Não fui eu que mandei colocar, achei por acaso.
ResponderEliminarTayeda Donada Melillo Esse FB é mesmo globalizado!
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